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Depressão e abuso de álcool em pacientes com síndrome coronariana aguda: avaliação prospectiva no Estudo de Estratégia de Registro de Insuficiência Coronariana (ERICO) / Depression and alcohol abuse in patients with Acute Coronary Syndrome: prospective evaluation study in the Strategy of Registry of Acute Coronary Syndrome (ERICO Study)

Introdução: A ocorrência de episódios depressivos e abuso ou dependência de álcool após um evento agudo de insuficiência coronariana pode representar um marcador independente de mau prognóstico. Portanto, investigamos a presença de sintomas depressivos, transtorno depressivo maior (TDM) e abuso ou dependência de álcool em uma subamostra de uma coorte prospectiva de Síndrome Coronariana Aguda (SCA), Estratégia de Registro de Insuficiência Coronariana Aguda (ERICO) em andamento no pronto-socorro do Hospital Universitário. Métodos: Foi realizado um estudo observacional em 146 participantes do estudo ERICO. A gravidade dos sintomas depressivos foi avaliada em três momentos: 1ª) na admissão hospitalar pelo Patient Health Questionnaire (PHQ-9 itens); 2º) 30 dias pós-SCA pelo PHQ-9, Inventário de Depressão de Beck (BDI) e Escala de Depressão de Hamilton (HDRS-21 itens); e 3º) 180 dias pós-SCA pelo PHQ-9 e BDI. O abuso e uso nocivo de álcool foram avaliados pelo AUDIT e CAGE em 30 e 180 dias pós-SCA. Resultados: Ao longo do estudo as frequências de sintomas depressivos variaram entre 40% e 60% e de TDM entre 28% e 33%. Na admissão hospitalar houve maior predominância de sintomas depressivos entre os homens (58%; p=0,03) e sedentários (72,1%; p=0,02), entretanto, TDM foi mais frequente na população feminina (55,1%; p < 0,001) com uma razão de chances [(RC) 4,5; intervalo de confiança IC 95% 1,85-10,98]. Após 30 dias do evento agudo constatou-se um maior risco de sintomas depressivos entre os tabagistas (RC 5,8; IC 95% 1,81-18,72) e diabéticos (RC 3,6; IC 95% 1,40-9,60). Os diabéticos também apresentaram (RC 3,5; IC 95% 1,39-8,71) para desenvolver TDM. No seguimento de 180 dias verificou-se que indivíduos com angina instável (AI) (RC 4, 46; IC 95% 1,39-14,32) e infarto agudo do miocárdio com supradesnivelamento do segmento ST (IAMCST) (RC 3,40; IC 95% 1,30-8,87) apresentaram maior probabilidade de desenvolverem sintomas depressivos em relação aos indivíduos que apresentaram IAMSST. Os únicos fatores de risco que se mantiveram associados a um maior risco de sintomas depressivos após 180 dias foi o sexo feminino (RC 3,9; IC 95% 1,54-9,73) e o tabagismo (RC 5,34; IC 95% 1,64-17,44). Em relação à TDM, encontramos uma RC de 14 (IC 95% 2,94-67,51) para associação com tabagismo. Quanto ao abuso e uso nocivo de álcool as frequências variaram ao longo do estudo pelo AUDIT e CAGE entre 18,3% e 33,6%. Verificamos na populacão masculina uma frequência de 88,2% (p=0,001) e entre os tabagistas de 55,9% (p=0,003) e foi encontrada uma RC de 51,64 para população mais jovem (35-44 anos) e uma RC de 42,95 para tabagistas. Finalmente, não foi encontrada nenhuma associação entre abuso de álcool e depressão de acordo com os subtipos de SCA nos períodos analisados. Conclusão: A frequência de depressão variou entre 40% e 60% da admissão até 180 dias pós-SCA. Indivíduos que desenvolveram AI ou IAMCST, além de mulheres e tabagistas apresentaram maiores chances de desenvolver depressão ao longo do seguimento de 180 dias e indivíduos entre 35 e 44 anos e tabagistas apresentaram maior possibilidade de abusar do álcool / Introduction: The occurrence of depression and alcohol abuse or dependence after an acute coronary insufficiency may represent an independent marker of poor prognosis. Therefore, we investigated the presence of depressive symptoms, major depressive disorder (MDD) and alcohol abuse or dependence in a subsample of a prospective cohort of Acute Coronary Syndrome (ACS), Strategy of Registry of Acute Coronary Syndrome Study (ERICO study), which is still ongoing in the emergency room of the Hospital Universitário. Methods: We conducted an observational study in 146 participants of the ERICO study. The severity of depressive symptoms was evaluated in 3 moments: 1st) at the hospital admission using The Patient Health Questionnaire (PHQ-9 items); 2nd) 30 days post-ACS using the PHQ-9, the Beck Depression Inventory (BDI) and the Hamilton Depression Rating Scale (HDRS -21 items), and 3rd) 180 days post -ACS through PHQ-9 and BDI. The abuse and harmful alcohol consumption were assessed by the AUDIT and the CAGE 30 and 180 days post-ACS. Results: Along the study, the frequencies of depressive symptoms ranged from 40% to 60% and MDD from 28% to 33%. At the hospital admission there was a higher prevalence of depressive symptoms among men (58%, p= 0.03) and sedentary patients (72.1%, p= 0.02), however, MDD was higher among women (55.1%, p < 0.001) with an increased risk of [odds ratio [(OR) 4.5; confidence interval CI 95% 1.85-10.98]. After 30 days of the acute event, we observed an increased risk of depressive symptoms among smokers (OR 5.8; CI 95%, 1.81-18.72) and among diabetics (OR 3.6; CI 95%, 1.40-9.60) the diabetics were also more likely to develop MDD (OR 3.5; IC 95% 1,39-8,71). At 180 days follow-up, individuals with unstable angina (UA) (OR 4.46; CI 95% 1.39-14.32) and ST elevation myocardial infarction (STEMI) (OR 3.40; CI 95% 1.30-8.87) were more likely to develop depressive symptoms compared with patients who had NSTEMI. The only two factors that remained associated with a higher risk of depressive symptoms after 180 days were female gender (OR 3.9; CI 95% 1.54-9.73) and smokers (OR 5.34; CI 95% 1.64-17.44). Regarding MDD we found an OR of 14 (CI 95% 2.9-67.51) for smokers. In relation to abuse and hazardous consumption of alcohol, the frequencies for CAGE and AUDIT ranged from 18.3% to 33.6% along the study. We found among the male population a frequency of 88.2% (p=0.001) and smokers 55.9% (p=0.003). We also found OR of 51.64 among younger (aged 35-44 years) and OR of 42.95 for smokers. Finally, no association between alcohol abuse and depression according to ACS subtypes was observed. Conclusion: The prevalence of depression post-ACS ranged from 40% to 60% during the follow-up (admission hospital to 180 days). Individuals who developed UA or STEMI, besides women and smokers were more likely to develop depression during follow-up of 180 days and individual aged between 35-44 years and smokers were more likely to abuse of alcohol

Identiferoai:union.ndltd.org:IBICT/oai:teses.usp.br:tde-05082014-150022
Date29 May 2014
CreatorsAbner Morilha
ContributorsAlessandra Carvalho Goulart, Danielle Bivanco de Lima, Itamar de Souza Santos
PublisherUniversidade de São Paulo, Ciências Médicas, USP, BR
Source SetsIBICT Brazilian ETDs
LanguagePortuguese
Detected LanguageEnglish
Typeinfo:eu-repo/semantics/publishedVersion, info:eu-repo/semantics/masterThesis
Sourcereponame:Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP, instname:Universidade de São Paulo, instacron:USP
Rightsinfo:eu-repo/semantics/openAccess

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