[pt] O presente trabalho tem por objetivo explorar diferentes acepções acerca do
conceito psicanalítico de pulsão de morte. Para tal, escolhemos quatro autores com
perspectivas singulares: S. Freud, M. Klein, S. Ferenczi e D. W. Winnicott. Em
Freud, encontramos uma primeira versão de Tânatos associada à ideia de retorno
ao inorgânico, seguida de mutações que culminam com a consolidação do conceito
enquanto uma força destrutiva inata, inexorável, e o maior empecilho aos
empreendimentos humanos. Klein toma a pulsão de morte por esta faceta da
agressividade, e lhe concede grande importância enquanto força promotora de
angústias que, por sua vez, engendram o uso de mecanismos de defesa, e finalmente
a instalação de organizações patológicas a partir de falhas ou exageros na aplicação
de tais defesas. Em Ferenczi, a pulsão de morte é relegada a uma posição de
coadjuvante, e notamos a subordinação do conceito à influência do ambiente,
conforme o autor húngaro passa, na parte mais madura de sua obra, a conduzir suas
proposições em nível de teoria e técnica pelo campo relacional, intersubjetivo.
Finalmente, Winnicott rejeita Tânatos por completo, apresentando alternativas
como a regressão à dependência; a ideia de trauma por privação; e cunhando uma
teoria original da agressividade, que a distancia do âmbito pulsional. Ao longo de
quatro capítulos, exploramos como os autores escolhidos trabalham cada um desses
aspectos, ressaltando semelhanças e diferenças entre suas perspectivas no intuito de
atingir uma compreensão global mais aprofundada do lugar da pulsão de morte na
teoria e clínica psicanalíticas. / [en] The present work aims to explore different senses of the psychoanalytic
concept death instinct. To this end, we chose four authors with unique perspectives:
S. Freud, M. Klein, S. Ferenczi and D. W. Winnicott. In Freud, we find a first
version of Thanatos associated with the idea of a return to the inorganic, followed
by mutations that culminate in the consolidation of the concept as an innate,
inexorable destructive force, and the greatest hindrance to human endeavors. Klein
takes the death instinct by this facet of aggressiveness, and gives it great importance
as a promoting force of anxieties that, in turn, engender the use of defense
mechanisms, and finally the installation of pathological organizations from failures
or exaggerations in the application of such defenses. In Ferenczi, the death instinct
is relegated to a supporting role, and we note the subordination of the concept to
the influence of the environment, as the Hungarian author starts, in the later part of
his work, to conduct his theoretical and technical propositions through the
relational, intersubjective field. Finally, Winnicott rejects Thanatos altogether,
presenting alternatives such as the regression to dependence; the idea of trauma by
deprivation; and coining an original theory of aggressiveness, which distances it
from the instinctual sphere. Over four chapters, we explore how the chosen authors
work on each of these aspects, highlighting similarities and differences between
their perspectives in order to reach a deeper global understanding of the place of
the death drive in psychoanalytic theory and clinic.
Identifer | oai:union.ndltd.org:puc-rio.br/oai:MAXWELL.puc-rio.br:58596 |
Date | 11 April 2022 |
Creators | FELIPE COTIA LYRA DA SILVA |
Contributors | CARLOS AUGUSTO PEIXOTO JUNIOR |
Publisher | MAXWELL |
Source Sets | PUC Rio |
Language | Portuguese |
Detected Language | English |
Type | TEXTO |
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