Return to search

Repertórios discursivos sobre cotas raciais e suas implicações no tratamento de alunos cotistas

Made available in DSpace on 2015-05-14T13:16:07Z (GMT). No. of bitstreams: 1
arquivototal.pdf: 1932213 bytes, checksum: 9e24f1a24cc6f7b4eff28e82f497f576 (MD5)
Previous issue date: 2012-02-24 / Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior - CAPES / This study is inserted into the context of Affirmative Action (AA) from racial quotas type in public higher education institutions. Thus, towards the profound discrimination against blacks in Brazil, the objective of this dissertation was to investigate the possible relationship between the discursive repertories about racial quotas and the perception of discrimination against black quota holders. For this purpose, it was developed two studies supported by theoretical constructs about the new forms of prejudice and racism.
In Study 1, it was investigated the discursive repertories of university students about quotas for blacks in public higher education institutions. University students (n = 105), most female (55%) aged between 18 and 58 years (m = 23.6, sd = 6.79) answered a questionnaire consisting of socio-demographic questions, and an open question, considering the students opinion facing racial quotas. The Alceste software analysis revealed three major discursive classes showing opposition to racial quotas. The more representative speech (Class 3 63.20%) explained the opposition to quotas based on the idea that blacks and whites are equal. Study 2, with an almost experimental profile, aimed to analyze how discursive contexts about the implementation of racial quotas in public higher education institutions could relate to the high school students opinion (n = 581) - from public and private schools in João Pessoa / PB - facing the possibility of discrimination of quota students. Most were students from private schools (52%) and women (57%), age variation from 15 to 35 years old (m = 17; sd = 1.16), having responded to an instrument composed of socio-demographic questions and three questions about how the quota holder could be treated, respectively, by teachers, colleagues and employers. From the content analysis of the participants answers, six categories were given: holders are less capable, we are all equal, quotas are unfair, there will be prejudice, depends on the holders ability, depends on the other (employer/colleague/teacher). However, no significant effect on the types of discursive contexts in the categories that emerged about the treatment of colleagues was found [χ ² (12) = 13.614; p = 0.326] and teachers [χ ² (15) = 9.988; p = 0.820]. There was a significant effect only in the types of discursive contexts of treatment on the categories of employers [χ ² (12) = 34.909; p < 0,001]. It was found a significant effect of school type in the categories about the treatment of colleagues [χ ² (4) = 116,839; p < 0.001], teachers [χ ² (5) = 102.775; p < 0.001] and future employers [χ ² (4) = 41,632, p < 0.001]. Thereby, social belonging, being from public or private school, was more important to explain the treatment to the quota holder than the types of speeches about quotas. Overall, the results of this research reported, on the one hand, that resistance to the implementation of affirmative policies for blacks has speeches that justify its use based on equality to legitimize inequality between blacks and whites. On the other hand, the evidence that there will be prejudice against the quota holder suggests the social relevance of this study to develop strategies to combat prejudice and discrimination against black quota holders. / Este estudo se insere no contexto das Ações Afirmativas (AA) do tipo cotas raciais em Instituições de Ensino Superior (IES) públicas. Desse modo, diante da profunda discriminação existente contra negros no Brasil, o objetivo geral desta dissertação foi investigar as possíveis relações entre os repertórios discursivos sobre as cotas raciais e a percepção de discriminação dos cotistas negros. Para tanto, foram desenvolvidos dois estudos sustentados nas construções teóricas acerca das novas formas de expressão do preconceito e do racismo. No Estudo 1, procurou-se investigar os repertórios discursivos de estudantes universitários acerca das cotas para negros em IES públicas. Os estudantes universitários (n = 105), a maioria do sexo feminino (55%) com idades entre 18 e 58 anos (M = 23,6; DP = 6,79), responderam a um instrumento composto por questões sociodemográficas, além de uma questão aberta, contemplando o posicionamento dos estudantes frente às cotas raciais. A análise a partir do software Alceste evidenciou três grandes classes discursivas com conteúdos de oposição às cotas raciais. O discurso mais representativo (Classe 3 - 63,20%) apontou para oposição às cotas baseada na idéia de que negros e brancos são iguais. O Estudo 2, com um delineamento quase-experimental, buscou analisar como contextos discursivos acerca da implantação de cotas raciais em IES públicas poderiam se relacionar com o posicionamento de estudantes de Ensino Médio (n = 581) de escolas públicas e privadas de João Pessoa/PB frente à possibilidade de discriminação de alunos cotistas. A maioria eram alunos de escolas privadas (52%) e mulheres (57%), com idades variando de 15 a 35 anos (M = 17; DP = 1,16), tendo respondido a instrumento composto por questões sociodemográficas e três questões acerca de como o cotista poderia ser tratado, respectivamente, por professores, colegas e empregadores. A partir da análise de conteúdo realizada sobre as respostas dos participantes, emergiram seis categorias: cotistas são menos capazes, somos todos iguais, cotas são injustas, haverá preconceito, depende da habilidade do cotista, depende do outro (empregador/colega/professor). No entanto, as análises do Teste de Associação do Qui-quadrado não demonstraram efeitos significativos dos tipos de contextos discursivos nas categorias que emergiram acerca do tratamento de colegas e professores. Os tipos de contextos discursivos tiveram efeito significativo apenas sobre as categorias do tratamento de empregadores. No entanto, o tipo de escola apresentou efeito significativo nas categorias acerca do tratamento de colegas, professores e futuros empregadores. Assim, a pertença social, ser de escola pública ou privada, foi mais importante para explicar o tratamento destinado ao cotista do que os tipos de discursos existentes sobre as cotas. No geral, os resultados desta investigação denunciaram, por um lado, que a resistência à implantação de políticas afirmativas para negros utiliza discursos justificadores com base na igualdade para legitimar condições de desigualdade entre negros e brancos. Por outro, a evidência de que haverá preconceito contra o cotista sugere a relevância social deste estudo na elaboração de estratégias de combate ao preconceito e discriminação em relação aos cotistas negros.

Identiferoai:union.ndltd.org:IBICT/oai:tede.biblioteca.ufpb.br:tede/6896
Date24 February 2012
CreatorsTavares, Talita Leite
ContributorsTorres, Ana Raquel Rosas
PublisherUniversidade Federal da Paraí­ba, Programa de Pós-Graduação em Psicologia Social, UFPB, BR, Psicologia Social
Source SetsIBICT Brazilian ETDs
LanguagePortuguese
Detected LanguageEnglish
Typeinfo:eu-repo/semantics/publishedVersion, info:eu-repo/semantics/masterThesis
Formatapplication/pdf
Sourcereponame:Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UFPB, instname:Universidade Federal da Paraíba, instacron:UFPB
Rightsinfo:eu-repo/semantics/openAccess
Relation7304211197885395406, 600, 600, 600, 600, -4612537233970255485, 3411867255817377423, 3590462550136975366

Page generated in 0.0029 seconds