A análise do comportamento negociador de potências emergentes pode ser considerada como um dos indicadores do posicionamento desses países em um momento de transição de poder na ordem internacional. O modo como esse grupo de países defende seus interesses em uma mesa de negociação assim como as coalizões e estratégias que eles criam para atingir seus objetivos são aspectos definidores de suas políticas externas. A análise de como potências emergentes negociam pode revelar o tipo de potência que esses países podem se tornar em uma nova ordem global. Esta pesquisa investiga como o Brasil negocia para se tornar um tomador de decisão influente no Fundo Monetário Internacional (FMI), analisando se a abordagem brasileira em relação à atual ordem internacional é revisionista ou integracionista. O objeto dessa pesquisa é o comportamento negociador brasileiro no processo negociador que culminou em um novo acordo sobre a distribuição de quotas no FMI em 2010 durante a reunião ministerial do G20, na cidade sul-coreana Gyeongju. O argumento que se desenvolve ao longo do artigo é o de que a crise financeira de 2008 e o crescimento e a estabilidade da economia brasileira na década de 2000 aumentou o poder de barganha dos negociadores brasileiros nas negociações para a reforma do FMI. A conclusão da análise mostra que longe de ser revisionista o comportamento negociador revela estratégias de negociação que visam a integrar o país à ordem existente, buscando seu fortalecimento. / The analysis of the negotiation behavior of rising powers expresses one of the few indicators on their nature at a time of transition in the international order. How countries defend their interests at a table of negotiation as well as the coalitions and strategies they build to achieve their objectives are essential features of their foreign policy. The analysis of how emerging powers negotiate can reveal the type of power these countries may become in a forthcoming world order. This paper thus investigates how Brazil negotiates to become a major stakeholder in the International Monetary Fund (IMF), analyzing whether its approach toward the established order is either revisionist or integrationist. The object of this investigation is Brazilian negotiation behavior on the negotiations of the IMF ?s quota reform agreed in 2010 in Gyeongju (G20 Ministerial meeting), South Korea. It argues that the 2008 ?s financial crisis as well as the emergence of Brazil as an economic powerhouse provided Brazilian negotiators with an increased bargain power to reform the IMF. The outcome of the analysis demonstrates that rather than revisionist Brazilian strategies of negation aim to integrate the country in existing institutions.
Identifer | oai:union.ndltd.org:usp.br/oai:teses.usp.br:tde-12012015-153703 |
Date | 12 November 2014 |
Creators | Lopes, Bruno De Marco |
Contributors | Carneiro, Cristiane de Andrade Lucena |
Publisher | Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP |
Source Sets | Universidade de São Paulo |
Language | Portuguese |
Detected Language | Portuguese |
Type | Dissertação de Mestrado |
Format | application/pdf |
Rights | Liberar o conteúdo para acesso público. |
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