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Repercussão de uma ação educativa com as mães na qualidade de vida de seus filhos com constipação crônica funcional

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Previous issue date: 2014-04-28 / A constipação crônica funcional é uma disfunção responsável por cerca de 25% das consultas
ao gastroenterologista pediátrico, de simples abordagem terapêutica, mas com pouco resultado
satisfatório. Este evento favorece ao aparecimento de dificuldades social e emocional no
comportamento infantil, interferindo negativamente na qualidade de vida do paciente e na
dinâmica familiar. Em busca de um tratamento complementar, a ação educativa dialógica
problematizadora utilizando a técnica de grupo focal com as mães de crianças e adolescentes
pode ser uma estratégia promissora para atender às necessidades de cada criança e elucidar as
questões emocionais e comportamentais que envolvem o ato de defecar. Analisar o efeito da
ação educativa utilizando a técnica de grupo focal com mães de crianças e adolescentes com
constipação crônica funcional sobre a qualidade de vida dos seus filhos. Revelar a percepção
materna sobre os aspectos biopsicossociais envolvidos na vivência de crianças e adolescentes
com constipação crônica funcional. O estudo foi prospectivo, de intervenção educativa em
saúde e misto, utilizando metodologia Quanti-qualitativa. O componente quantitativo foi
definido pela aplicação do questionário de QV às mães antes e após a intervenção, e o
qualitativo, pela realização da ação educativa utilizando a técnica de grupo focal com mães de
crianças e adolescentes com CCF, com comparação entre dois grupos (experimental e
controle), a partir de uma população de 55 participantes, 11 mães aceitaram participar da ação
educativa dialógica problematizadora. Os dois grupos mantiveram o tratamento habitual.
Realizado no ambulatório de gastroenterologia pediátrica do Hospital das Clínicas de
Pernambuco, no período de novembro de 2012 a maio de 2013. Antes e após a intervenção,
houve a aplicação do Questionário Pediátrico Sobre Qualidade de Vida versão 4.0 - PedsQLTM
4.0 Generic Core Scales. Os dados referentes à qualidade de vida dos participantes tiveram
uma abordagem analítica de comparação antes e após a intervenção nos dois grupos (controle e
experimental) considerando-se o valor de p ≤0,05 como nível de significância. Enquanto que os
dados qualitativos foram gravados e filmados com consentimento dos participantes, transcritos
e analisados, utilizando a técnica do Discurso do Sujeito Coletivo. Foram incluídos 55 mães de
crianças e adolescentes, 11 no grupo da ação educativa e 44 no grupo controle. Após seis meses
de acompanhamento na realização de grupos focais com as mães de crianças e adolescentes
com distúrbios da defecação, o desfecho qualidade de vida foi representado por um Escore
Total de 89,13 (p = 0,00). Após a intervenção educativa, as dimensões mensuradas no grupo
experimental apresentaram diferença estatisticamente significante, conforme os dados das
medianas e dos respectivos intervalos inter-quartil apresentados [física - 93,75 (90,63-100),
emocional - 85 (70-100), social - 100 (100-100), escolar - 85 (60-90), psicossocial – 86,67
(76,67-96,67)]; exceto àquelas referentes aos aspectos social e escolar, apesar de terem sido
bem avaliadas. No grupo controle, houve um declínio dos escores de todas as dimensões com
significância estatística. Nos primeiros encontros com os grupos focais das mães, foi possível
abordar aspectos do cotidiano dos seus filhos ressaltando o significado da família; e neste
sentido quatro categorias foram elencadas - composição da família, interação entre os
membros, confiança abalada na relação pais-filho, e o lazer. Como produto das discussões,
maus-tratos apareceram como uma ideia-central no contexto familiar, e três categorias foram
identificadas - inibição da criança, falta de apoio, violência física e verbal. Sobre o regime
terapêutico e hábito intestinal da criança, cinco categorias foram extraídas: dor – retenção –
medo, ambiente adequado e seguro, incontinência fecal, dificuldade financeira e distrações no
banheiro. Quanto ao hábito intestinal da família houve a formação de duas categorias
denominadas de hábitos intestinais alterado e inalterado. Foi revelado também como se
configura nos ambientes escolar e social o comportamento das crianças e dos adolescentes com
constipação e escape fecal, e suas relações, e três categorias foram enumeradas - agressão
verbal por colegas da escola, falta de apoio e apoio da escola. A qualidade de vida dos
pacientes pediátricos com constipação funcional melhorou (Escore Total de 89,13) após a
intervenção. As questões emocionais e comportamentais das crianças foram reveladas durante
os encontros e, consequentemente, foi possível adquirir/ ampliar o conhecimento necessário por
parte da mãe de como controlar os sintomas em seus filhos, com repercussões na família e nos
contextos social e escolar das crianças e dos adolescentes que sofrem com os episódios de
incontinência fecal. Portanto, a realização da intervenção educativa na utilização de grupos
focais com as mães se configura como uma alternativa terapêutica para pacientes e famílias que
convivem com os distúrbios da defecação, pois permitiu a participação das mães de maneira
ativa e reflexiva, compartilhando experiências e construindo estratégias de enfrentamento dos
problemas vivenciados por elas e por seus filhos.

Identiferoai:union.ndltd.org:IBICT/oai:repositorio.ufpe.br:123456789/13139
Date28 April 2014
CreatorsSette, Gabriela Cunha Schechtman
ContributorsLima, Luciane Soares de
PublisherUniversidade Federal de Pernambuco
Source SetsIBICT Brazilian ETDs
LanguageBreton
Detected LanguagePortuguese
Typeinfo:eu-repo/semantics/publishedVersion, info:eu-repo/semantics/doctoralThesis
Sourcereponame:Repositório Institucional da UFPE, instname:Universidade Federal de Pernambuco, instacron:UFPE
RightsAttribution-NonCommercial-NoDerivs 3.0 Brazil, http://creativecommons.org/licenses/by-nc-nd/3.0/br/, info:eu-repo/semantics/openAccess

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