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Castigo e crime

Tese (doutorado) - Universidade Federal de Santa Catarina, Centro de Ciências da Educação, Programa de Pós-Graduação em Educação, Florianópolis, 2016 / Made available in DSpace on 2016-09-20T04:38:31Z (GMT). No. of bitstreams: 0
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339964.pdf: 1536418 bytes, checksum: 3f481ba0f7c87ff8d830539b46f5ce0c (MD5) / A presente pesquisa permitiu defender a tese de que as instituições voltadas à proteção de adolescentes como setores especializados da justiça e a escola mobilizam saberes limitados, obtusos e preconceituosos sobre os processos atuais da adolescência, promovendo violências diversas travestidas de justiça, pois aparentam proteger e formar, mas ao contrário disso, potencializam as condutas de risco dos adolescentes criminalizados. A metodologia desenvolvida está centrada no interacionismo simbólico e inspirada na etnografia, com a combinação de uma série de recursos, sendo eles: diário de campo; análise documental; observação participante; e entrevistas. Nesta perspectiva, dezesseis adolescentes criminalizados, em situação de semiliberdade, que vivem em uma Casa de Acolhimento contam suas trajetórias de vida e ênfase na escolarização. Suas vozes ouvidas muitas vezes em entrevistas formais, em acompanhamento aos afazeres de suas vidas cotidianas, e misturadas nos atendimentos profissionais das instituições escolares e de justiça, revelam suas condutas de risco como o esforço pessoal de encontrar sentido numa sociedade hostil; como ponto de fuga para as misérias de um mundo que inclui a pobreza material, e que ultrapassa em medidas cruéis. São eles que nos contam sobre as injustiças de nascer pobre, num país em que a corrupção graça e se materializa nas instituições públicas. São eles também que nos contam como se organiza o sistema punitivo, as torturas e mortes. Algumas vozes dos profissionais do sistema de justiça e do sistema educativo foram destacadas para melhor compreensão de como as instituições se organizam e movimentam uma pseudorrealidade, em que estar na escola não assegura aprendizagem e encontrar o sistema de justiça não promove a vida boa, mas ao contrário, atuam num projeto não explícito, mas concreto de punir o já punido, de ao castigado, impor o crime e a exclusão. A análise dessas trajetórias se deu à luz da sociologia, em especial da teoria das condutas de risco de adolescentes, produzida por David Le Breton. <br> / Abstract : The current research allowed the defense of the thesis that the institutions aimed at juvenile protection as justice and school s expert sectors mobilize limited, obtuse and prejudiced knowledge about the current adolescent processes, promoting violence disguised as justice, for they appear to protect and form, but instead potentiate the risk behaviors of criminalized adolescents. The developed methodology is centered in the symbolic interactionism, and is inspired by ethnography combining a series of resources, such as: field diary; documental analysis; participative observation; and interviews. Under this perspective, sixteen criminalized adolescents in a semi-freedom situation, living in a foster home, tell their lives and scholar trajectories. Their voices are heard uncountable times in formal interviews, in monitoring the affairs of their daily lives, and mixed in the professional services of educational and justice institutions, revealing their risk conducts as their personal efforts for finding meaning in a hostile society; as an escaping route away from the miseries of a world that includes material poverty, and that surpasses in cruel measures. They are the ones who tell us about the injustices of being born in poor families, in a country in which corruption materializes itself in public institutions. They are also the ones who tell us how the punitive system is organized, including tortures and deaths. Some voices of professionals of the educational and justice systems were highlighter for a better comprehension of how the institutions are organized and how they drive a pseudo-reality in which being at school does not guarantee learning, and in which finding the justice system does not promote a good life on the contrary, they act in a non-explicit project, but a project nonetheless concrete for punishing those already punished, for imposing crime and exclusion to the beaten ones. The analysis of these trajectories happened in the light of sociology, especially arising from the theory of adolescent s risk conducts produced by David Le Breton.

Identiferoai:union.ndltd.org:IBICT/oai:repositorio.ufsc.br:123456789/167953
Date January 2016
CreatorsRocha, Júlia Siqueira da
ContributorsUniversidade Federal de Santa Catarina, Valle, Ione Ribeiro, Le Breton, David
Source SetsIBICT Brazilian ETDs
LanguagePortuguese
Detected LanguageEnglish
Typeinfo:eu-repo/semantics/publishedVersion, info:eu-repo/semantics/doctoralThesis
Sourcereponame:Repositório Institucional da UFSC, instname:Universidade Federal de Santa Catarina, instacron:UFSC
Rightsinfo:eu-repo/semantics/openAccess

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