A trajetória do Partido dos Trabalhadores, sobretudo a partir do início da década de 90, se notabilizou por um distanciamento cada vez maior de suas bases sociais, de suas práticas organizativas e de seu projeto político de transformação da sociedade brasileira. Diante disso, o chamado trabalho de base, que caracterizou a construção dos movimentos populares e sindicais que ajudaram a formar o partido durante as décadas de 70 e 80, foi sendo abandonado como estratégia de construção política. O resultado foi o retrocesso organizativo e político da classe trabalhadora, agora enxergada pelos dirigentes do partido meramente como massa eleitoral e uma conseqüente dificuldade, ou mesmo impossibilidade, de mobilizar a classe para a luta por seus direitos e, em última instância, para a transformação das estruturas da sociedade brasileira. Retomando momentos importantes da história dos movimentos populares no Brasil - principalmente as primeiras décadas do século, marcada pela hegemonia do anarco-sindicalismo, bem como a década de 70, em que as CEBs foram protagonistas da organização dos movimentos populares fomos buscar elementos que nos permitam resgatar as principais características que marcaram o trabalho de base realizado por tais organizações da classe trabalhadora, a fim de que sirvam de elementos para a reflexão a respeito da necessária retomada do trabalho de base no interior das classes populares no Brasil contemporâneo, marcada pela hegemonia de um projeto que não contempla as verdadeiras necessidades do povo brasileiro. Finalmente, buscamos, na recente experiência de organização de movimentos populares urbanos surgidos na última década na Argentina, algumas práticas e reflexões que podem nos ajudar a pensar o desafio posto para a esquerda brasileira nos dias de hoje. / The trajectory of the Labor Party, especially since the early 90s, was emphasized by a growing divide their social bases, their organizational practices and their original political project of transformation of Brazilian society. Given this, the \"ground work\" that characterized the construction of popular movements and unions that helped shape the party during the 70\'s and 80\'s, was abandoned as a strategy for political integration. The result was the decline and organizational politics of the working class, then see the party leaders as merely \"electoral weight\" and a consequent difficulty, if not impossible, to mobilize the class to fight for their rights and, ultimately, to structural change in Brazilian society. Picking up moments in the history of popular movements in Brazil - especially the first decades of the century, marked by the hegemony of anarcho-syndicalism, and the 70, where CEBs were protagonists of the organization of popular movements - we get indication on allow rescue the main characteristics that marked the \"ground work\" done by these organizations of the working class in order to serve as elements for reflection on the necessary revival of \"basic work\" within the popular classes in contemporary Brazil marked by the hegemony of a project that does not address the real needs of the Brazilian people. Finally, we look at the recent experience of organizing urban popular movements have arisen in the last decade in Argentina, and some practical considerations that can help us think about the challenge posed to the Brazilian left today.
Identifer | oai:union.ndltd.org:usp.br/oai:teses.usp.br:tde-30072010-104834 |
Date | 24 May 2010 |
Creators | Gaspar, Marco Aurelio Fernandes |
Contributors | Goncalves Filho, Jose Moura |
Publisher | Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP |
Source Sets | Universidade de São Paulo |
Language | Portuguese |
Detected Language | Portuguese |
Type | Tese de Doutorado |
Format | application/pdf |
Rights | Liberar o conteúdo para acesso público. |
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