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[pt] DO CORPO POLÍTICO À POLÍTICA DO CORPO: A VIOLÊNCIA SEXUAL COMO PRÁTICA DE EXCLUSÃO DA DIFERENÇA NO GENOCÍDIO RUANDÊS DE 1994 / [en] FROM BODY POLITIC TO BODY-POLITICS: SEXUAL VIOLENCE AS A PRACTICE OF EXCLUSION OF DIFFERENCE IN THE RWANDAN GENOCIDE OF 1994

[pt] A presente dissertação apresenta a relação entre o processo de formação
das identidades, as dinâmicas de gênero e as práticas de marginalização da
diferença no genocídio ruandês de 1994. Mais especificamente, o objetivo
principal é avaliar de que maneira a produção da diferença – em particular, a
diferença de gênero – atua constitutivamente no imaginário local, permitindo a
adoção da violência sexual fomentada pelo Estado ruandês. Nesse âmbito,
demonstramos a interconexão entre o corpo político do Estado e a política do
corpo, possibilitando a construção da identidade nacional baseada no gênero e
inscrita no corpo físico do indivíduo. A pesquisa evidencia a violência sexual
como uma prática política, informada por uma construção social calcada no
gênero, na qual o corpo das mulheres Tutsis se torna objeto de intervenção estatal.
O arcabouço teórico que fundamenta as análises parte das contribuições das
perspectivas pós-estruturalistas de gênero, fundamentais para examinar como
identidades móveis e plurais são combinadas e construídas social e culturalmente
de modo a estabelecer uma interseção que delineia o perfil do grupo-alvo,
informando os tipos de violência a serem perpetrados na tentativa de construção
de uma comunidade homogênea e pura. / [en] The dissertation presents the relationship between the process of identity
formation, gender dynamics and practices of marginalization of difference in the
Rwandan genocide of 1994. More specifically, the main purpose is to assess how
the production of difference - in particular, gender difference – acts constitutively
in the local imaginary, allowing the adoption of sexual violence fostered by the
Rwandan state. In this context, the research highlights the interconnection
between the body politic and body-politics, allowing the construction of national
identity based on gender and entered in the individual s physical body. Therefore,
it is argued that sexual violence is a political practice, informed by a gendered
social construction, in which Tutsi women s bodies becomes the object of state
intervention. The theoretical framework underlying the analysis is based on the
contributions of gender poststructuralist perspectives, contemplating the dynamic
in which plural and mobile identities are combined and socially constructed in
order to establish an intersection that outlines the profile of the target group,
specifying the type of violence being perpetrated in an attempt to build a pure
and homogenous community.

Identiferoai:union.ndltd.org:puc-rio.br/oai:MAXWELL.puc-rio.br:19505
Date04 May 2012
CreatorsFERNANDA BARRETO ALVES
ContributorsCAROLINA MOULIN AGUIAR, CAROLINA MOULIN AGUIAR, CAROLINA MOULIN AGUIAR
PublisherMAXWELL
Source SetsPUC Rio
LanguagePortuguese
Detected LanguageEnglish
TypeTEXTO

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