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Educação para paz na formação em saúde

Tese (doutorado) - Universidade Federal de Santa Catarina, Centro de Ciências da Saúde, Programa de Pós-Graduação em Enfermagem, Florianópolis, 2017. / Made available in DSpace on 2017-11-07T03:25:29Z (GMT). No. of bitstreams: 1
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Previous issue date: 2017 / O debate sobre a violência na formação em saúde é uma recomendação frequente entre os estudos que abordam os impactos à saúde de suas diversas manifestações e tipologias. Na contramão dessa necessidade, a universidade e a formação em saúde têm se distanciado do seu papel primordial quanto à formação cidadã e de profissionais crítico-reflexivos e criativos. O objetivo desta tese é compreender como os graduandos(as) em saúde, ao longo de seus itinerários formativos, significam/ressignificam a violência, reconhecem/compartilham experiências de aprendizagem para o enfrentamento da violência como prioridade de saúde, por meio de um processo dialógico. Defende-se a tese de que mudanças nas relações interpessoais e a incorporação do modelo problematizador de abordagem da violência no currículo pavimentam o caminho para a construção de uma cultura de paz na formação em saúde em uma perspectiva transversal e transdisciplinar. Trata-se de um estudo qualitativo, de abordagem participativa, baseando-se transversalmente nos pressupostos educativos de Paulo Freire e que, metodologicamente, se inspira nos Círculos de Cultura, propostos pelo mesmo educador, aqui utilizado como itinerário de pesquisa. Foram realizados cinco encontros, com duração média de três horas cada um, e participação de vinte e três graduandos de sete cursos diferentes da área de saúde, vinculados(as) a três instituições de ensino superior do oeste catarinense. A investigação temática iniciou após deferimento ético pelo CEPSH UFSC, sob parecer de aprovação nº 1.354.895 (07/12/15), CAAE nº 51302415.1.0000.0121. No primeiro tema/manuscrito, os(as) graduandos(as) significavam, inicialmente, relações violentas com papéis polarizados entre ?vítima? e ?agressor?, nas quais o educador e os profissionais de saúde/preceptores quase sempre são percebidos como culpados. Durante os encontros, emerge a implicação do(a) educando(a) com o seu próprio processo formativo, reconhecendo a necessidade de quebra dos silenciamentos coniventes com a perpetuação das violências em seu processo de formação. Ressignificam a partir daí a relação violenta como dialógica, com papéis fluidos, mutáveis e não antagônicos. No segundo tema/manuscrito, significam que a formação inicial não aproxima o acadêmico ao tema da violência, sendo essa ?aproximação? percebida como conteúdo, na perspectiva da competência em termos de conhecimentos e habilidades ?mensuráveis? e tecnicistas, sendo esse fenômeno enxergado como agravo em seus sinais e sintomas. Ressignificam que a violência precisa ser abordada para além de temas específicos sobre seus tipos/modalidades/expressões. No terceiro tema/manuscrito, os(as) graduandos(as) significam a sua formação em saúde e as relações de ensinar e aprender como produtoras e reprodutoras de violências, apontando que a aprendizagem, quando ocorre, se constrói individualmente pela própria vivência de violências ou pelas demandas em experiências de campo. Ressignificam que pouco importa a forma ou o conteúdo da inserção desse ?tema? na formação, desde que haja mudança nas relações entre os sujeitos que ensinam e aprendem dialogicamente, para construção de saberes, visando não só ao enfrentamento de violências, mas sobretudo ao estímulo a uma cultura de paz. Esta, se for compreendida na graduação em saúde de modo transversal e transdisciplinar, possivelmente, trará ganhos mais substanciais na retomada de valores formativos que previnam as violências, e não apenas lidem na formação com os seus efeitos. / Abstract : The violence debate in health training is a frequent recommendation among studies that address health impacts of various manifestations and typologies. Contrary to this need, the university and health training have distanced from the primary role regarding citizens? formation, critical-reflexive and creative professionals. The thesis aims to understand how graduating students in health by their formative itineraries mean/re-signify violence, recognize/share learning experiences to face violence as a health priority through a dialogical process. It is argued that changes in interpersonal relations and the problematizing model incorporation of violence approach, in the curriculum, have paved the way for the construction of a peace culture in health education in a transversal and trans-disciplinary perspective. It is a qualitative study with a participatory approach based on Paulo Freire's educational presuppositions. Also, it is methodologically inspired by the Circles of Culture proposed by the same educator and used here as a research itinerary. Five meetings were held with an average duration of three hours each and the participation of twenty-three graduating students from seven different health care courses linked to three institutions of higher education in the west of Santa Catarina. The thematic investigation started after the ethical approval by CEPSH UFSC, under support opinion nº 1,354,895 (07/12/15) and CAAE registration nº 51302415.1.0000.0121. In the first subject/manuscript, the students initially meant violent relationships with polarized roles between "victim" and "aggressor," where the educator and health professionals/preceptors are almost always perceived as guilty. During the meetings, the trainee's involvement comes up with his developmental process, recognizing the need to break conniving silencers with the perpetuation of violence, in the training process. Therefore, they redefine the violent relationship as dialogical, and with fluid, mutable, and non-antagonistic roles. In the second theme/manuscript, they mean that initial formation does not approach the academic area with the topic of violence. Thus, such "approximation" is perceived as content from the competence perspective regarding "measurable" and technical knowledge and skills, and that phenomenon is seen as an aggravation of its signs and symptoms. They point out that violence needs to be addressed beyond specific themes about its types, modalities, and expressions. In the third theme/manuscript, the graduating students signify their training in health and relationships of teaching and learning as violence producers and reproducers. They also point out that learning, when it occurs, is built individually by the very experience of violence or demands in field experiments. They mean that the form or content of such ?issue? insertion, in training, does not matter as long as there is a change in the relations between subjects that teach and learn dialogically for knowledge construction not only aiming at violence confronting but also stimulating a peace culture. If it is understood in health under graduation in a transverse and trans-disciplinary way, it will possibly bring more substantial gains in the resumption of formative values that prevent violence, and not only deal with its effects during training.

Identiferoai:union.ndltd.org:IBICT/oai:repositorio.ufsc.br:123456789/180700
Date January 2017
CreatorsSilva Filho, Cláudio Claudino da
ContributorsUniversidade Federal de Santa Catarina, Prado, Marta Lenise do
Source SetsIBICT Brazilian ETDs
LanguagePortuguese
Detected LanguagePortuguese
Typeinfo:eu-repo/semantics/publishedVersion, info:eu-repo/semantics/doctoralThesis
Format297 p.| il.
Sourcereponame:Repositório Institucional da UFSC, instname:Universidade Federal de Santa Catarina, instacron:UFSC
Rightsinfo:eu-repo/semantics/openAccess

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