[pt] A presente dissertação se insere em uma teoria da aquisição da linguagem
que concilia uma abordagem psicolingüística com uma concepção minimalista de
língua. As hipóteses de trabalho que a nortearam foram: o que é gramaticalmente
relevante tem de estar expresso na interface fônica; a interpretação semântica do
complexo TAM (Tempo, Aspecto, Modo) acarreta dificuldade na identificação da
morfologia de modo; distinções conceptuais fundamentais, como a oposição
realis/irrealis, são expressas pela criança, independentemente de a morfologia da
língua ter sido totalmente identificada (Hipótese da Oposição Semântica). Um
estudo da produção espontânea de duas crianças de 1;5 a 2;5 de idade e 4
experimentos foram conduzidos. Na análise dos dados da fala espontânea,
constatou-se que a oposição realis/irrealis é expressa pela criança por meio da
distinção entre formas verbais flexionadas e não-flexionadas, sendo que o
chamado Infinitivo Raiz (IR) aparece como alternativa ao subjuntivo para
expressão do modo irrealis. Os resultados de dois experimentos de produção
eliciada sugerem que a distinção indicativo/subjuntivo é percebida por crianças de
3 anos, embora aos 5 anos de idade a expressão do subjuntivo ainda apresente
dificuldade. Um experimento de compreensão com perguntas SIM/NÃO com
crianças de 5-7 anos, e seu follow-up, sugerem que o contraste
indicativo/subjuntivo em completivas é reconhecido, ainda que respostas
negativas imponham dificuldades que independem do modo, particularmente aos
5 anos. Os resultados são compatíveis com as hipóteses e sugerem que a presença
do IR no português brasileiro é indicativa da alteração paramétrica em curso (de
sujeito nulo para preenchido). / [en] This dissertation is in the context of a theory which reconciles a
psycholinguist approach to language acquisition and a minimalist conception of
language. The working hypotheses were: grammatically relevant information has
to be legible at the phonetic interface; the semantic interpretation of the TAM
complex (Tense, Aspect, Mood) poses difficulty to the identification of the verbal
mood morphology; basic conceptual distinctions, such as the realis/irrealis
contrast, are expressed by the child, no matter whether or not his/her language
morphology has been totally identified (The Semantic Opposition Hypothesis). A
study of the spontaneous speech production of two children, aged 1;5 to 2;5, and 4
experiments were carried out. The analysis of the production data revealed that the
realis/irrealis opposition is expressed by the child by means of the distinction
between inflected/uninflected verbal forms and the Root Infinitive (RI) represents
an alternative form to the subjunctive for the expression of the irrealis mood. The
results of two elicited production experiments suggest that the
indicative/subjunctive distinction is perceived by 3-year-olds, although the
expression of the subjunctive mood still poses difficulty even for 5-year-olds. A
comprehension experiment involving YES/NO questions with 5-7-year-olds, and
its follow-up, suggest that the indicative/subjunctive opposition in subordinate
clauses is recognized, even though negative answers pose difficulties that are not
related to verbal mood, particularly at 5 years of age. The results are compatible
with the hypotheses, suggesting that the presence of RIs in Brazilian Portuguese
indicates a parametric shift in course (from null subject to non-null subject).
Identifer | oai:union.ndltd.org:puc-rio.br/oai:MAXWELL.puc-rio.br:14059 |
Date | 01 September 2009 |
Creators | JACQUELINE RODRIGUES LONGCHAMPS |
Contributors | LETICIA MARIA SICURO CORREA |
Publisher | MAXWELL |
Source Sets | PUC Rio |
Language | Portuguese |
Detected Language | English |
Type | TEXTO |
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