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Construções de significados acerca do adoecimento e da morte nas narrativas de crianças com câncer

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Previous issue date: 2010 / Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico / As narrativas surgem para ordenar a experiência alterada por uma ruptura no seu
estado normal ou canônico. Uma vez que o câncer pode ser considerado uma
experiência excepcional e que remete à possibilidade de morte, partimos do
princípio de que crianças que se encontram frente a esta realidade constroem
narrativas para tentar explicar o que acontece com elas. A partir disso surgiu o
interesse de estudar a seguinte faceta da criança doente e sua relação com a
morte: as construções de significados. Para tanto optamos por fazer uso da
narrativa a fim de adentrarmos no processo de construção de significados. A
questão norteadora de nosso estudo foi: crianças com um maior tempo de
tratamento e, consequentemente, um maior tempo com uma vida alterada pela
doença, apresentariam em suas narrativas característica(s) que as distinguiriam
das narrativas das crianças com menos tempo de tratamento? Desta forma, o
objetivo deste estudo foi investigar como ocorrem as construções de significados
acerca do adoecimento e da morte nas narrativas de crianças com câncer em
etapas distintas do tratamento oncológico. Para atingir esse objetivo sessões de
brincadeira foram realizadas com seis crianças em tratamento oncológico, 3
crianças em início de tratamento (0-6 meses de tratamento), e 3 crianças com 1-2
anos de tratamento. As sessões de brincadeira foram filmadas e posteriormente
transcritas. O material transcrito das sessões foi inicialmente analisado de acordo
com seu tema. Em um segundo momento, categorizamos esse material como
sendo narrativa ou não. Em seguida, das narrativas identificadas, selecionamos
aquelas que remetiam ao foco de nosso estudo: adoecimento e morte, e
realizamos a análise da enunciação destas. A análise dos dados demonstrou que
as crianças com um maior tempo de tratamento apresentam a tendência de
finalizar suas narrativas com a morte de seus personagens e que as crianças com
menos tempo de tratamento tendem a apresentar narrativas que relacionam a
quimioterapia ao mal-estar que ela ocasiona, assim como narrativas que
relacionam a sua doença a uma constante monitoração com as taxas relativas à
imunidade. Esses resultados apontam para a necessidade de uma maior atenção à
forma como as crianças falam do seu adoecimento e da subsequente possibilidade
de morte no decorrer do tratamento oncológico, a fim de que possamos atentar
para a diversidade dos momentos de tratamento, compreendendo que esses
configuram diferentes relações da criança para com sua doença e a morte

Identiferoai:union.ndltd.org:IBICT/oai:repositorio.ufpe.br:123456789/8012
Date31 January 2010
CreatorsMaria de Aquino Silva, Ana
ContributorsDe Conti, Luciane
PublisherUniversidade Federal de Pernambuco
Source SetsIBICT Brazilian ETDs
LanguagePortuguese
Detected LanguagePortuguese
Typeinfo:eu-repo/semantics/publishedVersion, info:eu-repo/semantics/masterThesis
Sourcereponame:Repositório Institucional da UFPE, instname:Universidade Federal de Pernambuco, instacron:UFPE
Rightsinfo:eu-repo/semantics/openAccess

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