Tese (doutorado) - Universidade Federal de Santa Catarina, Centro de Ciências da Saúde, Programa de Pós-Graduação em Enfermagem, Florianópolis, 2011 / Made available in DSpace on 2012-10-26T06:31:54Z (GMT). No. of bitstreams: 1
288970.pdf: 2913272 bytes, checksum: f9a44bcfc885377f32d9ea86498a7fb9 (MD5) / Os ambientes de Unidade de Terapia Intensiva, tradicionalmente fechados, pouco acolhedores, de paredes brancas e janelas altas e pequenas, estão começando a ser transformados. O presente estudo de abordagem qualitativa teve como objetivos compreender o significado do ambiente de cuidados em Unidade de Terapia Intensiva Adulto, vivenciado pelos profissionais que atuam nessa unidade, gestores, pacientes, familiares e profissionais dos serviços de apoio, bem como, construir um modelo teórico sobre o ambiente de cuidados em Unidade de Terapia Intensiva Adulto. Para apreender e compreender a dinamicidade, a complexidade e a natureza dos fatos relacionados a esse ambiente, a partir das interações que envolvem diversos atores no processo de cuidado e que abrange o sistema de saúde como um todo, foi utilizado o referencial da complexidade proposto por Morin. O estudo encontra-se fundamentado nas seguintes questões de pesquisa: Qual o significado de ambiente do cuidado? E, qual o significado do ambiente de cuidados em Unidade de Terapia Intensiva Adulto, vivenciado pelos profissionais que atuam nessa unidade, gestores, pacientes, familiares e profissionais dos serviços de apoio? O método utilizado foi a Grounded Theory e o estudo foi conduzido baseado nos princípios da amostragem teórica, sendo que a coleta e a análise de dados foram realizadas em sequências alternativas, e compreenderam 04(quatro) etapas consecutivas. No total, a amostra teórica foi composta por 39(trinta e nove) entrevistas, realizadas com 47(quarenta e sete) sujeitos diferenciados, tais como, profissionais da saúde e outros profissionais que atuavam em Unidade de Terapia Intensiva Adulto, pacientes que estavam internados na Unidade de Terapia Intensiva Adulto ou que já haviam vivenciado essa experiência e, familiares que tinham um membro da família internado na Unidade de Terapia Intensiva Adulto no momento da entrevista, ou em momentos anteriores. As entrevistas foram realizadas em 03(três) Unidades de Terapia Intensiva Adulto, localizadas em Florianópolis/SC, Santa Maria/RS e Pelotas/RS, com a finalidade de maximizar a variação entre os conceitos. Também foi realizada observação participante nas Unidades de Terapia intensiva Adulto de 02(dois) hospitais (em Florianópolis/SC e em Bielefeld/Alemanha). O processo de codificação foi realizado através da codificação aberta, axial e seletiva, fases distintas, mas complementares e integradas. Na análise dos dados utilizou-se o mecanismo analítico denominado paradigma, preconizado por Strauss, como instrumento facilitador, que envolve um esquema organizacional que ajuda a reunir e a ordenar sistematicamente os dados, e a classificar as conexões emergentes. Foi possível construir a teoria substantiva "Sustentando a vida no ambiente complexo de cuidados em Unidade de Terapia Intensiva" que, além de ser designada como a teoria substantiva, também é considerada a categoria central, ou o fenômeno central, porque apresenta o tema principal da pesquisa, se relaciona com as demais categorias e integra as mesmas umas às outras. A teoria foi delimitada por 08(oito) categorias, incluindo a categoria central. As Condições causais compreendem as categorias: "Cuidando e monitorando o paciente continuamente" e, "Utilizando tecnologia adequada e diferenciada"; o Contexto refere-se às categorias: "Proporcionando um ambiente adequado" e, "Tendo familiares com preocupação"; como interveniência, têm-se a categoria "Mediando facilidades e dificuldades"; a estratégia diz respeito à categoria "Organizando o ambiente e gerenciando a dinâmica da unidade" e, a categoria "Encontrando dificuldades para aceitar e lidar com a morte", foi evidenciada como consequência. Confirma-se a Tese: "o ambiente de cuidados em Unidade de Terapia Intensiva é um ambiente vivo, dinâmico e complexo, que sustenta a vida dos pacientes nela internados". Entretanto, dizer que a Unidade de Terapia Intensiva é um ambiente de vida, não está relacionado apenas ao número de pacientes que são recuperados e que saem vivos desse ambiente, que é a grande maioria. Mas, é muito mais do que isso, e diz respeito ao ambiente como um todo que, para ser vivo, precisa ser otimizado, humanizado, acolhedor e estimulador, tanto para os pacientes e profissionais, como para os familiares. Torna-se necessário prestar um cuidado integral e subjetivo aos pacientes, indo além do cuidado técnico e objetivo. Da mesma forma, também é necessário acolher e cuidar dos familiares, especialmente, no que se refere ao cuidado emocional dos mesmos que, geralmente, é deixado de lado. Tornar o ambiente de Unidade de Terapia Intensiva agradável e acolhedor, depende de todos os profissionais que atuam nesse ambiente e, principalmente, dos profissionais enfermeiros, pela função de liderança que deve ser exercida pelos mesmos nesse ambiente, de modo especial, em relação à humanização e à promoção da ambiência acolhedora.
Identifer | oai:union.ndltd.org:IBICT/oai:repositorio.ufsc.br:123456789/95852 |
Date | 26 October 2012 |
Creators | Backes, Marli Terezinha Stein |
Contributors | Universidade Federal de Santa Catarina, Erdmann, Alacoque Lorenzini |
Source Sets | IBICT Brazilian ETDs |
Language | Portuguese |
Detected Language | Portuguese |
Type | info:eu-repo/semantics/publishedVersion, info:eu-repo/semantics/doctoralThesis |
Format | 390 p.| il. |
Source | reponame:Repositório Institucional da UFSC, instname:Universidade Federal de Santa Catarina, instacron:UFSC |
Rights | info:eu-repo/semantics/openAccess |
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