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[pt] CARTOGRAFIAS NA CULTURA DIGITAL: ROTAS E DESVIOS / [en] CARTOGRAPHIES IN DIGITAL CULTURE: ROUTES AND DETOURS

[pt] O estudo dos mapas sempre foi importante para a compreensão e a
construção dos espaços ao longo dos tempos. Se nos primórdios da ciência o
Homem entendia seus caminhos delimitados pelos astros no céu, a cartografia
materializou essas rotas expressas pelo papel, não só pelos traçados, como também
pelas fotografias. Com a modernidade e suas novas tecnologias, o ritmo de vida se
tornou mais acelerado, as distâncias entre os territórios foram, de certa maneira,
encurtadas, e a observação do mundo passou a acontecer também com a
superposição entre as imagens analógicas e o mundo digital. A cartografia ganhou
assim um novo espaço – o virtual - alterando as percepções sobre os territórios reais
e a experiência urbana da Contemporaneidade. Nesse sentido, a tese parte de
exemplos de obras de arte que aliam a cartografia com o regime pós-fotográfico das
telas dos computadores e aparelhos eletrônicos, a janela de observação do mundo
hoje, buscando compreender a potência dessa junção entre a arte, a cartografia e o
digital. É importante ressaltar que os trabalhos escolhidos para composição do
corpus apresentam não somente rotas delineadas, mas também os desvios dessas
rotas, que trazem a possibilidade do conhecimento dos espaços de maneira
desordenada, mais livre, através do acaso, do perder-se nos caminhos para encontrar
o inesperado e assim também novas significações para esses espaços. Serão
analisados, por exemplo, mapas afetivos como a coleção de cartas Queria ter
ficado mais, da Lote 42 (2014), com relatos de mulheres e desenhos de lugares que
representam experiências singulares em diferentes cidades, além de plataformas
digitais que tornam possível o conhecimento das cidades de modo virtual, como o
site Drive and listen (2020), os mapas virtuais do Ditamapa, que apresentam
lugares da memória ligados à ditadura de 1964 no Brasil, assim como o vídeo
Nunca é noite no mapa (2016) de Ernesto de Carvalho, que traz o confronto entre
as imagens do Google maps e a própria existência do autor dentro do mapa, e a obra
How not to be seen (2013) da artista alemã Hito Steyerl que coloca em evidência
o controle e vigilância dos corpos pela tecnologia, entre outros. / [en] The study of maps has always been important for the understanding and
construction of spaces over time. If in the early days of science Man understood his
paths delimited by the stars in the sky, cartography materialized these routes
expressed on paper, not only by tracings, but also by photographs. With modernity
and its new technologies, the pace of life has become more accelerated, the
distances between territories have been, in a way, shortened, and the observation of
the world has also happened with the overlap between analogue images and the
digital world. Cartography thus gained a new space – the virtual one – changing
perceptions about real territories and the urban experience of Contemporaneity. In
this sense, the thesis starts from examples of works of art that combine cartography
with the post-photographic regime of computer screens and electronic devices, the
observation window of the world today, seeking to understand the power of this
junction between art, cartography and the digital. It is important to emphasize that
the works chosen for the composition of the corpus present not only delineated
routes, but also the deviations from these routes, which bring the possibility of
knowing spaces in a disorderly, more free, through chance, of getting lost in the
paths to finding the unexpected and thus also new meanings for these spaces. For
example, affective maps will be analysed, such as the collection of letters I wish I
had stayed more, from Lote 42 (2014), with reports from women and drawings of
places that represent unique experiences in different cities, as well as digital
platforms that make it possible to know the cities in a virtual way, such as the
website Drive and listen (2020), the virtual maps of Ditamapa, which present
places of memory linked to the 1964 dictatorship in Brazil, as well as the video It s
never night in the map (2016) by Ernesto de Carvalho, which brings the
confrontation between the images on Google maps and the very existence of the
author inside the map, and the work How not to be seen (2013) by the German
artist Hito Steyerl, which highlights the control and surveillance of bodies by
technology, among others.

Identiferoai:union.ndltd.org:puc-rio.br/oai:MAXWELL.puc-rio.br:64556
Date31 October 2023
CreatorsCAMILA WIELMOWICKI UCHOA
ContributorsVERA LUCIA FOLLAIN DE FIGUEIREDO
PublisherMAXWELL
Source SetsPUC Rio
LanguagePortuguese
Detected LanguageEnglish
TypeTEXTO

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