Return to search

Modelo de cuidado crônico e diabetes mellitus : qualidade do atendimento, controle glicêmico, qualidade de vida e seus determinantes

Orientador : Prof. Dr. Cassyano Januário Correr / Coorientador : Prof. Dr. Roberto Pontarolo / Tese (doutorado) - Universidade Federal do Paraná, Setor de Ciências da Saúde, Programa de Pós-Graduação em Ciências Farmacêuticas. Defesa: Curitiba, 21/06/2017 / Inclui referências / Resumo: Esta tese está estruturada em 3 capítulos. No 1º foi realizada Revisão de literatura dos ensaios clínicos randomizados sobre o Modelo de Cuidado Crônico (MCC) e a influência sobre os resultados clínicos para pacientes com Diabetes Mellitus tipo 2 (DM2). Foram usadas as bases de dados eletrônicas Medline e Cochrane Library e analisados os artigos publicados até maio 2014. Foram incluídos 12 estudos para extração de dados. Destes, 6 mostraram evidências de eficácia do MCC na gestão de DM2 em cuidados primários, bem como melhorias significativas nos resultados clínicos dos pacientes. No 2º capítulo foi realizado um estudo de coorte retrospectivo entre janeiro 2012 e dezembro 2013, com coleta de dados dos prontuários dos pacientes atendidos nos Ambulatório de Endocrinologia e Diabetes do Serviço de Endocrinologia e Metabologia do Paraná/SEMPR/UFPR. Teve como objetivo avaliar a gestão da doença nos desfechos clínicos do tratamento e determinar a proporção de pacientes que alcançaram os objetivos recomendados por protocolo nacional durante cuidado de rotina no serviço. Foram incluídos pacientes adultos e idosos diagnosticados com Diabetes Mellitus tipo 1 (DM1) e DM2. Este estudo foi aprovado no Comité de Ética em Pesquisa com seres Humanos do Hospital de Clínicas da UFPR. Foram analisados os registros médicos de 1031 prontuários (299 DM1 e 732 DM2). O período de tratamento (9 anos) e número de visitas clínicas no serviço de endocrinologia foram maiores no DM1 do que pacientes com DM2 (p<0,01), porém, pacientes com DM2 realizaram mais consultas em outras especialidades médicas no próprio hospital do que os pacientes com DM1(p <0,01). Por outro lado, a proporção de mulheres com DM2 com níveis elevados de CT (174,91 mg/dL), TG (154,52),LDL-c (101,06) e níveis baixos de HDL-c (42,84 mg/dL) foi significativamente maior (p<0,05) em relação aos pacientes do sexo masculino. A proporção de sobrepeso e obesidade foi significativamente maior (p<0,05) (IMC= 31,02 kg/m2 - DP=5,91) nas mulheres. Os portadores de DM2 tiveram HbA1c significativamente menor (p<0,01) que os pacientes com DM1. A realização de metas de boas práticas clínicas varia entre os parâmetros avaliados. Quase nenhum paciente atingiu todas as metas. Muitos pacientes estão acima do peso e não alcançam as metas de HbA1c, perfil lipídico ou controle da pressão arterial. Além disso, as atividades de educação em nutrição, atividade física e cessação do tabagismo são negligenciadas nos prontuários e exames para a detecção de complicações do diabetes não são suficientementes solicitados. O 3º capítulo foi realizado com o objetivo de avaliar a influência de fatores clínicos, farmacoterapêuticos e de adesão ao tratamento, sobre o controle glicêmico e qualidade de vida de pacientes com DM. Foi realizado um estudo transversal entre agosto a dezembro de 2014, com coleta de dados com os profissionais do serviço para avaliar e monitorar a implementação do serviço e sua adequação em sistemas de atenção á saúde (ACIC). Dados pessoais, clínicos, bioquímicos, doenças concomitantes, farmacoterapia e socioeconômicos foram coletados dos pacientes atendidos no Ambulatório de Diabetes do SEMPR/UFPR, bem como aplicação dos questionários de adesão ao tratamento, qualidade de vida e avaliação do usuário sobre o Cuidado às Condições Crônicas (PACIC). O número de pacientes diabéticos entrevistados foi 121 (39 com DM1 e 82 com DM2). Em relação as comorbidades, destaca-se a prevalência de dislipidemias (46,1% e 67%) e HA (30,7% e 70,7%), respectivamente, tanto para os portadores de DM1 quanto para os com DM2. A maioria dos pacientes com DM1 usam a insulinoterapia plena como forma de tratamento (71,9%) e os pacientes com DM2 utilizam insulina e HO (47,5%). Grande parte dos pacientes com DM1 também fazem uso de agente anti-hipertensivo e anti-hiperlipemiante (61,5%). O mal controle metabólico (HbA1c >7%) foi predominante nos pacientes com DM1 - 94,8% (n=37). A avaliação do usuário (máx 5) sobre o cuidado às condições crônicas foi melhor no DM1(2,86) em relação aos portadores de DM2 (2,46). O item melhor avaliado pelos usuários com DM1 e DM2 foi à dimensão "modelo de atenção atual/tomada de decisão do tratamento", sendo 3,7 e 3,6, respectivamente. Parte significativa dos pacientes (43%) avaliou sua QV como ruim, sendo esta definição mais prevalente nos portadores de DM2 (35%). Nenhum dos pacientes com DM1 e DM2 classificou sua QV como ótima. Analisando-se o conjunto das respostas dos funcionários do serviço é possível afirmar que nesta avaliação (máx 10), este se encontra com "capacidade básica para a atenção às condições crônicas" (nota entre 3 e 5) para os itens: organização do sistema saúde, cooperação/articulação comunitária, autocuidado apoiado, desenho linha cuidado/do sistema de prestação de serviços e sistema informação clínica. A exceção se deu para o item suporte às decisões clínicas que na ótica dos funcionários, o serviço em questão tem "razoável capacidade para a atenção as condições crônicas" (nota entre 6 e 8). Diabetes é uma doença desafiadora, com múltiplos impactos na vida de seus portadores. As dificuldades encontradas pelos pacientes ultrapassam as metas clínicas de controle. O controle metabólico precisa ser melhorado e os esforços do serviço e equipe devem ser constantes na busca deste objetivo. Palavras chaves: controle metabólico, qualidade de vida, ACIC, PACIC / Abstract: This thesis work is divided in three chapters. In the first one a review was conducted to analyze randomized controlled clinical trials in order to explore the impact of MCC (Model Chronic Care) on the clinical outcomes in Type 2 diabetic patients (DM2). The studies published until 2014 were extracted from Medline and Cochrane Library.Twelve studies were selected. From these, six demonstrated evidences of MCC on the management of DM2 related to primary care as well as in their clinical outcomes. In the second chapter, a retrospective cohort was conducted between January of 2012 and December of 2013, with data extracted from the medial records of patients assisted at the outside clinic in the University Clinic. The objective was to assess the effects of the management of the disease on the clinical outcomes resultant from the treatment and to determine the proportion of patients that, along their treatment offered as a routine in the clinic, achieved the goals as recommended in the national protocols. Adult and elderly with type 1 (DM1) and DM2 diabetes were included. This sudy was approved by the Ethic Committee (HC/UFPR). Data from Medical records of 1031 patients were analyzed (299 DM1 and 732 DM2). The treatment length (9 years) and the number of visits to the clinic were more frequent among patients with DM1 as compared to DM2 (p<0.01), however, patients with DM2 used to visit other medical specialists inside the same hospital (p<0.01). High levels of TC) 174.91 mg/dL), TG (154.52), LDL-c (101.06) were more prevalent among women with DM2 as compared to men (p<0.05). The proportion of overweight and obesity (IMC= 31,02 kg/m2) people was higher among women (p<0.05) . The DM2 patients had lower HbA1c as compared to the DM1 patients (p<0.01). The goals of good clinical practices achieved are variable depending on the parameter studied. Almost the totality of the patients did not reach the goals. Many patients are overweight and did not reach the goals for HbA1c, lipid profile or blood pressure control. In addition, nutritional counselling, physical activity and ending tobacco smoking are neglected in the medical records and screenings to detect diabetes complications are not sufficiently requested. The third chapter was proposed with the objective to assess the influence status clinical, drug therapeutic and treatment adherence factors, in glycemic control and quality of life among patients with DM. A cross-sectional study was performed between August do December of 2014, and data was collected from the professional working in the clinic to assess and monitor the implementation of the service and its adequacy to the Assessment of Chronic Illness Care-ACIC and data were collected from the patients treated at the Diabetes Outpatient Clinic of the SEMPR / UFPR, as well as application of the questionnaires of adherence to the treatment, quality of life and user evaluation on the Patient Assessment of Care for Chronic Conditions (PACIC). The number of patients that were interviewed was 121(39 with DM1 and 82 with DM2). Regarding to comorbidities, it is important to highlight the prevalence of dyslipidemia (46.1% e 67%) and HA (30.7% e 70.7%), respectively, for both DM1 and DM2 patients. The treatment regimen is based on insulin therapy for most DM1 patients (71.9%) and, insulin plus HO is the treatment for DM1 (47.5%). Most patients also have high blood pressure and lipid most lowering ongoing therapies (61.5%). A poor metabolic control (HBA1c >7%) was found among patients with DM1; 94.8% (n=37). The perception of the user (maximum 5) about chronic conditions care was better among DM1 (2.86) as compared to DM2 (2.46). According to DM1 and DM2 patients, the item "model of current attention/ treatment decision making", received the best scores, 3.7 and 3.6 respectively. A considerable part of patients (43%) considered their quality of life as poor, and this was mainly observed among the patients with DM2 (35%). The quality of life was not considered excellent by any patients. Taking the answers of the health care professionals together, it is possible to suggest that, in this assessment (maximum 10), they have "basic capacities to assist chronic conditions" (scores from 3 to 5) as the following: health care system organization, community-based cooperation, support to self-care, design of the line care/service providing system and system clinical information. One exception was the answers for the item related to the assistance for clinical decisions, considering that it was indicated that the service has "reasonable capacity to assist chronic conditions" (scored from 6 to 8). Diabetes is a challenging disease, with multiple impacts on the lives of patients. Their difficulties are beyond the goals of clinical control. It is necessary to focus on the metabolic control and, to reach this goal; the structure of health care unit needs to be constantly re-evaluated as well as the efforts of the multi-professional. Keywords: metabolic control, quality of life, ACIC, PACIC

Identiferoai:union.ndltd.org:IBICT/oai:dspace.c3sl.ufpr.br:1884/48866
Date January 2017
CreatorsBaptista, Deise Regina
ContributorsUniversidade Federal do Paraná. Setor de Ciências da Saúde. Programa de Pós-Graduação em Ciências Farmacêuticas, Correr, Cassyano Januário, Pontarolo, Roberto, 1954-
Source SetsIBICT Brazilian ETDs
LanguagePortuguese
Detected LanguagePortuguese
Typeinfo:eu-repo/semantics/publishedVersion, info:eu-repo/semantics/doctoralThesis
Format213 f. : il., grafs., tabs., application/pdf
Sourcereponame:Repositório Institucional da UFPR, instname:Universidade Federal do Paraná, instacron:UFPR
Rightsinfo:eu-repo/semantics/openAccess
RelationDisponível em formato digital

Page generated in 0.0024 seconds