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[en] A PSYCHOANALYTICAL STUDY ON THE EXPERIENCE OF AMPUTATION AND BODY RECONSTRUCTION / [pt] QUANDO A PRÓTESE NÃO É UMA MULETA - UM ESTUDO PSICANALÍTICO SOBRE A EXPERIÊNCIA DE AMPUTAÇÃO E RECONSTRUÇÃO DO CORPO

[pt] A origem desta dissertação se fundamentou na clínica com
amputados
numa Instituição de Reabilitação, onde a experiência
corporal possui um lugar de
destaque. A psicanálise estabelece um outro estatuto
para
o corpo, distinguindo-se
do saber médico, que ultrapassa a dimensão
orgânica/biológica, especialmente,
quando forja o conceito de pulsão. Por seu desamparo
inicial, o bebê humano
depende de uma alteridade capaz de auxiliá-lo na
construção de uma fronteira
corporal através do seu investimento libidinal na
criança.
Esse outro, além de
marcar eroticamente seu corpo de forma a delinear os
circuitos pulsionais,
fornece-lhe uma experiência de existência contínua e uma
imagem identificatória
que servem para o desenvolvimento do Eu e para a
apresentação de um campo
objetal possível. Determina ainda uma matriz simbólica
que
marca este corpo
como desejante e falante. Diante dos destinos pulsionais
possíveis, a experiência
da perda invoca a capacidade de recriação através do
trabalho de luto. O luto é a
operação de recolhimento dos investimentos libidinais
dos
objetos perdidos, a fim
de que possam ser novamente investidos. Esta pesquisa
aborda uma perda
peculiar: a de parte do corpo. A experiência da
amputação
impõe um
remanejamento narcísico que resulta numa outra forma de
experimentar o corpo
na sua condição erógena e, por conseguinte, o mundo.
Contudo, a experiência
corporal também apresenta uma dimensão coletiva. É
preciso
reconhecer que a
modernidade trouxe, com a Revolução Industrial, algo
inovador na
experimentação do corpo. Os avanços tecnológicos fizeram
do corpo uma forma
híbrida. O corpo como híbrido é, a um só tempo:
natureza,
técnicas, ciência,
economias pulsionais, inconscientes e discursos. É assim
que o uso da prótese
pode ser pensado. / [en] This Essay is originated from a clinical experience with
amputated people
in a rehabilitation institution, where the corporeal
experience has a great
importance. Psychoanalysis establishes a place for the
body which must be
distinguished from the place it has in medical science,
bypassing the
organic/biological dimension, especialy because of the
drive (Trieb) concept.
Because of its helplessness, the human baby depends on
some adult libidinal
investment to construct a body-frontier. The adult,
besides erotically marking its
body, drawing the drive circuits, is necessary to allow a
continuous experience of
existence, and an image for identification, which serves
the Ego and the object
field development. This adult also helps in the
construction of a symbolic matrix
that shall make this body a desiring and speaking one.
Among many drivedestinies,
the experience of a loss requires the capacity of
recreation through the
work of mourning, which consists in taking back the
libidinal investments from
the lost objects to be able to invest them later in other
objects. This research is
about a peculiar loss: a body part. The experience of
amputation requires a
narcissistic reorganization which permits a new way of
experimenting the body in
its erogenous condition and, as a consequence, also the
world. Nevertheless,
bodily experience has, as well, a collective dimension. We
must recognize that
modernity brought, with the Industrial Revolution,
something new to body
experience. The technological advances made a body that is
a hybrid form. The
hybrid body is, at the same time: nature, techniques,
science, drive economies,
unconscious and discourse. This is how the prosthesis
should be considered.

Identiferoai:union.ndltd.org:puc-rio.br/oai:MAXWELL.puc-rio.br:8567
Date21 June 2006
CreatorsSANDRA TEIXEIRA MARQUES
ContributorsANA MARIA DE TOLEDO PIZA RUDGE, ANA MARIA DE TOLEDO PIZA RUDGE
PublisherMAXWELL
Source SetsPUC Rio
LanguagePortuguese
Detected LanguagePortuguese
TypeTEXTO

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