O estudo das dimensões psicossociais do trabalho tem aumentado em importância nas últimas décadas, devido ao novo contexto político e econômico mundial de globalização, que determina mudanças no mundo do trabalho e expõe trabalhadores a fatores de risco ocupacional, entre eles o estresse. A categoria profissional do Agente Comunitário de Saúde (ACS), criada no contexto das reformas sanitárias atravessadas pelo Brasil desde a década de 80, tem como um dos principais propósitos atuar na reorganização do sistema de saúde do país. O ACS tem como especificidade e pré-requisitos a necessidade de ser morador da região atendida pela Equipe de Saúde da Família, fato este responsável por um aspecto único dentro do estudo na área de saúde do trabalhador. Nesse cenário o enfermeiro exerce papel de liderança e possui uma característica marcante, que é a manutenção de constante contato com a comunidade, realizando atividades de grande interação com os ACS, devendo evitar ou minimizar fatores estressores e possíveis agravos à saúde no âmbito da Saúde do Trabalhador.
O presente estudo tem como objeto o trabalho do ACS como gerador de estresse ocupacional no Programa de Saúde da Família. Tem como objetivo geral discutir o estresse ocupacional na percepção dos ACS no PSF, numa Área Programática do Município do Rio de Janeiro. Trata-se de um estudo descritivo e de abordagem qualitativa. O cenário do estudo foram Unidades de Saúde da Família do Município do Rio de Janeiro, e os sujeitos 32 ACS inseridos em três módulos do PSF. A coleta de dados foi realizada através de entrevistas individuais semi-estruturadas, organizadas e analisadas utilizando a metodologia da Análise de Conteúdo, a partir da qual foram identificadas as seguintes categorias: frustração, trabalho do ACS, representação do trabalho, processo de trabalho, o estresse e relação trabalho x saúde. Os resultados identificam o baixo reconhecimento interferindo na produtividade e na auto-estima, excessiva intensidade e ritmo empregados no trabalho, valorização da burocracia na execução do trabalho, violência como fator de insegurança e reconhece a interferência do estresse na saúde tanto física quanto psíquica. A análise do trabalho do ACS atuante no PSF aponta aspectos que dificultam sua plena atuação, assim como a prática estende-se para além dos conceitos normatizados contidos nas Portarias e outros instrumentos que regulamentam suas atribuições. O trabalho real representa um universo mais complexo e rico do que o trabalho prescrito, que nesse estudo, apresentou-se como fonte geradora de tensão, adoecimento e mal estar, expresso nas vocalizações de queixas. / The study of the psychosocial dimensions of work has increased in importance in recent decades, due to the new political and economic world of globalization, which determines changes in the world of work and workers exposed to occupational risk factors, including stress. The professional category of the Community Health Agent (ACS), established in the context of health reforms sweeping through Brazil since 80th, is one of the main purposes of the act to reorganize the health system in the country. The ACS has the specificity and pre-requisites need to be resident of the area served by the Health Team of the Family, a fact accounted for a unique look into the study in the area of occupational health. In this scenario the nurse plays a role of leadership and has a hallmark, which is maintaining constant contact with the community, performing activities of great interaction with the ACS and avoid or minimize stress factors and possible health problems within the Health worker.
This paper studied the work of the ACS as a generator of occupational stress in the Program of Family Health. Aims to discuss general occupational stress as perceived by the ACS PSF in a program area of the city of Rio de Janeiro. This is a descriptive and qualitative approach. The scenario of the study were units of Family Health in Rio de Janeiro, and 32 subjects ACS entered into three modules of the PSF. Data collection was conducted through individual interviews semi-structured, organized and analyzed using the methodology of content analysis, from which we identified the following categories: frustration, work from ACS, representation of the work, process of the work, the relationship between work stress x health. The results indicate low recognition interfering with productivity and self-esteem, excessive intensity and rhythm employees at work, promoting the bureaucracy of execution, violence as a factor of insecurity and recognizes the influence of stress on health both physical and mental. Analysis of work of the ACS PSF points active in issues that hinder their full performance, and the practice extends beyond the standardized concepts contained in the Regulations and other instruments governing its mission. The real work is a universe more complex and richer than the prescribed work, which in this study, presented as a source of stress, illness and discomfort, expressed in the vocalizations of complaints.
Identifer | oai:union.ndltd.org:IBICT/urn:repox.ist.utl.pt:UERJ:oai:www.bdtd.uerj.br:1555 |
Date | 04 February 2010 |
Creators | Luiz Fernando Boiteux Santos |
Contributors | Helena Maria Scherlowski Leal David, Joanir Pereira Passos, Norma Valéria Dantas de Oliveira Souza |
Publisher | Universidade do Estado do Rio de Janeiro, Programa de Pós-Graduação em Enfermagem, UERJ, BR |
Source Sets | IBICT Brazilian ETDs |
Language | Portuguese |
Detected Language | Portuguese |
Type | info:eu-repo/semantics/publishedVersion, info:eu-repo/semantics/masterThesis |
Format | application/pdf |
Source | reponame:Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UERJ, instname:Universidade do Estado do Rio de Janeiro, instacron:UERJ |
Rights | info:eu-repo/semantics/openAccess |
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