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A pedagogização das diferenças sexuais: o cinema como dispositivo educativo / Pedagogicizing the sexual differences: cinema as an educational device

Com as transformações políticas, econômicas e sociais ocorridas a partir dos séculos XVII e XVIII, tem se intensificado um poder que se ocupa em gerir a vida e lhe extrair ao máximo suas forças, seja na produção de corpos individuais mais produtivos, seja no controle do corpo-espécie da população. Assim, ao mesmo tempo em que se torna hegemônico um modo de subjetivação no qual domina uma interioridade dotada de capacidades, desejos, virtualidades a serem descobertos, há uma crescente preocupação com fenômenos e processos da vida, transformados em taxas a serem medidas e previstas. No encontro entre indivíduo e população, a sexualidade, ponto fundamental na gestão da vida. Nesse contexto, o presente estudo teve por objetivo investigar modos de subjetivação acionados pelo cinema no que diz respeito às diferenças sexuais, fornecendo subsídios para a problematização de práticas ditas inclusivas. Em uma perspectiva teórico-metodológico pós-estruturalista que dialoga com a Teoria Crítica, tomou-se o cinema como um dispositivo educativo e governamentalizante, isto é, uma extremidade na qual o poder se exerce, visando o governo de corpos e da população. Inserido na lógica da indústria cultural, o cinema ensina estilos de vida, maneiras de ser e modos de se relacionar, construindo e legitimando identidades sociais, ao mesmo tempo em que desautoriza outras. A partir da análise de filmes indicados e/ou vencedores do Oscar na última década, percebeuse uma significativa mudança nas formas pelas quais personagens não-heterossexuais vêm sendo apresentados, apontando tanto para uma aparente ruptura com imagens pejorativas e estereotipadas, fomentadoras de preconceitos e exclusões, quanto para a incitação de processos subjetivadores nos quais dominam a domesticação das diferenças sexuais e abafamento de seu potencial contestatório e disruptivo / With the political, economic and social changes from the seventeenth and eighteenth centuries, has intensified a power that engages in life and manage to extract most of their forces, either in the production of individual bodies more productive, be in control of body-species population. Thus, while it becomes a hegemonic way of subjectivity in which one dominates inner endowed with abilities, desires, virtues to be discovered, there is a concern about the processes of life, transformed into rates to be measured and predicted. In the meeting between individual and population, sexuality, is a fundamental point in life management. In this context, this study has the objective to investigate ways of subjectivity regarding to sex differences, supporting the problematization of practices called \"inclusive. In a theoretical and methodological poststructuralist that dialogues with Critical Theory, cinema became an educational device and of governamentalization, ie an end in which power is exercised in order to government bodies and the public. In the logic of the culture industry, the film teaches lifestyles, ways of being and ways of relating, building and legitimating social identities at the same time that disallows others. From the analysis of nominated films and / or Academy Awards winners in the last decade, it was noticed a significant change in the ways non-heterosexual characters have been presented, pointing to an apparent break with negative images and stereotypes, that lead to actions of prejudice!and exclusion, as for the incitement of subjective processes in which dominate the domestication of sexual differences and smothering of their contesting and disruptive potential

Identiferoai:union.ndltd.org:usp.br/oai:teses.usp.br:tde-19072011-110706
Date06 May 2011
CreatorsSaraiva, Luis Fernando de Oliveira
ContributorsSekkel, Marie Claire
PublisherBiblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Source SetsUniversidade de São Paulo
LanguagePortuguese
Detected LanguageEnglish
TypeDissertação de Mestrado
Formatapplication/pdf
RightsLiberar o conteúdo para acesso público.

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