[pt] Enquanto os impactos das ações humanas no planeta e das alterações
climáticas repercutem cada vez mais presentes em nosso cotidiano, é possível
perceber desigualdades na distribuição dos efeitos e danos causados por essa
relação não amigável entre o ser humano e a natureza, com certos segmentos mais
vulneráveis que arcam com a carga mais pesada de seus ônus e prejuízos. Isso não
é ocasional, se conectando, muitas vezes, com questões e mazelas já estruturadas
nas dinâmicas da sociedade e se sobrepondo às heranças de marginalizações e
violências, de modo a perpetuar ineficiências e realimentar injustiças para seus
grupos e territórios afetados. O enfoque especial dado aqui, dessa forma, é sobre a
interseção entre o debate do racismo e da justiça ambiental, realizado pela ótica
conceitual do racismo ambiental, que dialoga também com as discussões relativas
à justiça climática e noções como a biopolítica foucaultiana e a necropolítica
mbembiana. Pela relevância de sua discussão e por ocorrer casos nas esferas global
e local, o texto procura estabelecer relações da temática com a influente Agenda do
Desenvolvimento Sustentável, a Agenda 2030, organizada pela ONU, traçando e
identificando potencialidades e limitações para a última em promover não só seus
cobiçados objetivos, mas também sua capacidade de conectar e resultar em esforços
para a mitigação do racismo ambiental. Como recorte de espaço de análise, o texto
levanta alguns casos presentes no município do Rio de Janeiro de racismo ambiental
e como os itens da Agenda, as chamadas ODS, se aplicam. / [en] While the impacts of human actions on the planet and climate change are
increasingly present in our daily lives, it is possible to perceive inequalities in the
distribution of the effects and damages caused by this unfriendly relationship
between human beings and nature, with certain segments being more vulnerable
and bearing the heaviest burden and losses. This is not occasional, often connecting
with issues and ills already structured in the dynamics of society and overlapping
with the legacy of marginalization and violence, in a way that perpetuate
inefficiencies and feedback into injustices to their affected groups and territories.
The specific focus given here is in the intersection between the debate on racism
and environmental justice, carried out from the conceptual perspective of
environmental racism, which also dialogues with discussions related to climate
justice and notions such as the Foucaultian biopolitic and the Mbembian
necropolitic. Due to the relevance of its debate and the occurrence of cases in the
global and local spheres, the text seeks to establish relations between the theme and
the influential Agenda for Sustainable Development, the 2030 Agenda, organized
by the UN, tracing and identifying capabilities and limitations for the latter in not
only promoting its coveted goals, but also its ability to connect and result in efforts
to mitigate environmental racism. As a target for analysis, the text investigates some
cases present in the city of Rio de Janeiro of environmental racism and how the
Agenda items, the so-called SDGs, apply.
Identifer | oai:union.ndltd.org:puc-rio.br/oai:MAXWELL.puc-rio.br:62254 |
Date | 18 April 2023 |
Creators | NINA BOUQVAR |
Contributors | CARLOS FREDERICO DE SOUZA COELHO |
Publisher | MAXWELL |
Source Sets | PUC Rio |
Language | Portuguese |
Detected Language | English |
Type | TEXTO |
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