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Pobreza e Lugar(es) nas Margens Urbanas: lutas de classificaÃÃo em territÃrios estigmatizados do Grande Bom Jardim / POBREZA E LUGAR(ES) NAS MARGENS URBANAS: Lutas de classificaÃÃo em territÃrios estigmatizados do Grande Bom JardimLeila Maria Passos de Souza Bezerra 28 January 2015 (has links)
Conselho Nacional de Desenvolvimento CientÃfico e TecnolÃgico / Esta pesquisa busca compreender significaÃÃes de pobreza e lugar(es) ensejadas pelas margens urbanas de Fortaleza-Ce nestes anos 2000, sob o ponto de vista de moradores de territÃrios estigmatizados da regiÃo do Grande Bom Jardim.Optei, assim, pela pesquisa qualitativa, com a adoÃÃo da observaÃÃo participante em complementaridade com as entrevistas. Trata-se de um estudo sÃcio-antropolÃgico, circunstanciado no Mela Mela e no Marrocos, sobre os quais recaem estigmatizaÃÃes sÃcio territoriais e de desqualificaÃÃo social de seus residentes em condiÃÃo de pobreza. Nos esquemas classificatÃrios locais, as estigmatizaÃÃes associadas à pobreza, aos âpobresâ e aos seus locais de moradia sÃo ora recusadas/dissimuladas, ora transferidas/reproduzidas pelos agentes, travando lutas de classificaÃÃo em distintos espaÃos e nÃveis. Esta tese buscou apreender as lutas simbÃlicas cotidianas e intra territoriais,urdidas nos Ãmbitos individual/grupal pelos moradores em torno das re-semantizaÃÃes de pobreza/âser pobreâ e da construÃÃo social de lugar(es) reconhecidos como expressÃes doâvixe do vixeâ desta regiÃo. Em suas micro tÃticas de distinÃÃo social, os narradores-residentes fabricaram (re)classificaÃÃes, traduzidas em suas percepÃÃes de um ânÃs idealâ, bem como (des)classificaÃÃes hierarquizadas dos âpobresâ locais, demarcatÃrias de fronteiras simbÃlicas entre (des)iguais geograficamente prÃximos, tornados socialmente distantes. Elaboraram seus conceitos nativos de pobreza, delineando duas principais versÃes: uma individualizada e privatista, que distingue âpobreza-precisÃoâ deâpobreza de espÃritoâ; e a outra, que associa pobreza ao local de moradia, configurado em espaÃo de abandono e inseguranÃa sÃcio-econÃmica e civil. Compreender as (re)significaÃÃes da pobreza urbana em tempos contemporÃneos exigiu apreender seus enraizamentos nos lugares praticados pelos narradores, importante parÃmetro nas produÃÃes relacionais de seus esquemas classificatÃrios intra territoriais e de classificaÃÃes estigmatizantes projetadas sobre a regiÃo e seus residentes. A outra dimensÃo destas lutas simbÃlicas apreendida nesta tese diz respeito aos sentidos de lugar(es) em duas perspectivas: a de valorizaÃÃo do territÃrio vivido como lugar de memÃria, reconhecimento e pertenÃa sÃcio territorial, embora considerando-o abandonado pelo poder pÃblico; e a de espacialidade(s) de medo e inseguranÃa(s), sintonizada com prÃticas topofÃbicas de habitÃ-las e sociofÃbicas de evitaÃÃo social, enunciando tendÃncias de um viver acuadoâ nestas margens da cidade. Esta tese enseja uma interpretaÃÃo crÃtica dos conceitos nativos de âpobrezaâ/âpobreâ e seus lugares vividos, adensando reflexÃes multivocais e polissÃmicas sobre o viver nas margens das margens urbanas em tempos contemporÃneos. / This research aims at understanding the meanings entailed by poverty and places on unprivileged urban areas in the city of Fortaleza, state of Ceara in the 2000 years, according to the evaluation of dwellers of stigmatized territories, in this case, the Grande Bom Jardim region. In view of this configuration, a qualitative research was chosen with adoption of participative observation to complement the interviews. It is a social and anthropological study encompassing the Mela Mela and Marrocos communities that are heavily burdened by social and territorial stigmatization and social disavowal commonly associated with residents in a poverty condition. In local classification patterns, stigmatization associated with poverty, âthe poorâ and their dwelling places is at one time refused/dissimulated and at another time transferred/reproduced by agents who battle in different spaces and levels. This thesis tries to apprehend the daily symbolic struggles within the territory that are weaved by individual and group environments related to dwellers dealing with new linguistic meanings of poverty/âbeing poorâ and the social buildup of place or places considered âthe pitsâ in the region. According to their micro-tactics of social empowerment, the narrators/dwellers engendered new classifications that were transformed into perceptions that they have of an âideal usâ as well as hierarchy-based refusal of the local âpoorâ demarcating symbolic frontiers between unequal people who are on the other hand geographically close, but who became socially distant. They elaborated their native concept of poverty delineating two main versions: the first, an individual and private configuration that distinguishes âsurviving povertyâ from âspiritual povertyâ; and the other that associates poverty with dwelling place, meaning neglected space plagued by social-economic and civil insecurity. In order to understand the re-significations of urban poverty in the present required from the researcher to delve into the ârootsâ of places indicated by narrators, being this instance an important parameter seen in relational production and its territorial classifying patterns as well as in stigmatizing classifications that are projected on the region and its residents. The other dimension of those symbolic struggles as evaluated by this thesis refers to the meaning of locus according to two perspectives: the increased value of dwelling territory, caused by an increased social-cultural sense of memory, appreciation and belonging, in spite of a feeling of being abandoned by the city administration; and spreading of fear and insecurity encompassing topophobic practices that inhibit dwelling and sociophobic practices that enhance social avoidance revealing trends of living under siege within those areas of the city. Therefore, this thesis offers a critical evaluation of native concepts of âpovertyâ/âpoorâ and the related lociassociated with them in their characterization as dwelling places that engross multivocal and polissemic reflections on living beyond urban limits at the present time.
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