31 |
Gravidez: regressão e movimentos representacionais na perspectiva de Freud e Winnicott / Pregnancy: regression and representational movements in Freud and Winnicott\'s perspectivesGláucia Faria da Silva 13 February 2008 (has links)
O que quer uma mulher... grávida? Para uma pergunta clássica, uma resposta também clássica: a saúde do bebê. Nesta pesquisa, a representação do corpo do feto foi referência para o exame dos mecanismos regressivos, presentes no discurso de três mulheres, nas últimas semanas de gestação. Foi realizada, com cada uma delas, uma entrevista semidirigida, e o discurso, analisado pelas balizas teóricas fornecidas pelas obras de Freud e Winnicott. Na gestação, à semelhança do estado de sono, parte das excitações psíquicas terá um caminho regrediente. Conceito mutável, de origem múltipla e com diversos pontos de chegada. Desde a Interpretação dos sonhos, Freud proporá inúmeras ordenações: regressão tópica, temporal, formal, da libido do ego versus libidinal, regressão ao narcisismo primário e à alucinação do desejo, regressão aos primeiros objetos versus a toda organização sexual e regressão do eu. Para Winnicott, o mecanismo refere-se à regressão do eu a estados de maior dependência e indiferenciação. A leitura de Soifer e Langer propiciou uma aproximação psicanalítica da experiência gestacional em seus aspectos fantasmáticos, regressivos e estruturantes, e o livro Obstetrícia psicossomática ampliou o campo, na perspectiva médica. Na Psicanálise, orientada pela leitura de Bleichmar, Schneider, Simanke e Gurfinkel, aspectos da obra de Winnicott e Freud ganharam maior relevo e originalidade. Nas leituras realizadas, o foco na representação do corpo do feto apontava para as fantasias gestacionais sobre o bebê que, por sua vez, remetiam a desejos emergentes da elaboração edipiana e ao horror do incesto. Um funcionamento psíquico especial deve estar em ação para que desejos tão primitivos sejam evocados. Nesta configuração especial, a característica discursiva, descrita por Schneider como fala catártica, conjugava a intensidade à convocação de um experimentar com, presente no desdobramento da vontade insaciável de ver o bebê: ver, ver-se, vê-lo, ser vista, ver e não enxergar, não ver, ver a gente... Necessidade universal que parece fazer referência ao gradativo esfumaçamento das fronteiras entre fantasia e realidade. Assim, a preocupação com a saúde, capaz de centrifugar a atenção de uma mulher, parece surgir onde a imaginação, sobrecarregada de imagens e afetos, desiste. Entre o ideal e o real invisível resta, portanto, a saúde, esta abertura, este hiato pleno de sonhos e temores, constituintes de um espaço que sustenta, sob tensão, desejo e mistério. Entre conflitos exuberantes, que envolveram a representação do corpo do feto, a regressão temida pelos obstetras fonte de desorganização do ego mostrou-se fonte de transformação. Quando o psiquismo se volta para suas bases, reencontra um momento de profunda criação. Ao postular a regressão como origem da figurabilidade, Freud apresenta seu aspecto criativo, construtivo. Em Winnicott, a criatividade está na possibilidade de retorno ao estado de não-integração primária que, segundo Gurfinkel, é o precursor do conceito de Informe. / What does a woman wantwhen pregnant? For such a classic question, an answer of the same nature: the health of the baby. In this research, the representation of the foetus body was the reference for examination of the regressive mechanisms found in the speech of 3 women in their last weeks of pregnancy. A half-guided interview was carried through with each one of them and the speech was analyzed in the light of the theoretical basis established in the works of Freud and Winnicott. During the gestation, as it happens during the sleep state, part of the psychic excitements has the course directed to a regressive way. Changeable concept, with multiple origins and a variety of destinations, Freud, since the Interpretation of the Dreams, had considered the regression as follows: topical, temporal, formal; libido of the ego versus libidinal; to the primary narcissism and the desires hallucination; to first objects versus the whole sexual organization and the regression of Ego. For Winnicott the mechanism is related to the regression of self to fusional states. Regarding the pregnancy, the works of Raquel Soifer and Marie Langer propitiated a psychoanalytical approach of the gestational experience in its fantasmatic, regressive and structuring aspects and the book Psychosomatic Obstetrics extended the field under the medical perspective. In the Psychoanalysis, guided for Bleichmar, Schneider, Simanke and Gurfinkel studies, aspects of the Winnicott and Freud works had gained greater detailing and originality. In those readings, the focus in the representation of the foetus body pointed towards the gestational fantasies, which, in turn, sent to emerging desires of the Edipian elaboration and the horror of the incest. A special psychic functioning must operate so that primitive desires can be evoked. In that special configuration, the discursive characteristic described by Schneider as cathartic speech, link its intensity to the need of one to try with, existing in the desire to see the baby: to see, to see herself, to see it, to be seen, to see and not to see, to see nothing, to see us. Universal necessity, it seems making reference to the gradual reduction of the boundaries between fantasy and reality. Thus, the concern with the health, that capture the attention of a woman, appears when the imagination, overloaded of images and affections, gives up. Between the ideal and the invisible Real, it remains the health, this full hiatus of dreams and fears, where is under tension, desire and mystery. Between exuberant conflicts that had involved the representation of the foetus body, the regression, source of disorganization of the Ego, presented itself as the source of transformation. When the psychms return to its bases, a moment of deep creation is reborn. When claiming the regression as the origin of the figurability, Freud presents its creative and constructive aspect; while in Winnicott the creativity lay down in the possibility of return to the state of primary not-integration, according to Gurfinkel, precursor of the Inform Concept.
|
32 |
Uma investigação sobre a inevitabilidade da crença em objetos externos segundo David HumeSoares, Franco Nero Antunes January 2008 (has links)
Esta dissertação pretende mostrar que a tese de Hume de que nós estamos inevitavelmente determinados a crer na existência de objetos externos tem a circunscrição de seu significado condicionada à identificação e à resolução de uma inconsistência presente na teoria humeana da crença inevitável em objetos externos. Essa inconsistência se expressa pela incompatibilidade entre a tese de que (P1) nós inevitavelmente cremos em objetos externos e a tese de que (P2) não podemos conceber objetos externos. Essas teses são incompatíveis se se considera que, para Hume, (P4) não podemos crer em algo que não podemos conceber. Esse problema só emerge se se supõe um uso unívoco da expressão "objeto externo" por parte de Hume em (P1) e (P2), e se se supõe que (P4) é o caso para Hume, o que se mostra ser um ponto de partida razoável. Os resultados indicam que as duas interpretações gerais do significado da tese de que nós inevitavelmente cremos em objetos externos, o naturalismo cético e o realismo cético, chegam a conclusões insatisfatórias porque ignoram esse problema. Por fim, conclui que não há, de fato, uma inconsistência na teoria humeana da crença em objetos externos porque não é o caso que não possamos ter uma concepção de objetos externos para Hume. Essa concepção se origina de um sentimento ou instinto original da mente. / This paper aims to show that Hume's claim that we are unavoidably determined to believe in the existence of external objects has the delimitation of our meaning conditioned to the identification and resolution of an inconsistency present in Hume's theory of the unavoidable belief in external objects. This inconsistency expresses itself by the incompatibility between the claim that (P1) we unavoidably believe in external objects and the claim that (P2) we can't conceive external objects. These claims are incompatible if we recognize that Hume claims as well that (P4) we can't believe in something that we can't conceive. This problem arises only if we suppose that Hume univocally uses the expression "external object" in (P1) and (P2), and if we suppose that (P4) is the case, a reasonable starting point. The results indicate that both general views of the meaning of the claim that we unavoidably believe in external objects, the skeptical naturalism and the skeptical realism, arrives at unsatisfactory outcomes because they ignore that problem. Finally, concludes that there's not, actually, an inconsistency in Hume's theory of belief in external objects because it's not the case that we can't conceive external objects. This conception of external existences arises out of a sentiment or natural instinct of the mind.
|
33 |
Uma investigação sobre a inevitabilidade da crença em objetos externos segundo David HumeSoares, Franco Nero Antunes January 2008 (has links)
Esta dissertação pretende mostrar que a tese de Hume de que nós estamos inevitavelmente determinados a crer na existência de objetos externos tem a circunscrição de seu significado condicionada à identificação e à resolução de uma inconsistência presente na teoria humeana da crença inevitável em objetos externos. Essa inconsistência se expressa pela incompatibilidade entre a tese de que (P1) nós inevitavelmente cremos em objetos externos e a tese de que (P2) não podemos conceber objetos externos. Essas teses são incompatíveis se se considera que, para Hume, (P4) não podemos crer em algo que não podemos conceber. Esse problema só emerge se se supõe um uso unívoco da expressão "objeto externo" por parte de Hume em (P1) e (P2), e se se supõe que (P4) é o caso para Hume, o que se mostra ser um ponto de partida razoável. Os resultados indicam que as duas interpretações gerais do significado da tese de que nós inevitavelmente cremos em objetos externos, o naturalismo cético e o realismo cético, chegam a conclusões insatisfatórias porque ignoram esse problema. Por fim, conclui que não há, de fato, uma inconsistência na teoria humeana da crença em objetos externos porque não é o caso que não possamos ter uma concepção de objetos externos para Hume. Essa concepção se origina de um sentimento ou instinto original da mente. / This paper aims to show that Hume's claim that we are unavoidably determined to believe in the existence of external objects has the delimitation of our meaning conditioned to the identification and resolution of an inconsistency present in Hume's theory of the unavoidable belief in external objects. This inconsistency expresses itself by the incompatibility between the claim that (P1) we unavoidably believe in external objects and the claim that (P2) we can't conceive external objects. These claims are incompatible if we recognize that Hume claims as well that (P4) we can't believe in something that we can't conceive. This problem arises only if we suppose that Hume univocally uses the expression "external object" in (P1) and (P2), and if we suppose that (P4) is the case, a reasonable starting point. The results indicate that both general views of the meaning of the claim that we unavoidably believe in external objects, the skeptical naturalism and the skeptical realism, arrives at unsatisfactory outcomes because they ignore that problem. Finally, concludes that there's not, actually, an inconsistency in Hume's theory of belief in external objects because it's not the case that we can't conceive external objects. This conception of external existences arises out of a sentiment or natural instinct of the mind.
|
34 |
Uma investigação sobre a inevitabilidade da crença em objetos externos segundo David HumeSoares, Franco Nero Antunes January 2008 (has links)
Esta dissertação pretende mostrar que a tese de Hume de que nós estamos inevitavelmente determinados a crer na existência de objetos externos tem a circunscrição de seu significado condicionada à identificação e à resolução de uma inconsistência presente na teoria humeana da crença inevitável em objetos externos. Essa inconsistência se expressa pela incompatibilidade entre a tese de que (P1) nós inevitavelmente cremos em objetos externos e a tese de que (P2) não podemos conceber objetos externos. Essas teses são incompatíveis se se considera que, para Hume, (P4) não podemos crer em algo que não podemos conceber. Esse problema só emerge se se supõe um uso unívoco da expressão "objeto externo" por parte de Hume em (P1) e (P2), e se se supõe que (P4) é o caso para Hume, o que se mostra ser um ponto de partida razoável. Os resultados indicam que as duas interpretações gerais do significado da tese de que nós inevitavelmente cremos em objetos externos, o naturalismo cético e o realismo cético, chegam a conclusões insatisfatórias porque ignoram esse problema. Por fim, conclui que não há, de fato, uma inconsistência na teoria humeana da crença em objetos externos porque não é o caso que não possamos ter uma concepção de objetos externos para Hume. Essa concepção se origina de um sentimento ou instinto original da mente. / This paper aims to show that Hume's claim that we are unavoidably determined to believe in the existence of external objects has the delimitation of our meaning conditioned to the identification and resolution of an inconsistency present in Hume's theory of the unavoidable belief in external objects. This inconsistency expresses itself by the incompatibility between the claim that (P1) we unavoidably believe in external objects and the claim that (P2) we can't conceive external objects. These claims are incompatible if we recognize that Hume claims as well that (P4) we can't believe in something that we can't conceive. This problem arises only if we suppose that Hume univocally uses the expression "external object" in (P1) and (P2), and if we suppose that (P4) is the case, a reasonable starting point. The results indicate that both general views of the meaning of the claim that we unavoidably believe in external objects, the skeptical naturalism and the skeptical realism, arrives at unsatisfactory outcomes because they ignore that problem. Finally, concludes that there's not, actually, an inconsistency in Hume's theory of belief in external objects because it's not the case that we can't conceive external objects. This conception of external existences arises out of a sentiment or natural instinct of the mind.
|
Page generated in 0.0818 seconds