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Materna/estrangeira : o que Freud fez da lingua

Orientador: Nina Virginia de Araujo Leite / Tese (doutorado) - Universidade Estadual de Campinas, Instituto de Estudos da Linguagem / Made available in DSpace on 2018-07-26T10:38:52Z (GMT). No. of bitstreams: 1
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Previous issue date: 1999 / Resumo: Este trabalho é uma reflexão sobre a possibilidade de se pensar a relação Língua Materna - Língua Estrangeira a partir da constituição do sujeito por linguagem. Isto supõe que se faça uma diferenciação entre sujeito e Eu, o que é
possível, se se toma como base para essa reflexão, a hipótese freudiana do inconsciente. Essa hipótese contempla, na sua formulação, uma concepção diferenciada de memória, em que a inscrição da linguagem é um processo de
escrita/leitura dos traços mnêmicos, cujo registro simultaneo em sistemas diversos, não permite sua recuperação imediata. A possibilidade de recuperação dos traços mnêmicos passa pelo necessário caminho da expressão verbal, da leitura, de maneira que, se, de acordo com a hipótese de Freud, a memória é, em grande parte, inconsciente, abre-se um outro lugar de discussão sobre o estatuto. da dita Língua Materna: ela não representa, para o sujeito, sua segurança, dado que aí não pode dizer tudo. Fica suspensa a condição de a Língua Materna ser o veículo da certeza do sujeito. Nessa hipótese está implícita, portanto, uma divisão entre língua e linguagem, sendo a língua o lugar de apresentação da certeza do Eu, mas, simultaneamente, da possibilidade de manifestação da linguagem inconsciente, daquilo que fala no Eu, sem seu consentimento. Como conseqüência dessa hipótese, acrescenta-se à discussão, o estranhamento na língua como elemento organizador que permite deslocar, na relação Língua Materna - Língua Estrangeira, a questão da alteridade. Língua Estrangeira perde o estatuto de estranha, porque diferente, para ser questionada a partir do estranhamento próprio à Língua Materna. Se a hipótese sobre o inconsciente foi construída porque Freud ouviu falhas, hesitações e esquecimentos como manifestações de um funcionamento desconhecido pelo Eu, devemos destacar, sobretudo, que Freud não concebe seus 'aparelhos' de memória e de linguagem senão enquanto sistemas de escrita. Isto não é sem importância para este trabalho, uma vez que é essa concepção de linguagem enquanto sistema de escrita/leitura, que nos dá os elementos para questionar a condição de familiaridade da Língua Materna e a de estrangeiridade da Língua Estrangeira / Abstract: This work is a reflection about the possibility of considering the relation between Mother Tongue and Foreign Language from the point of view of the constitution of the subject by Language. This means a differentiation between
subject and Ego which is possible if we take as a support for this reflection the unconscious Freudian hypothesis. This hypothesis presents a different concept of memory: according to Freud, the inscription of language in memory is a process
of reading/writing of mnenic traces, whose simultaneous registrations in several systems does not allow for their immediate recovery. The possibility of recovering mnemic traces depends"~necessarily on verbal expression --and"---reading. .
Accordingly, if memory is to a great extent unconscious, another way of discussing the status of Mother Tongue unfolds: Mother Tongue does not represent an assuredness to the subject, since he/she cannot say everything there. The idea of
Mother Tongue as a place of certainty for the subject is then questioned. This hypothesis entails, therefore, a division between "tongue" and "Ianguage", being "tongue", after Freud, the place of presentation of Ego's certainty but also the place of possible unconscious language manifestations, which are spoken without Ego's consent. As a consequence of this hypothesis, it is added to the discussion the strangeness within the language as an organizing element which permits, in Mother Tongue - Foreign Language relationship, the displacement of the concept of otherness. The Foreign Language loses its status
of a strange - because different - language , and starts to be questioned from the point of view of a strangeness constitutive of the Mother Tongue itself. If the hypothesis about the unconscious was developed because Freud heard slips, hesitations and omissions as manifestations of a functioning unknown by the Ego, it must be stressed that Freud conceives his memory and language "apparatus" only and above ali as writing systems. That is not irrelevant to this work, once it is this conception of language as a reading/writing system which gives us elements to question the condition of the Mother Tongue familiarity and
the Foreign Language foreignism / Doutorado / Doutor em Linguística

Identiferoai:union.ndltd.org:IBICT/oai:repositorio.unicamp.br:REPOSIP/271090
Date10 January 1999
CreatorsMoraes, Maria Rita Salzano, 1949-
ContributorsUNIVERSIDADE ESTADUAL DE CAMPINAS, Leite, Nina Virginia de Araújo, 1950-, Vorcaro, Angela Maria Resende, Lemos, Claudia Thereza Guimarães de, Françoso, Edson, Scaramucci, Matilde Virginia Ricardi
Publisher[s.n.], Universidade Estadual de Campinas. Instituto de Estudos da Linguagem, Programa de Pós-Graduação em Linguística
Source SetsIBICT Brazilian ETDs
LanguagePortuguese
Detected LanguagePortuguese
Typeinfo:eu-repo/semantics/publishedVersion, info:eu-repo/semantics/doctoralThesis
Format137p. : il., application/pdf
Sourcereponame:Repositório Institucional da Unicamp, instname:Universidade Estadual de Campinas, instacron:UNICAMP
Rightsinfo:eu-repo/semantics/openAccess

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