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As relações de cuidado transpessoal no acompanhamento pastoral do soro-positivo: um estudo de caso

Amamos a vida e temos muitos planos para ela. Nem sequer queremos pensar na
brevidade dos nossos dias ou, ainda, que estamos aqui só de passagem. Por mais
dura que a vida nos pareça, nossos corações estão sempre cheios de esperanças e
de ideias maravilhosas para nosso casamento, nossos filhos, nosso trabalho, nossos
parentes e amigos, nossos investimentos, nosso patrimônio, nossos interesses,
nossas aspirações, nossos passatempos e prazeres. Contudo, todos nós somos
vulneráveis ao ataque súbito de uma doença grave. Moléstias que apresentam risco
de vida não conhecem fronteiras; elas não atingem apenas o CORPO humano, elas
desolam também o SER humano. A doença não compromete apenas a integridade
biológica, ela também compromete significativamente a integridade pessoal. O HIV,
por exemplo, com sua malignidade devastadora, arrasa o sistema imunológico e
provoca desolações mentais, morais, emocionais, sociais, familiares, religiosas e
culturais. A AIDS se fundamenta sobre a afirmação de elementos estigmatizantes e
excludentes, como o sexo, a culpa e a morte. Aqui então compreendemos que o
cuidado transpessoal oferecido no acompanhamento pastoral do soro-positivo é
componente indispensável em um processo terapêutico humanitário, integrado e
bem sucedido. O cuidado pastoral é confortante, é poderoso, comunica segurança e
autoridade, acalma as tensões, administra os conflitos, monitora as emoções e
vitaliza as instâncias superiores da pessoa enferma, ele comunica uma força de vida
que não é simplesmente biológica, mas a vida cônscia, vida emocional, vida
pessoal. Ele oferece proteção emocional, mental, moral, espiritual e pessoal mais do
que qualquer outra forma de acompanhamento. Nas relações de cuidado com
pessoas portadoras de doenças irremediáveis, entendemos ser necessário integrar
a visão de vida e morte no contexto da existência terrena. É certo que vive melhor e
mais livre quem se sente preparado para morrer, quem consegue encarar a morte
com naturalidade, como um acontecimento que compõe nossa experiência na Terra.
Quando o cenário muda e temos de enfrentar a morte em seus processos, o
acompanhamento pastoral torna-se uma força indispensável e significativa para
quem enfrenta o final da jornada. / We love the life and we have many plans for it. We do not want even to think about
the brevity of our days or that we are just passing through. However hard our life
seems to us, our hearts are always full of hopes and wonderful ideas for our
marriage, our children, our work, our relatives and friends, our investments, our
patrimony, our interests, our aspirations, our pastimes and pleasures. However, we
are all vulnerable to the sudden attack of a serious disease. Illnesses which put our
lives at risk do not know any frontiers; they do not just attack the human BODY, they
also desolate the human BEING. Disease does not just jeopardize the biological
integrity; it also endangers the personal one. HIV, for instance, with its wasting
evilness, devastates the immunological system and provokes mental moral emotional
social domestic religious and cultural desolations. AIDS is based on the assertion of
excluding and branding elements like sex, guilt and death. In this research we
understand that the transpersonal care offered in pastoral attendance of HIV serum
positive is an indispensable element in an integrated humanitarian and successful
therapeutic process. Pastoral care is comforting and powerful; it communicates
safety and authority; it manages conflicts; it monitors emotions and it revitalizes the
superior instances of the sick person. It communicates a life force that is not just
biological, but also aware, emotional and personal. It offers emotional mental moral
spiritual and personal protection more than any other attendance form. In care
relationships with people who have incurable diseases, we think that it is necessary
to integrate a life and death understanding in the context of earth-bound existence. It
is true; the one who feels prepared to die, who can naturally face the death like an
event that integrates our experience of living lives better and freer. When the scenery
changes and we have to face the death in this process, the pastoral attendance
becomes an indispensable and significant force for those who face the end of the
journey.

Identiferoai:union.ndltd.org:IBICT/oai:est.edu.br:182
Date05 January 2010
CreatorsHerinaldo de Santa Rosa Júnior
ContributorsLaura Franch Schmidt da Silva, Lothar Carlos Hoch
PublisherFaculdades EST, Programa de Teologia, EST, BR
Source SetsIBICT Brazilian ETDs
LanguagePortuguese
Detected LanguagePortuguese
Typeinfo:eu-repo/semantics/publishedVersion, info:eu-repo/semantics/masterThesis
Formatapplication/pdf
Sourcereponame:Biblioteca Digital de Teses e Dissertações do EST, instname:Faculdades EST, instacron:EST
Rightsinfo:eu-repo/semantics/openAccess

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