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Exposição à violência comunitária durante o trabalho e seus efeitos na prática profissional na estratégia saúde da família: um estudo de corte-transversal no município de São Paulo / Exposure to community violence during work and its effects on professional practice in the Primary Health Care: a cross-sectional study in the city of São Paulo, Brazil

Ainda são incipientes os estudos que abordam os obstáculos enfrentados pelos profissionais da Estratégia de Saúde da Família (ESF) para executar suas atribuições no cotidiano do trabalho, porém, a violência comunitária já tem sido apontada como um desafio por alguns estudos, principalmente nos grandes centros urbanos. Este estudo tem como objetivo estimar a prevalência da exposição à violência no local de trabalho e investigar a sua associação com as alterações na prática profissional (deixar de realizar visitas, circular pelo território, notificar casos de violência, seguir pacientes agendados e abordar temas em saúde), em uma amostra representativa dos trabalhadores das equipes da ESF do município de São Paulo. Foi realizado um estudo transversal, que utilizou os dados do estudo PANDORA-SP (Panorama of Primary Health Care Workers in São Paulo, Brazil: Depression, Organizational Justice, Violence at Work, and Burnout Assessments), que avaliou 2.940 trabalhadores da ESF. A exposição à violência nos últimos doze meses (vitimização direta, indireta ou ambas) e as alterações na prática profissional foram avaliadas por meio de dois questionários estruturados. Após análise descritiva e bivariada, analisamos a associação entre exposição à violência e alteração na prática profissional por meio de modelos de Regressão de Poisson brutos e ajustados com cálculo da Razão de Prevalência e Intervalos de 95% de confiança. A prevalência de exposição à violência no trabalho foi de 57,8%(n=1.699), sendo que 17,11%(n=503) dos trabalhadores relataram ter sido vítimas direta e indireta de violência nos últimos doze meses. Referiram alteração na prática profissional 34,9% dos trabalhadores entrevistados. Ser exposto à violência no local de trabalho mostrou-se associado à alteração na prática profissional, sendo que a magnitude da associação aumentou com o acúmulo de exposição. Profissionais expostos à violência direta e indireta deixaram de notificar casos de violência (RPaj= 3,00; IC95%:2,22-4,04), de realizar visita domiciliar (RPaj=2,98;IC95%: 2,40-3,69), de circular pelo território (RPaj=4,23;IC95%: 3,15- 5,67), de abordar temas em saúde (RPaj=2,66;IC95%: 1,99-3,55) e de seguir a sequência de pacientes agendados (RPaj=4,73;IC95%: 2,78-8,05) mais frequentemente do que os não expostos. Para \"qualquer alteração na prática\", a RP ajustada foi de 2,56 (IC95%: 2,20-2,98) quando expostos a ambos os tipos de vitimização. As elevadas razões de prevalência encontradas em cada um dos desfechos revelam o impacto da exposição à violência no processo de trabalho dos profissionais da APS. As alterações na prática profissional diminuem a qualidade da assistência prestada à comunidade e, por fim, podem ser um obstáculo para a consolidação dos princípios do SUS / Although the studies regarding the challenges faced by Primary health care professionals are still inceptives, some of them already point out community violence as an issue, mainly at the large urban centers. This study main goal is to estimate the workplace violence exposure and the impacts over professional practices (stop making home visits, stop walking on neighbourhood, stop notifying violence situations, stop following scheduled patients sequence and stop discussing health topics) with a relevant FHS\'s teams data sample from São Paulo city at Brazil. A cross-sectional study was made with data from the PANDORA-SP study (Panorama of Primary Health Care Workers in São Paulo, Brazil: Depression, Organizational Justice, Violence at Work, and Burnout Assessments), which has evaluated 2,940 primary care workers from the FHS. Violence exposure in the previous 12 months and the impact on professional practice has been assessed with 2 structured surveys. After descritive and bivariate analysis the association between exposure to violence and professional practice was assessed using crude and adjusted Poisson Regression Models. Prevalence Ratios and 95% Confidence Intervals were calculated. The prevalence of exposure to violence at work was 57.8% (n=1,699), and 17.11% (n=503) reported suffered both direct and indirect violence at last 12 months. 34.9% workers reported impacts over professional practices. An association was found between exposure to violence and impacts over professional practices, with higher association magnitudes directly related to higher exposures. Professionals exposed to direct and indirect violence failed to report cases of violence (RPaj = 3.00, 95% CI: 2.22-4.04), to carry out home visits (RPaj = 2.98, 95% CI: 2.40- (RPaj = 4.23, 95% CI: 3.15-5.67), to address health issues (RPaj = 2.66, 95% CI: 1.99-3.55) and to follow the sequence of scheduled patients (RPaj = 4.73, 95% CI: 2.78-8.05) more frequently than the nonexposed. For \"any change in practice\" the adjusted PR was 2.56 (95% CI: 2.20-2.98) when exposed to both types of victimization. The Primary Health Care professionals had their work\'s processes impacted due to violence exposure, which can be noted on the high prevalence ratio found on each outcome. Those impacts degrades the community care service quality and therefore can represent an obstacle to SUS\' principles consolidation

Identiferoai:union.ndltd.org:usp.br/oai:teses.usp.br:tde-25082017-090300
Date14 June 2017
CreatorsLima, Thais Fonseca
ContributorsPeres, Maria Fernanda Tourinho
PublisherBiblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Source SetsUniversidade de São Paulo
LanguagePortuguese
Detected LanguagePortuguese
TypeDissertação de Mestrado
Formatapplication/pdf
RightsLiberar o conteúdo para acesso público.

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