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Mover-se na cidade

Dissertação (mestrado) - Universidade Federal de Santa Catarina, Centro de Filosofia e Ciências Humanas, Programa de Pós-Graduação em Psicologia, Florianópolis, 2016. / Made available in DSpace on 2016-09-20T04:31:53Z (GMT). No. of bitstreams: 1
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Previous issue date: 2016 / Em um mundo cada vez mais urbanizado, a circulação de bens e o ir e vir de pessoas dão o tom à vida nas cidades. Subsidiária da vida simbólica de seus moradores, elas se organizam como rede de lugares, admitindo-se a produção da identidade atrelada a esse espaço físico mesmo em tempos em que estar em movimento é uma condição. Aliada ao contexto de mobilidade, as dinâmicas urbanas se dão em movimento, demandando outras maneiras de compreender a relação das pessoas com seu entorno. No que tange ao deslocamento de pessoas, entende-se o uso da bicicleta como meio de transporte como um modo de produzir afecções e vínculos entre pessoa e cidade. Sob o enfoque da psicologia ambiental, analisaram-se as características da identidade de lugar em ciclistas, buscando explorar as características ambientais à sua disposição, descrever as barreiras e facilitadores para o uso da bicicleta, caracterizar a afetividade na relação do ciclista com a cidade e identificar os modos como essas pessoas se apropriam do espaço. Tratou-se de um estudo de natureza qualitativa, de caráter descritivo e exploratório e contou com a participação de dezoito pessoas. Os dados foram produzidos a partir de duas etapas de pesquisa. A primeira centrou-se na exploração do ambiente e dos aparelhos à disposição dos ciclistas no entorno da universidade, e a segunda no discurso dos ciclistas sobre sua relação com a cidade de Florianópolis, orientada por roteiro de entrevista semiestruturada e questionário desenvolvidos para os fins desta pesquisa. A organização dos dados pautou-se na análise de conteúdo, que possibilitou sintetizá-los em três categorias, compostas por subcategorias e elementos de análise. A primeira categoria tratou dos aspectos afetivos da relação entre ciclista-cidade e reuniu conteúdos sobre os sentimentos provocados, a imagem da cidade, a posição do ciclista no espaço, elementos da história pessoal, os encontros promovidos pela bicicleta e o que é ser ciclista. A segunda categoria tratou das características cognitivas dessa relação, incluindo os motivos, benefícios e barreiras do uso da bicicleta, as finalidades da pedalada, as avaliações sobre as estruturas ciclísticas à disposição, características do ciclismo ideal e as cognições sobre o ambiente. A terceira categoria reuniu os atributos comportamentais na relação do ciclista com a cidade, os modos de pedalar, os hábitos de saúde atrelados ao ciclismo e as práticas de segurança que os ciclistas adotam nas ruas. Os resultados apontaram para a possibilidade de tomar a afetividade como categoria analítica na compreensão da relação do ciclista com a cidade e na construção da identidade de lugar. Nos contextos urbanos, a ela indica a possibilidade de as pessoas se apropriarem dos espaços e se identificarem com eles, o que implica na criação de modos mais solidários de uso do espaço e de condutas que visem à conservação do ambiente. Sob a ótica do ciclista, trata-se da possibilidade de produzir lugares que resistam àquilo que é somente concreto na cidade. Desse modo, o transporte "lento" é uma maneira de estar em contato, de se permitir afetar pelo entorno, de vivenciar o lugar e estar aberto à relação com os outros e com o ambiente, com toda a ambivalência que isso possa sugerir.<br> / Résumé : Dans un monde chaque fois plus urbanisé, la circulation de biens et de personnes donnent le ton à la vie dans les villes. Subsidiaire de la vie symbolique de ses habitants, elles s'organisent comme un réseau de lieux, admise la production de l'identité attachée à cet espace physique même en temps où être en mouvement est une condition. Liées au contexte de mobilité, les dynamiques urbaines se font en mouvement et demandent d'autres manières de comprendre le rapport des personnes à leur entourage. À propos du déplacement de personnes, l'usage du vélo comme un moyen de transport est compris comme un mode de production d'affections et de liens entre personne et ville. Dans la perspective de la psychologie environnementale, les caractéristiques de l'identité de lieu en cyclistes ont été analysées, à fin d'explorer les caractéristiques environnementales à leur disposition, de décrire les barrières et les éléments facilitateurs à l'usage du vélo, de caractériser l'affectivité du rapport du cycliste à la ville et d'identifier les manières dont ces personnes s'approprient l'espace. L'étude a été de nature qualitative, descriptive et exploratoire avec la participation de dix-huit personnes. Les données ont été produites à partir de deux étapes de recherche. La première a été centrée sur l'exploration de l'environnement et des appareils à disposition des cyclites dans les entourages de l'université, et la deuxième sur le discours des cyclistes à propos de leur rapport avec la ville de Florianópolis, orientée par guide d'entretien semi-directif et questionnaire developpés pour les finalités de cette recherche. L'organisation des données s'est appuyée sur l'analyse de contenu, ce qui a rendu possible leur synthèse en trois catégories, composées par des sous-catégories et des éléments d'analyse. La première catégorie a abordé des aspects affectifs du rapport entre cycliste-ville et a rassemblé des conténus à propos des sentiments évoqués, l'image de la ville, la position du cycliste dans l'espace, des éléments de l'histoire personnelle, les rencontres permis par le vélo et ce qu'est être cycliste. La deuxième catégorie a abordé les caractéristiques cognitives de ce rapport, y compris les motifs, bénéfices et barrières à l'usage du vélo, les finalités du pédalage, les évaluations des structures disponibles pour le cyclisme, les caractéristiques du cyclisme idéal et les cognitions de l'environnement. La troisième catégorie a rassemblé les attributs comportamentaux du rapport du cycliste à la ville, les manières de pédaler, les habitudes de santé liées au cyclisme et les pratiques de sécurité adotées par les cyclistes dans les rues. Les résultats ont indiqué la possibilité de considérer l'affectivité comme catégorie analytique dans la compréhension du rapport du cycliste à la ville et dans la construction de l'identité de lieu. Dans les contextes urbains, l'affectivité indique la possibilité pour les personnes de s'approprier les espaces et s'identifier à eux, ce qu'implique la création de formes plus solidaires de l'usage de l'espace et de conduites qui visent la conservation de l'environnement. Sous l'optique du cycliste, c'est la possibilité de produire des lieux qui resistent à ce que n'est que du béton dans la ville. Ainsi, le transport "lent" est une manière d'être en contact, de se permettre affecter par l'entourage, de vivre le lieu et être ouvert au rapport avec les autres et avec l'environnement, avec toute l?ambivalence que cela peut suggérer.

Identiferoai:union.ndltd.org:IBICT/oai:repositorio.ufsc.br:123456789/167892
Date January 2016
CreatorsOlekszechen, Nikolas
ContributorsUniversidade Federal de Santa Catarina, Kuhnen, Ariane
Source SetsIBICT Brazilian ETDs
LanguagePortuguese
Detected LanguagePortuguese
Typeinfo:eu-repo/semantics/publishedVersion, info:eu-repo/semantics/masterThesis
Format204 p.| il., tabs.
Sourcereponame:Repositório Institucional da UFSC, instname:Universidade Federal de Santa Catarina, instacron:UFSC
Rightsinfo:eu-repo/semantics/openAccess

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