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Quanto mais quente melhor : corpos femininos nas telas do cinema

QUANTO MAIS QUENTE MELHOR: corpos femininos nas telas do cinema tem como tema o corpo feminino tensionado a parir de cenas recortadas de quatro filmes do cinema: Quanto Mais Quente Melhor (Estados Unidos, 1959), dirigido por Billy Wilder; Transamérica (Estados Unidos, 2005), por Duncan Tucker, Elvis & Madona (Brasil, 2010), por Marcelo Laffitte e A Pele que Habito (Espanha,2011), por Pedro Almodovar. O cinema, compreendido como um dos possíveis espaços críticos para explorar os discursos sobre feminilidade, não apenas ensina os modos de ser e viver a feminilidade, mas constitui-se em um potente instrumento para se suspender essas mesmas posições de gênero e sexualidade que, muitas vezes, estabelecem hierarquias, binarismos, tautologias entre os corpos. Assim, esta pesquisa foi mobilizada pela seguinte questão: Como se tem deslocado, através de algumas cenas de filmes do cinema, as relações entre feminilidade, corpo, biopoder e verdade? Para tanto, foi inserida no campo de análise pós-estruturalista. Como referências teóricas foram adotados os Estudos de Gênero e a teoria Queer, principalmente as vertentes que se aproximam com as teorizações de Judith Butler e Michel Foucault, e também foram realizadas algumas aproximações com o campo dos Estudos Culturais. Como estratégia metodológica foi proposta uma ‘etnocartografia de cenas’, ou seja, uma compilação entre a ‘etnografia de tela’ e a cartografia. Sendo assim, diante do referencial teórico adotado, da perspectiva analítica proposta e das cenas dos filmes recortadas foi possível estabelecer quatro eixos de análises. Em um primeiro eixo, foi pensado o modo como as personagens são fabricadas como femininas através das técnicas de iluminação e de cores e através dos códigos que regulamentam a indústria cinematográfica. Em um segundo eixo, foi discutido o corpo feminino como efeito de discursos, abordando a teoria das ‘performatividades de gênero’ proposta por Judith Butler. No terceiro eixo de análise, a feminilidade foi problematizada articulada a um modo neoliberal de ser e viver os corpos e, em um último eixo, foi discutida a infantilização do feminino e a ‘pedofilização’ do corpo das mulheres. Para tanto, a feminilidade foi assumida como uma ficção biopolítica, possível de ser cambiante de uma cultura a outra, de uma época a outra, uma vez que é efeito de discursos, práticas e saberes. / SOME LIKE IT HOT: female bodies in the cinema screens has like theme the female body thought through scenes cut four movies out: Some Like It Hot (United States, 1959), directed by Billy Wilder; Transamerica (United States, 2005), by Duncan Tucker; Elvis & Madonna (Brasil,2010), by Marcelo Laffitte and La Piel que Habito (Espanha, 2011), by Pedro Almodóvar. The cinema, taken up as one of the critical spaces to explore the discourses about femininity, not only teaches the ways of experiencing it, but is a powerful space to think the sexuality and gender positions of the characters that are in the screens. So, the movies constitute a powerful instrument to suspend these same gender and sexuality positions that often establish hierarchies, binaries and tautologies between genders. Thus, this research was mobilized mainly by the following question: How dislocate through scenes of four movies the relations between femininity, body, biopower and truth? Therefore, this research was inserted in the poststructuralist analysis field. To think the female body, was adopted the Gender Studies and Queer Theory , close of Judith Butler and Michel Foucault theories, as well as, it was done some approaches to the Cultural Studies. As to methodological strategy, it was proposed a ‘scenes ethnocartography’, which is a compilation of the ‘screen ethnography’ and cartography. With the theoretical references adopted, the analytical perspective chosen and the scenes cut movies out it was possible to set four axes of analysis. In a first axis, I thought the way of female characters are manufactured in the cinema screens through lighting and colors techniques as well as the codes that governing the film industry. In a second axis, I discussed the female body as an effect of speeches. In the third axis of analysis, I discussed the articulation of the femininity with a neoliberal way of being in the world. In the last axis of analysis, I discussed the body ‘pedophilization’. Thus, the femininity was taken as a ‘biopolitics fiction’, because it can be changing from one culture to another, from one epoch to another, as to be effect of discourses, practices and knowledge.

Identiferoai:union.ndltd.org:IBICT/oai:lume.ufrgs.br:10183/128884
Date January 2015
CreatorsFriederichs, Marta Cristina
ContributorsFelipe, Jane
Source SetsIBICT Brazilian ETDs
LanguagePortuguese
Detected LanguagePortuguese
Typeinfo:eu-repo/semantics/publishedVersion, info:eu-repo/semantics/doctoralThesis
Formatapplication/pdf
Sourcereponame:Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UFRGS, instname:Universidade Federal do Rio Grande do Sul, instacron:UFRGS
Rightsinfo:eu-repo/semantics/openAccess

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