Return to search

O silêncio disciplinado : a invenção dos surdos a partir de representações ouvintes

Esta dissertação aborda representações do sujeito surdo e da surdez construídas no interior de discursos religiosos, médicos, filosóficos, antropológicos e pedagógicos, que marcaram a educação de pessoas surdas desde o século XVIII até o final do século XIX. Os fundamentos para essa abordagem encontram-se nos campos dos Estudos Surdos e dos Estudos Culturais britânicos, com ênfase no conceito de Representação entendido, neste trabalho, como um processo de construção de um conhecimento específico sobre a comunidade de pessoas surdas, através de linguagens culturalmente compartilhadas. Nessa perspectiva, a concepção de Cultura é central para as discussões desenvolvidas, já que a sociedade majoritariamente ouvinte produz, em seus espaços de poder, os sentidos que os termos “surdo” e “surdez” adquirem, e o modo como esses conceitos são disponibilizados ao longo de diferentes períodos históricos. A circulação desses termos não é simplesmente uma questão retórica: argumento, ao longo do texto, que essas representações refinaram-se e mantêm suas marcas nos procedimentos pedagógicos contemporâneos, sobretudo no que denominei “mostras públicas” - espetáculos e outros eventos onde o sujeito surdo está exposto diante de uma platéia - concebidas pelas poéticas e pelas políticas sob o controle de pessoas ouvintes. / This dissertation deals with the representations of the deaf subject and deafness produced by religious, medical, philosophical, anthropological and pedagogical discourses, which have marked the education of deaf people from the 18th century until the end of the 19th century. The theoretical arguments for this approach derive from the Deaf Studies and British Cultural Studies, with a special emphasis on the concept of Representation, understood in this work as the process of construction of a specific knowledge about deaf people, through shared cultural languages. In this field of studies, the notion of Culture is crucial to discuss the privileged position of the predominantly hearing society in controlling the production of meanings for “deaf person” and “deafness”, circulating in different historical settings. The circulation of these terms is not simply a case of rhetoric: throughout the paper I argue that the representations of deaf and deafness have become more refined and have maintained their marks in contemporary pedagogical procedures mainly through what I have called “public performances” - events where the deaf subject is exposed in front of an audience - under the control of hearing professionals.

Identiferoai:union.ndltd.org:IBICT/oai:www.lume.ufrgs.br:10183/83551
Date January 2000
CreatorsLulkin, Sérgio Andrés
ContributorsSkliar, Carlos Bernardo
Source SetsIBICT Brazilian ETDs
LanguagePortuguese
Detected LanguagePortuguese
Typeinfo:eu-repo/semantics/publishedVersion, info:eu-repo/semantics/masterThesis
Formatapplication/pdf
Sourcereponame:Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UFRGS, instname:Universidade Federal do Rio Grande do Sul, instacron:UFRGS
Rightsinfo:eu-repo/semantics/openAccess

Page generated in 0.0017 seconds