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A noção de tempo na teoria do desenvolvimento humano de Henri Wallon / The notion of time in the human development theory of Henri Wallon

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Previous issue date: 2013-07-15 / Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de Goiás - FAPEG / This work aims to investigate the Wallon conception of time and it is inserted in the line of research of the Fundaments of the Educational Process from the UFG Graduate Program in Education. This bibliographic research has as its source the work of Henri Wallon (1879-1962), whose contributions affect not only the psychology field but also the educational field. One of our objectives was to discuss how Wallon’s theory of development conceives the notion of time, since the development is a process that devolves in time and that, however, has duration. Therefore, the thesis aimed, in a specific way, to capture the conception of time in the conception of human development which expresses itself in stages of Wallon’s theory. Based on the description of Wallon about the processes of constitution of the notion of time to children we have attempted to capture the evidences on the notion of time to the author. Finally, supported on the Langevin-Wallon Plan and Wallon’s dialogue with education, we have tried to understand if the notion of time from the development theory was present in the texts of the author about education and if it would have pedagogical implications as consequence. In Wallon’s work, we have concluded that there is a conception of time that expresses the dialectical relation between the biological and the social. Time is, therefore, a category that, as a social production, is as eternal as social relations. Wallon is a critical from the existentialist point who substitutes the historical order for metaphysical postulates. In this perspective, the author conceives the time category as transitory, as an open system in which facts do not react perpetually among each other. To Wallon time is understood as a process subject to changes and to understand this process is part of the development of the child’s thought towards adult’s thought. Not only age influences on the constitution of time category, but also the domains of human activity that are expressed in the culture and also in each individual sensibility that synthesizes the relation between the environment and his/her possibilities. In these terms, the different activities that show up along the child development are a proof that time and evolution do not obey and linear path, once the course and the development of psychological evolution show many contradictions. In Wallon’s perspective, mental activities do not develop in one and same plan as in a growth or a continuous flourish. Therefore the result of an activity can show up again connected to a new way of activity, as in the relation of space-time and in the distinction I-other. The evolution happens in time, but not in standardized time. It is a historical time in which there are no precise guarantees or fixed boundaries, just like there is no present that relates to the pass and that aims what is coming in the future. The study of Wallon’s conception of time suggests way to continue the studies that can contribute to elucidate the concept, to diffuse Wallon’s theory and also, certainly, the criticism of his theory, since the author himself believes the thought develops throughout the constant criticism of oneself. / Inserido na linha de pesquisa Fundamentos dos Processos Educativos, do Programa de Pós-Graduação em Educação da UFG, este trabalho tem como objeto de investigação a concepção walloniana de tempo. Trata-se de uma pesquisa de natureza bibliográfica que tem como fonte a obra de Henri Wallon (1879-1962), cujas contribuições incidem não somente no campo da psicologia, mas também no campo da educação. Objetivou-se discutir como a teoria walloniana do desenvolvimento concebe a noção de tempo, pois o desenvolvimento é um processo que se desenrola no tempo e que, portanto, possui duração. Assim, a tese objetivou, de forma específica, apreender, na concepção de desenvolvimento humano que se expressa nos estágios da teoria de Wallon, a concepção de tempo. Procurou-se também apreender, na descrição de Wallon sobre os processos de constituição da noção de tempo na criança, os indícios acerca da noção de tempo para o autor. E, por fim, com base no Plano Langevin-Wallon e no diálogo de Wallon com a educação, buscou-se compreender se a noção de tempo da teoria do desenvolvimento estaria presente nos textos do autor sobre educação e se teria, como consequência, implicações pedagógicas. Conclui-se que, na obra walloniana, há uma concepção de tempo que expressa a dialética da relação entre o biológico e o social. O tempo é, portanto, uma categoria que, como uma produção social, é tão eterna quanto as relações sociais. Wallon é crítico da posição existencialista, que substitui a ordem histórica por postulados metafísicos. Nessa perspectiva, o autor concebe a categoria tempo como transitória, como um sistema aberto no qual os fatores não reagem perpetuamente entre si. O tempo é entendido por Wallon como um processo sujeito a mudanças, e entender esse processo é parte do desenvolvimento do pensamento infantil em direção ao pensamento do adulto. Não apenas a idade influi sobre a constituição da categoria tempo, mas também os domínios da atividade humana que se expressam na cultura e, ainda, a sensibilidade de cada indivíduo que sintetiza a relação entre o meio e as próprias possibilidades. Nesse sentido, as diferentes atividades que aparecem ao longo do desenvolvimento infantil são uma prova de que tempo e evolução não obedecem a uma trajetória linear, visto que o curso e o desenrolar da evolução psicológica, assim como do tempo, apresentam discrepâncias. Na perspectiva walloniana, as atividades mentais não se desenvolvem num único e mesmo plano como num crescimento ou florescer contínuo. Por isso o resultado de uma atividade pode reaparecer ligado a um novo modo de atividade, como na relação espaço-tempo e na distinção eu-outro. A evolução ocorre no tempo, mas não um tempo estandardizado. Trata-se de um tempo histórico, em que não há garantias precisas ou barreiras fixas, assim como não há um presente que não se relacione com o passado e que não tenha em vista o porvir. O estudo da concepção walloniana de tempo sugere caminhos para continuidade dos estudos que podem contribuir na elucidação do conceito, na divulgação da teoria de Wallon e, certamente, também na crítica à sua teoria, uma vez que o próprio Wallon tem como suposto que o pensamento se desenvolve pela crítica constante sobre si mesmo.

Identiferoai:union.ndltd.org:IBICT/oai:repositorio.bc.ufg.br:tede/3223
Date15 July 2013
CreatorsSantos, Soraya Vieira
ContributorsMiranda, Marília Gouvea de, Miranda, Marília Gouvea de, Resende, Anita C. Azevedo, Chiara, Ana Rita Silva Almeida, Vasconcellos, Vera Maria Ramos de, Santos, Sheila Daniela Medeiros dos
PublisherUniversidade Federal de Goiás, Programa de Pós-graduação em Educação (FE), UFG, Brasil, Faculdade de Educação - FE (RG)
Source SetsIBICT Brazilian ETDs
LanguagePortuguese
Detected LanguageEnglish
Typeinfo:eu-repo/semantics/publishedVersion, info:eu-repo/semantics/doctoralThesis
Formatapplication/pdf
Sourcereponame:Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UFG, instname:Universidade Federal de Goiás, instacron:UFG
Rightshttp://creativecommons.org/licenses/by-nc-nd/4.0/, info:eu-repo/semantics/openAccess
Relation-5783558116907762136, 600, 600, 600, 600, 2113337254376466508, -4642173182807654213, -961409807440757778, ABBAGNANO, Nicola. História da Filosofia. Trad. António Ramos Rosa; Conceição Jardim; Eduardo Lúcio Nogueira. 3. ed. v. XII. Lisboa: Presença, 1985. AGOSTINHO, Santo. Confissões. Trad. J. Oliveira Santos e Ambrósio de Pina. São Paulo: Nova Cultural, 1996. (Os Pensadores). ALMEIDA, Ana Rita Silva. A emoção na sala de aula. 2. ed. Campinas, SP: Papirus, 1999. ALMEIDA, Ana Rita Silva. A vida afetiva da criança. Maceió: Ed. Universidade Federal de Alagoas, EDUFAL, 2008. ALMEIDA, Laurinda Ramalho de. Wallon e a educação. In: MAHONEY, Abigail Alvarenga; ALMEIDA, Laurinda Ramalho de (Org.). Henri Wallon: psicologia e educação. 8. ed. São Paulo: Loyola, 2008. p. 71-87. BERGSON, Henri. Duração e simultaneidade: a propósito da teoria de Einstein. Trad. Claudia Berliner. São Paulo: Martins Fontes, 2006. BRASIL. Lei n. 9394, de 20 de dezembro de 1996. 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