[pt] O nascimento de um bebê com síndrome de Down, sem
diagnóstico prénatal,
configura um momento potencialmente traumático para seus
pais. Este
acontecimento intervém no exercício da parentalidade,
sobretudo quando esta se
inaugura neste contexto. Investigamos a importância do
preparo das equipes de
saúde em lidar com esta experiência e, assim, propiciar a
emergência do apego e
dos vínculos entre o bebê e os pais. Para tal
empreendimento estudamos as
relações pais-bebê pelo prisma de diversas teorias,
iniciando com a teoria do
apego de John Bowlby, passando pelo eu-pele de Didier
Anzieu e finalizando com
Freud, Winnicott e Bion. Abordamos, ainda, o tema da
construção da
parentalidade com o bebê portador da síndrome de Down e as
suas
especificidades: o luto pelo bebê ideal, o narcisimo
ferido dos pais e as
vicissitudes do trauma. Exploramos o dispositivo de
estimulação precoce e
introduzimos possíveis contribuições do campo da
psicanálise e da psicoterapia da
relação pais-bebê. Pesquisamos este universo através de um
estudo de campo,
realizando entrevistas semi-estruturadas com pais e
profissionais da área. Das
análises do discurso dos sujeitos, cinco categorias
emergiram: o momento da
notícia, o luto, a formação dos laços afetivos, a síndrome
de Down e a
estimulação precoce. Estas categorias foram discutidas em
profundidade, a partir
dos capítulos teóricos. Constatamos que os profissionais
dos centros obstétricos
que comunicam aos pais o diagnóstico do filho e os
terapeutas quando realizam a
estimulação precoce do bebê, em geral, não consideram os
aspectos relacionais
entre os membros do conjunto pais-bebê-profissionais como
parte do próprio
trabalho, e isto, além de gerar diversos impasses nas
maternidade e nos centros de
estimulação precoce, não contribui para a elaboração do
luto pelo bebê ideal por
parte dos pais, nem para o acionamento do potencial
maturativo do bebê e do seu
advento como sujeito. Inovamos, ao propor, então, um
deslocamento da
estimulação precoce do bebê ao acolhimento precoce da
família. / [en] The birth of a child with Down syndrome without a prenatal
diagnosis
configures a potentially traumatic moment for parents.
This event affects the
exercise of parenthood, especially when the later is
inaugurated in this context.
We researched the importance of the preparation of health
teams in dealing with
this experience and, therefore, in fostering attachment
and bonds between infant
and parents. For such project, we studied the parents-baby
relationships trough
the prism of several theories, starting with John Bowlby´s
attachment theory,
passing trough the skin ego from Didier Anzieu and
finalizing with Freud,
Winnicott and Bion. We approached also the theme of the
parenthood
construction with a baby with Down syndrome and its
specificities: the mourning
for the ideal baby, the parents´ hurt narcissism and the
trauma vicissitudes. We
explored the early intervention device and introduced
possible contributions from
the psychoanalysis field and from the infant-parent
psychotherapy. We
researched this universe through a field study, performing
semi-structured
interviews with parents and professionals from this
sector. From the analysis of
the speeches of these subjects five categories were
raised: the moment of breaking
the news, the mourning, the formation of affective bonds,
the Down syndrome
and the early intervention. These categories were
discussed in depth at the theory
chapters. We noted that the professionals from
obstetrician centers that
communicate the child diagnosis to the parents and the
therapists when
performing early intervention in the baby, in general, do
not consider the
relationships aspects of the parent-infant-professionals
group as part of their own
work, and this situation, besides generating several
roadblocks at the maternity
centers and at the early intervention centers, do not
contribute to the elaboration of
the parents´ mourning of the ideal baby, as well as to
driving the maturational
potential of the infant and its advent as subject. We
innovated, when proposing a
displacement of the early intervention of the infant to
the early family welcome.
Identifer | oai:union.ndltd.org:puc-rio.br/oai:MAXWELL.puc-rio.br:9774 |
Date | 11 April 2007 |
Creators | FERNANDA TRAVASSOS RODRIGUEZ |
Contributors | TEREZINHA FERES CARNEIRO |
Publisher | MAXWELL |
Source Sets | PUC Rio |
Language | Portuguese |
Detected Language | English |
Type | TEXTO |
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