[pt] Esta tese estuda a tensão que caracteriza o pensamento dos primeiros
autores do romantismo alemão, situados entre a consciência crítica (kantiana), que
proibia nosso acesso à verdade absoluta, e o desejo de síntese (hegeliano) que
pretendia alcançá-la. Nesse contexto, a arte apareceu como forma de dizer o
absoluto justamente pela oposição à clareza objetiva pretendida pelo sujeito do
conhecimento. Fora do quadro tradicional do classicismo, e trazendo consigo o
traço moderno da reflexão, a arte seria genial: sua criação não dependeria da
obediência a regras prévias. Por sua vez, a crítica saía do paradigma avaliativo
pautado em normas, tornando-se filosófica. Forçava-se, então, a transformação do
contato com a antiguidade clássica, que seria agora fragmentado, ao apontar para
o caráter vanguardista que abre mão da totalidade. Ironia e alegoria seriam
emblemas dessa quebra, evidenciando a descontinuidade entre signo e sentido na
época moderna. Habitar a linguagem era experimentar o amor entre arte e
filosofia, contrariando a querela que permanecera entre ambas desde Platão. Este
estio do tempo ocorreu, na virada do século XVIII para o XIX, com a escrita do
grupo de jovens capitaneado por Friedrich Schlegel na origem do romantismo,
forjando uma filosofia da arte que foi também uma arte do filosofar. / [en] This thesis examines the tension that characterizes the thinking of the first
German Romantic authors situated between (kantian) critical consciousness,
which prohibits our access to absolute truth, and the (hegelian) desire for
synthesis which presumes to lead us there. In this context, art emerges as a way of
expressing the absolute precisely in opposition to the objective clarity intended by
the subject of knowledge. Outside the traditional form of classicism and bringing
with it the trace of modern reflection, art is genial in that its creation does not
depend upon obedience to pre-existing rules. In turn, criticism leaves its
evaluative paradigm, based on norms, and becomes philosophical. It therefore
forces the transformation of the contact with classical antiquity, now fragmented,
and points to the new vanguard, which surrenders the concept of totality. Irony
and allegory are emblematic of this break, which shows the discontinuity of sign
and sense in the modern era. Using this language means experiencing the love
between art and philosophy, in contrast to the separation that has existed between
them since Plato. This quietness in time occurred at the turn of the XVIII to the
XIX Century in the works of a group of young writers led by Friedrich Schlegel at
the origin of Romanticism, forging a philosophy of art that is also an art of
philosophy.
Identifer | oai:union.ndltd.org:puc-rio.br/oai:MAXWELL.puc-rio.br:15112 |
Date | 04 February 2010 |
Creators | PEDRO DUARTE DE ANDRADE |
Contributors | EDUARDO JARDIM DE MORAES, EDUARDO JARDIM DE MORAES |
Publisher | MAXWELL |
Source Sets | PUC Rio |
Language | Portuguese |
Detected Language | English |
Type | TEXTO |
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