[pt] Desde sua criação em 1944, o Fundo Monetário Internacional já sofreu
grandes crises de legitimidade; no entanto, após períodos de rejeição e limbo, a
instituição sempre logrou renascer das cinzas; argumentar-se-á que esta aparente
imortalidade do FMI é devida à capacidade da instituição de adequar-se aos novos
ciclos normativos que emergem de crises financeiras. Esta capacidade se
vincularia, por sua vez, à legitimidade da instituição relacionar-se à justificação
de sua atuação em coerência com o propósito para o qual teria sido criada.
Assim, se o discurso que emerge como consenso da análise das crises acusa a
instituição de ter tido parte nas causas da instabilidade, o realinhamento do FMI
à nova norma em ascensão pode resultar em mudanças em sua orientação
prática, como quando após a crise asiática teve sua relevância significativamente
reduzida com a adoção da política de supervisão e liberalização financeira ditada
pelo mercado, e não mais ordenada por si, ao longo dos anos 2000. Já a crise que
se desenvolve, ao final da primeira década do século XXI, com origem nos
maiores produtores de consenso sobre política macroeconômica — Estados
Unidos e União Européia — mostra-se como oportunidade para reajuste do papel
do Fundo em uma posição novamente central, propiciando uma análise dos
interesses diversos que esta instituição, com 187 Estados-membros e potencial de
levantamento de centenas de bilhões de dólares em poucos dias, é capaz de
atender ou suscitar em um cenário de maior equilíbrio financeiro nos países
emergentes e desequilíbrio nos grandes centros. / [en] Since its inception in 1944, the International Monetary Fund has suffered
major crises of legitimacy; however, after periods of rejection and limb, the
institution was always able to rise from the ashes. It will be argued that this
apparent immortality of the Fund is due to its ability to adapt to the new
normative cycles that emerge from financial crises. This ability could be traced to
the relation between the legitimacy of the institution and the justification of its
acts in coherence with the purpose for which it was created. In this sense, if the
discourse that emerges — as a consensus from the analyses of the crises —
accuses the institution of having had a part in the causes of the instability, the
realignment of the IMF to the new ascending norm may result in changes in its
practical orientations, as it happened, for instance, after the Asian crisis, when the
Fund had its relevance significantly reduced with the adoption of a policy of
market-led financial liberalization throughout the decade of 2000, replacing the
former model of IMF-led orderly liberalization. Finally, the crisis developed by
the end of the first decade of the XXI century and that originated in the largest
producers of macroeconomic policy consensus — the United States of America
and the European Union — presents itself as an opportunity for readjustment of
the Fund s role once again in a central position, allowing for the analysis of the
diverse interests that this institution — with its 187 member-States and potential
for raising hundreds of billions of dollars in a few days — is able to meet in a
scenario of greater financial balance among emerging markets, along with the
instability of the great centers.
Identifer | oai:union.ndltd.org:puc-rio.br/oai:MAXWELL.puc-rio.br:19605 |
Date | 06 June 2012 |
Creators | LARISSA HELENA NARCISI REINPRECHT |
Contributors | JOAO FRANKLIN ABELARDO PONTES NOGUEIRA |
Publisher | MAXWELL |
Source Sets | PUC Rio |
Language | Portuguese |
Detected Language | Portuguese |
Type | TEXTO |
Page generated in 0.002 seconds