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[pt] EU TINHA MÓ PRECONCEITO, NÉ, EXU NÃO!: NARRATIVAS DE RESISTÊNCIA À ESTIGMATIZAÇÃO DAS PRÁTICAS RELIGIOSAS DE MATRIZ AFRICANA / [en] I HAD A LOT OF PREJUDICE, RIGHT, EXU NO!: NARRATIVES OF RESISTANCE TO THE STIGMATIZATION OF RELIGIOUS PRACTICES OF AFRICAN MATRIX

[pt] A presente pesquisa tem por objetivo aprofundar os conhecimentos e as reflexões sociais a respeito da resistência à estigmatização das práticas religiosas de matriz africana, a partir da microanálise narrativa-interacional de uma entrevista entre duas pessoas engajadas nessas práticas. A Perspectiva Sociointeracional do Discurso e a Análise de Narrativa fundamentam o trabalho, que é qualitativo-interpretativista, com inspiração etnográfica. Durante a entrevista, os participantes coconstróem uma narrativa central, cujo conteúdo é a história de vida do entrevistado, a partir de pequenos episódios narrativos encaixados, relacionados ao contexto religioso em que se inserem. Os interlocutores precisam manejar a tensão do estigma das práticas religiosas de matriz africana, que perpassa toda a conversa, e resistir a ela. A análise do encontro social sugere a existência de um vínculo entre a referida estigmatização e os macrodiscursos racistas, que desvalorizam as negritudes e oprimem a pessoa negra. Além disso, o estudo do contexto interacional aponta que outros estigmas, como o de religião e o de classe social, contribuem para rotular as práticas religiosas de matriz africana como desviantes. Os interlocutores recorrem à reflexividade no ato de narrar, que cumpre a função de resistir aos estereótipos depreciativos (selvageria, maldade, primitivismo, ignorância) aos quais as práticas religiosas de matriz africana foram relacionadas no senso comum. Desta forma, distribuem discursos alternativos, com valores e crenças adequados às identidades sociais que pretendem performar. / [en] The present research aims to deepen the knowledge and social reflections regarding the resistance to stigmatization of religious practices of african matrix, from the narrative-interactive microanalysis of an interview between two people engaged in these practices. Sociointeractional Perspective of Discourse and Narrative Analysis ground the work, which is qualitative-interpretativist, with ethnographic inspiration. During the interview, the participants co-create a central narrative, whose content is the life story of the interviewee, based on small narrative episodes embedded, related to the religious context in which they are inserted. The interlocutors need to handle the tension of the stigma of religious practices of african matrix, that permeate all conversation, and they also have to resist it. The analysis of the social encounter suggests a link between this stigmatization and the racist macrodiscourses, which devalue blacknesses and oppress black people. In addition, the study of the interactional context points out that other stigmas, such as religion and social class, contribute to labeling religious practices of african matrix as deviant. The interlocutors resort to reflexivity in the act of narrating, which fulfills the function of resisting the derogatory stereotypes (savagery, wickedness, primitivism, ignorance) to which religious practices of african matrix have been related in common sense. as well as counteracting it to the values and beliefs that practitioners consider appropriate to their social identities. In this way, they distribute alternative discourses, with values and beliefs appropriate to the social identities they intend to perform.

Identiferoai:union.ndltd.org:puc-rio.br/oai:MAXWELL.puc-rio.br:34810
Date16 August 2018
CreatorsCLARISSA FRANçA HIGGINS DE CARVALHO E SOUZA
ContributorsLILIANA CABRAL BASTOS
PublisherMAXWELL
Source SetsPUC Rio
LanguagePortuguese
Detected LanguageEnglish
TypeTEXTO

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