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Mulheres negras soropositivas e as interseccionalidades entre gênero, classe e raça/etnia

Dissertação (mestrado) - Universidade Federal de Santa Catarina, Centro Sócio-Econômico. Programa de Pós-Graduação em Serviço Social. / Made available in DSpace on 2013-06-25T21:19:00Z (GMT). No. of bitstreams: 1
312167.pdf: 478080 bytes, checksum: 3c3523002300957ed4c176dc8b489f63 (MD5) / O presente estudo tem como objetivo analisar a tríplice desigualdade e os fatores de vulnerabilidade que contribuem para mulheres negras de Florianópolis contraírem o vírus HIV/Aids. Partiu-se da hipótese que a interseccionalidade entre as categorias gênero, classe, e raça/etnia são determinantes no desencadeamento das vulnerabilidades individuais, sociais e políticas frente à epidemia do vírus HIV/Aids que repercutem de forma particular no processo de saúde e doença das mulheres negras. Foram sujeitos da pesquisa, mulheres soropositivas autodeclarantes como pretas ou pardas, que foram acolhidas e atendidas pela Fundação Açoriana para o Controle da Aids (FAÇA), no período de Março à Maio de 2012. Utilizamos a entrevista como método para uma abordagem qualitativa, através de um roteiro norteador ressaltando os seguintes eixos temáticos: a) a percepção de identidade de gênero e raça/etnia; b) a percepção da condição de classe; c) os cuidados em saúde e percepção de exposição ao vírus HIV/Aids; d) a tripla desigualdade. Os principais resultados obtidos através das entrevistas demonstram: baixa escolaridade das mulheres negras; forte sentimento de discriminação racial, principalmente em relação ao trabalho; falta de percepção em relação a contrair o vírus por conta da confiança na estabilidade da relação e pelo imaginário da Aids, enquanto doença "do outro"; importância da realização do exames pré-natal durante a gestação; discriminação enquanto soropositivo e dificuldade de aceitação do vírus. Concluímos, com a pesquisa, que a tríplice desigualdade a que estão expostas as mulheres negras, em particular o "racismo sexista" é favorecedora do adoecimento seja ele psíquico ou físico das pessoas de cor preta ou parda, contribuindo de forma decisiva na contração do vírus HIV/Aids e que a sociedade, como um todo deve ser alertada em relação ao preconceito, à discriminação e ao "comportamento de risco" a que todos estamos expostos, ou seja entender que a Aids faz parte do cotidiano das pessoas e que ela não e somente "a doença do outro". / This study aims to analyze the triple inequality and vulnerability factors that contribute to black women contracting the virus from Florianopolis HIV/Aids. We started from the hypothesis that the intersectionality between the categories gender, class, and race / ethnicity are determinants in triggering the individual vulnerabilities, and social policies to the epidemic of HIV/Aids that resonate in a particular way in the process of health and disease black women. Were research subjects, seropositive women autodeclarantes as black or brown, which were received and answered by the Azorean Foundation for the Control of AIDS in the period March to May 2012. We use the interview as a method for qualitative approach, through a guiding roadmap highlighting the following themes: a) the perception of gender identity and race / ethnicity b) the perception of class condition, c) health care and perception of exposure to HIV/Aids d) the triple inequality. The main results from the interviews show: poor education of black women, strong sense of racial discrimination, particularly in relation to work, lack of perception in relation to contract the virus because of the confidence in the stability of the relationship and the imaginary Aids, disease as "the other"; importance of completing the prenatal examinations during pregnancy, while HIV positive discrimination and difficulty accepting the virus. We conclude, through research, that the triple inequality they are exposed to black women, in particular the "sexist racism" is favoring the illness be it mental or physical people of black or brown, contributing decisively in the contraction of the virus HIV/Aids and that society as a whole should be warned against the prejudice, discrimination and "risky behavior" to which we are all exposed, ie understand that Aids is part of everyday life and that she did not and only "somebody else's disease."

Identiferoai:union.ndltd.org:IBICT/oai:repositorio.ufsc.br:123456789/100655
Date January 2012
CreatorsToledo, Angetita Alves de
ContributorsUniversidade Federal de Santa Catarina, Lisboa, Teresa Kleba
PublisherFlorianópolis
Source SetsIBICT Brazilian ETDs
LanguagePortuguese
Detected LanguagePortuguese
Typeinfo:eu-repo/semantics/publishedVersion, info:eu-repo/semantics/masterThesis
Format125 p.| tabs.
Sourcereponame:Repositório Institucional da UFSC, instname:Universidade Federal de Santa Catarina, instacron:UFSC
Rightsinfo:eu-repo/semantics/openAccess

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