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Iracema: a alegoria da m?e genti(o)lMartins, Eug?nia Tavares 12 June 2007 (has links)
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Previous issue date: 2007-06-12 / A abordagem da vis?o da literatura nacional dentro do contexto cultural brasileiro da segunda metade do s?culo XIX e do posicionamento cr?tico de Jos? de Alencar fez, de sua produ??o romanesca, especialmente a indianista, representada aqui por sua obra Iracema, um s?mbolo do conjunto de inten??es nacionalistas que invadiu a alma e o cora??o de todo o povo, no que diz respeito ao sentimento de brasilidade , condizente com a est?tica rom?ntica da qual faz parte seu autor. Seu posicionamento, quer seja cr?tico ou art?stico, faz de Alencar o maior polemista em defesa da liberdade cultural e liter?ria do Brasil, enquanto algu?m bem consciente de sua fun??o social, e por que n?o dizer, cr?tica, identificando a metalinguagem como um diferencial fomentador de uma teoriza??o de po?tica na defesa de sua fic??o, abrindo caminho, assim, para a pesquisa da po?tica expl?cita na sua produ??o art?stica. A referida an?lise buscar?, a partir de uma an?lise estrutural das partes formais que o comp?em esteticamente, como tamb?m de uma compreens?o tem?tica dos ditos e interditos utilizados pelo narrador alencariano na composi??o de seu discurso, identificar Iracema enquanto um romance que disputa o t?tulo de obra fundacional do Brasil. Para isso se faz necess?rio empreender uma abordagem do como e do quanto os elementos da Natureza, num romance rom?ntico que tem a Natureza enquanto uma de suas tem?ticas mais significativas, podem constituir e interferir na percep??o e constru??o de um personagem, que ? todo Natureza, e no meio natural em que ele vive; at? mesmo ser, por causa disso, o elemento mais representativo dessa na??o que se deseja criar, trazendo para o cen?rio cultural brasileiro do s?culo XIX uma vers?o de institui??o baseada no revigoramento da mem?ria da cultura selvagem. Faz-se l?cito tamb?m animar for?as da natureza e da terra-paisagem que poderiam ser tidas, apenas, como ex?ticas, mas que na obra em quest?o funcionam como protagonistas, mesmo fantasmas, de um pacto social e pol?tico que, mesmo quando rompe, recusa-se em deixar romper, mergulhando no espa?o romanesco da magnitude das ?guas ou na frieza tumular da terra. Tomar-se-?, tamb?m, como ponto de estudo, a an?lise da fus?o da experi?ncia hist?rica com a experi?ncia ficcional, observando o imbricamento de um discurso no outro, como tamb?m as fronteiras que se estabelecem a partir dessa tentativa; tomando o erotismo e a alegoria como pontos de converg?ncia na obra em quest?o. Por meio da verifica??o de uma rela??o que se constr?i a partir da solid?o, da mem?ria e do esquecimento em que acabam por mergulhar todos os seus personagens, que s?o, por vezes, tragados em algum dil?vio b?blico da purifica??o, dentro de um projeto audacioso de inven??o de uma na??o, que se quer de identidade cultural, e tamb?m pol?tica, mas que termina condenado ao sil?ncio, n?o gozando de liberdade em rela??o ao espa?o a que pertence e, no entanto representa, s? cabendo a eles regressarem para dentro da terra-m?e, ou se submeterem a um ritual de profunda acultura??o, verificar-se-?, atrav?s desse discurso historicamente constru?do, o ide?rio de uma na??o que se almejava projetar. O conflito de Iracema, personagem protagonista de sua obra hom?nima, a nega??o e a perda de si mesma, de tudo aquilo que poderia representar a sua identidade social e cultural, e, conseq?entemente, a morte e a vida dessa m?e genti(o)l, simbolizam a vida e a arte de um povo que, passando pelos embates da coloniza??o, atrav?s de seus artistas rebeldes e rom?nticos da Independ?ncia, que ilustraram, em grande s?ntese, a vis?o atrav?s da qual o homem do Novo Mundo foi vislumbrado, rabiscou a imagem da americanidade pelo discurso da Hist?ria
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