Return to search

Pátria, nação, povo brasileiro na produção didática de Manoel Bomfim e Olavo Bilac: Livro de Leitura (1899) e Atravez do Brasil (1910)

Made available in DSpace on 2016-04-27T16:34:09Z (GMT). No. of bitstreams: 1
Alexsandro do Nascimento Santos.pdf: 1202723 bytes, checksum: 66d7813298123c23e66c3cbf66dbdca0 (MD5)
Previous issue date: 2010-08-18 / Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior / This research examined the didactic production of Manoel Bomfim and Olavo Bilac,
choosing the works Prática da Lingua Portugueza Livro de Leitura para o Curso
Complementar (1899) e Atravez do Brasil Livro de Leitura para o Curso Médio (1910). In
view of cultural studies and based on the understanding of the textbook as a cultural product and
a device powered by the State for the production and dissemination of a cultural selection,
which among other things, points out memories and identities considered legitimate for the
nation, investigated are the contexts of production and circulation of these two works, outlining
his entry in the history of teaching s editions and the process of institutionalization of the school
in Brazil (late nineteenth and early twentieth century) in which gain prominence and public
agenda in the intellectual struggles surrounding the narratives about the homeland , the nation
and around the binominal race/Brazilian people.
The privileged sources during the investigation beyond the works themselves were the
biographies of the authors and their bibliographies, biographies of the editor (Francisco Alves)
produced by scholars of the period, records of contemporary writers to authors, especially those
tied to their networks of sociability (in autobiographies or equivalent) and catalogs editorials,
studies and research on the history of teaching s editions in Brazil and the debate around the
issue of race that established itself as the public agenda in the period. For the treatment of
sources, we attempted to establish dialogue between the records and voices of the discourse in
order to identify theirs points of similarity, contradiction and mutual understanding.
The investigation concluded that the works were produced and circulated in the context
of the institutionalization of school in Brazil where the textbooks have become more specific
contours and in the field of teaching reading, vie for hegemony on the formal model, the
anthologies, narratives in single book, books in series and the contract activity, and the first of
the works studied fits the model and the second anthology of works fits into the narrative model
into a single book. Concluded further that the treatment given to issues of nationality, country
and race / Brazilians in the two works presents a narrative that legitimized the independence of
Brazil as the nation's founding in march, not giving treatment, or even explicitly laudatory
applicant to the Republic, builds and presents a territory particularly rich and valuable from the
standpoint of natural and also the constructions of 'progress' (railroads, construction of
infrastructure, industries), shall elect as a model of the Brazilian people the scrub type,
preserving the distinction between the scrub and the backcountry coastal scrub, but proposing
an interpretation of these two types as 'moments' evolution of the nation and outlines a different
approach to arrays black / African, Indian and Portuguese / European in the formation of
Brazilian nationality in which the first is recognized as a victim of slavery, but valuable for this
patriotism, his ability to work and their participation in the civilizing process and the second is
outlined as naive, bellicose, tough to civilization, but should it be earned / Esta pesquisa analisou a produção didática de Manoel Bomfim e Olavo Bilac, elegendo
as obras Prática da Língua Portugueza Livro de Leitura para o Curso Complementar, de
1899 e Atravez do Brasil Livro de Leitura para o Curso Médio, de 1910. Na perspectiva dos
estudos da História Cultural e partindo da compreensão do livro didático como produto cultural
e um dos dispositivos acionados pelo Estado para a produção e disseminação de uma seleção
cultural que, entre outras coisas, assinala memórias e identidades consideradas legítimas para a
nação, investigou-se os contextos de produção e circulação dessas duas obras, delineando a sua
inscrição na história das edições didáticas e no processo de institucionalização da escola no
Brasil (final do século XIX e início do século XX) em que ganham relevo e agenda pública as
disputas intelectuais em torno das narrativas sobre a Pátria , a Nação , e o em torno do
binômio raça/povo brasileiro.
As fontes privilegiadas durante a investigação, além das próprias obras, foram as
biografias dos autores e suas bibliografias, as biografias do editor (Francisco Alves) produzidas
por estudiosos do período, registros de escritores contemporâneos aos autores, especialmente os
vinculados às suas redes de sociabilidades, (em auto-biografias ou equivalentes) periódicos e
catálogos editorais, estudos e investigações acerca da história das edições didáticas no Brasil e
sobre o debate em torno da questão racial que se estabeleceu como agenda pública no período.
Para o tratamento das fontes, buscou-se estabelecer com o diálogo entre os registros e vozes
presentes nos discursos, a fim de identificar seus pontos de similitude, contradição e
compreensão mútua.
A investigação concluiu que as obras foram produzidas e circularam no contexto de
institucionalização da escola no Brasil em que os livros didáticos vão ganhando contornos
específicos e, no campo do ensino da leitura, disputam a hegemonia quanto ao modelo formal,
as antologias, as narrativas em livro único, os livros em série e os cadernos de atividade, sendo
que a primeira das obras estudadas se enquadra no modelo de antologias e a segunda das obras
se enquadra no modelo de narrativa em livro único. Concluiu, ainda, que o tratamento dado às
questões de nacionalidade, pátria e raça/povo brasileiro nas duas obras apresenta uma narrativa
legitimadora da Independência do Brasil como marco fundador da nação, não conferindo
tratamento explicitamente elogioso ou mesmo recorrente à República, constrói e apresenta um
território nacional sobretudo rico e valoroso do ponto de vista natural e também das construções
do progresso (ferrovias, obras de infra-estrutura, indústrias), elege como modelar do povo
brasileiro o tipo mestiço, preservando a distinção entre o mestiço sertanejo e o mestiço
litorâneo, mas propondo uma interpretação desses dois tipos como momentos evolutivos da
mesma nação e delineia um tratamento diferenciado para as matrizes negra/africana, indígena e
portuguesa/européia na formação da nacionalidade brasileira em que a primeira é reconhecida
como vítima da escravidão, mas valorosa por seu patriotismo, sua capacidade de trabalho e sua
participação no processo civilizatório e a segunda é delineada como ingênua, belicosa, resistente
à civilização, devendo, todavia, por ela ser conquistada

Identiferoai:union.ndltd.org:IBICT/oai:leto:handle/10815
Date18 August 2010
CreatorsSantos, Alexsandro do Nascimento
ContributorsBittencourt, Circe Maria Fernandes
PublisherPontifícia Universidade Católica de São Paulo, Programa de Estudos Pós-Graduados em Educação: História, Política Sociedade, PUC-SP, BR, Educação
Source SetsIBICT Brazilian ETDs
LanguagePortuguese
Detected LanguagePortuguese
Typeinfo:eu-repo/semantics/publishedVersion, info:eu-repo/semantics/masterThesis
Formatapplication/pdf
Sourcereponame:Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da PUC_SP, instname:Pontifícia Universidade Católica de São Paulo, instacron:PUC_SP
Rightsinfo:eu-repo/semantics/openAccess

Page generated in 0.0146 seconds