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"Olhos grandes pra te ver e orelhas grandes pra te ouvir": culturas infantis na docência da Educação Infantil

Na atuação como docente da Educação Infantil, pré-escola, observa-se cotidianamente os sujeitos infantis posicionarem-se como protagonistas de seu tempo e espaço, e a necessidade de melhor conhecer as crianças e a especificidade do universo social e cultural do qual fazem parte, a fim de construir uma docência que considere a infância e seus saberes. A inspiração desta pesquisa baseia-se nas produções da Sociologia da Infância e Antropologia da Criança, que buscam compreender o mundo pelo ponto de vista das crianças, reveladoras da infância para além da imaturidade biológica, e a criança como sujeito, ator social, protagonista das suas próprias experiências e entendimentos, produto e produtor de cultura. Tendo como inspiração a metodologia de coleta de dados da etnografia, utilizou-se a observação participante com registros em diários de campo das situações de sala de aula, além dos registros e fotografias feitas pelas próprias crianças nas situações de passeios em suas casas. Ao ir ao encontro do universo infantil acessível por meio diversas expressões pelas quais se comunicam com o mundo, abrimos passagem para perceber as mais diversas infâncias que circulam no ambiente escolar, exercitando um olhar mais relativizador e dando-nos condições de reinventar o cotidiano em sala de aula e a relação de professora/alunos, adulta/crianças. A prática de pesquisa permitiu transitar pelos processos perceptivos das crianças, nos ensinando a ver o mundo na altura dos seus olhos e mostrando que suas invenções no universo lúdico são compostas por questões de extrema complexidade. Passear pelo bairro com as crianças, obter os seus registros fotográficos, gráficos, ouvi-las nas rodas de conversas, observá-las ao brincar e interagir entre elas e com os adultos na escola, observar suas relações com a família, conversar com as famílias e fazer aproximações, significou muito para o trabalho como professora e pesquisadora. Conclui-se que uma ponte sólida entre a escola e a família pode ser construída a partir dessa relação mais dialógica, da abertura dos nossos olhos para a experiência do “outro”. Abre-se espaço para um trabalho “de sentidos” e “(com)sentidos” para as crianças porque se passa a ouvir o que elas tem a dizer, indicando que isso também já é conhecimento, o qual pode ser ampliado na interação com a professora, colegas e demais sujeitos. / 95 f.

Identiferoai:union.ndltd.org:IBICT/oai:bibliodigital.unijui.edu.br:123456789/2319
Date17 July 2014
CreatorsBelter, Luciléia
Source SetsIBICT Brazilian ETDs
LanguagePortuguese
Detected LanguagePortuguese
Typeinfo:eu-repo/semantics/publishedVersion, info:eu-repo/semantics/masterThesis
Formatapplication/pdf
Sourcereponame:Repositório Institucional da UNIJUI, instname:Universidade Regional do Noroeste do Estado do Rio Grande do Sul, instacron:UNIJUI
Rightsinfo:eu-repo/semantics/openAccess

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