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Co-infecção da doença de chagas e da sindrome da imunodeficiencia adquirida : frequencia de casos em acompanhamento, perfil clinico, laboratorial e evolução dos pacientes atendidos no hospital de clinicas da Unicamp

Orientadores : Eros Antonio de Almeida, Rogerio de Jesus Pedro / Tese (doutorado) - Universidade Estadual de Campinas, Faculdade de Ciencias Medicas / Made available in DSpace on 2018-08-02T08:25:35Z (GMT). No. of bitstreams: 1
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Previous issue date: 2001 / Resumo: A tripanosomíase sul-americana, mais conhecida como doença de Chagas, é causada pelo protozoário Trypanosoma cruzi e é transmitida ao homem, principalmente por insetos hemípteros e por transfusões de sangue e derivados. A doença se distribui geograficamente desde o estado do Texas, ao sul dos Estados Unidos, até o sul da Argentina. Estima-se que na América Latina a infeccão crônica ocorra em 16 a 18 milhões de pessoas. No Brasil essa estimativa é de 3 a 5 milhões. A doença de Chagas se divide em fase aguda e crônica. A fase crônica se classifica em forma indeterminada (50%), cardíaca
(30% a 40%), digestiva (7,1% a 18,3%) e outras. A reativação da doença pode ocorrer em indivíduos imunossuprimidos, como tem sido observados em alguns pacientes com a síndrome da imunodeficiência adquirida (aids). A aids é causada pelo vírus da imunodeficiência humana (HIV) e transmitida, principalmente, pela via sexual e sanguinea. Surgiu no início dos anos 80 e acomete todos os países do globo. Na América Latina estima-se que a epidemia acometa 1,6 milhões de pessoas. No Brasil essa estimativa é de 597 mil pessoas. Este estudo se propôs a avaliar a freqüência de indivíduos infectados pelo
T. cruzi e HIV (co-infecção), em acompanhamento médico no Hospital de Clínicas da UNICAMP, no período de 03/1994 a 03/2001. Descreve também o perfil clínico, laboratorial e evolução dos pacientes co-infectados atendidos nesse hospital. Entre os 969 pacientes infectados pelo HIV avaliados, foram realizados 1707 exames sorológicos para doença de Chagas (IFI e/ou ELISA e/ou RFC) e encontrados 22 exames reagentes, em 13 indivíduos. Seguindo o critério estabelecido para definir a co-infecção (realização de pelo menos 2 testes), identificamos 9 indivíduos em 716, definindo-se assim uma freqüência de
1,26% pessoas co-infectadas. Esse número coincide com os dados de prevalência da doença de Chagas na população em geral do Brasil e é maior que os índices entre doadores de sangue (0,77%). Não houve diferenças entre os co-infectados e não co-infectados em relação a cor, local de nascimento e de residência, contagem de linfócitos T CD4+ e carga viral do HIV, assim como ter realizado um ou mais exames ou dois ou mais exames. Houve predomínio de mulheres no grupo dos co-infectados. A média de idade apresentada pelos co-infectados foi maior que o outro grupo. Entre os 24 pacientes identificados como co-infectados no HC/UNICAMP, desde 1991, foi possível avaliar a evolução clínica e laboratorial em 20 casos, sendo 12 mulheres. A idade média do grupo foi 43 anos e mais da metade era de cor branca. Esses
pacientes, durante o acompanhamento médico, realizaram, em conjunto, 113 exames sorológicos para doença de Chagas, sendo 89 reagentes, 21 duvidosos e 3 não reagentes. Uma paciente apresentou um exame duvidoso e 3 não reagentes, embora o exame de xenodiagnóstico comprovasse a infecção pelo T. cruzi. A positividade acumulada dos exames de xenodiagnóstico nos co-infectados foi alta (81%) e a intensidade de parasitemia elevada, padrões incomuns entre pacientes com doença de Chagas crônica. Dos 20 pacientes acompanhados, 9 permaneceram na forma indeterminada da doença de Chagas, 7
na forma cardíaca, uma evoluiu da forma indeterminada para a digestiva e 3 tiveram reativação da doença em Sistema Nervoso Central(SNC). Essas 3 reativações foram comprovadas parasitologicamente. Em 4 indivíduos, embora sem comprovação da reativação, houve indícios significativos dessa complicação, com acometimentos em SNC (3 casos) e miocárdio (1 caso). O tratamento específico para a reativação da doença de Chagas foi instituído em 6 indivíduos. A evolução clínica e/ou laboratorial da infecção pelo mv ocorreu em 7 indivíduos. Em 4 casos não foi possível fazer essa avaliação. O tempo médio de acompanhamento dos 20 pacientes foi 35,8 meses, variando de 18 dias a 96 meses. Dos 11 casos com óbitos conhecidos foi possível realizar necrópsia em apenas 3. Um desses era um caso de reativação da doença de Chagas em SNC e isso foi claramente observado nos exames histopatológicos do cérebro. O perfil epidemiológico da aids e da doença de Chagas nos últimos anos, pode estar propiciando a aproximação de ambos os agravos e aumentando as possibilidades de aparecimento de reativações da doença de Chagas entre os pacientes com mv /aids. Esses quadros clínicos apresentam grandes
chances de não serem diagnosticados adequadamente, aumentando assim a gravidade e letalidade da doença. Embora no Brasil, até o momento, a coexistência desses agravos seja pequena, nos outros países da América Latina essa fteqüência pode ser maior. Existe, ainda, a possibilidade do aparecimento de casos da co-infecção em países desenvolvidos, devido a grande imigração de indivíduos oriundos de regiões endêmicas para a doença de Chagas. Os exames sorológicos para a doença de Chagas, mesmo quando duvidosos, devem ser valorizados e os exames parasitológicos devem ser realizados / Abstract: The South-American trypanosomiasis, also known as Chagas' disease, is caused by the Trypanosoma cruzi protozoan and is transmitted to human-beings mainly by hemipterous insects ( "bicho barbeiro") and through blood transfusions and blood products. The disease is distributed from the state of Texas, in the south of the United States, to the south of Argentina. In the South America the chronic infection by this disease is estimated to occur in 16 to 18 million people. In Brazil the estimation is from 3 to 5 million people. The disease is divided in two fases the chronic and the acute. The chronic fase can appear, mainly, with undetermined symptoms (50%), cardiac (30% to 40%), digestive (7,1% to 18,3%) and others. The disease reactivation may occur in imunosupressed individuais, as it has been observed in some aids patients. This epidemic, caused by the mv virus, is mainly transmitted by sexual "routes" and through the blood. It appeared in the early 80's and today undertakes 1.6 million people in Latin America. In Brazil it is estimated that 597 thousand people are infected by this virus. This study has a proposal of evaluating the frequency of T. cruzi infected individuaIs and mv co-infection, followed at UNICAMP' s
Clínical Hospital, in the period from 03/1994 to 03/2001. It also, describes the clínical, laboratorial profile and the evolution of the co-infected patients being followed in this hospital. It was done 1707 serological exams for Chagas' disease (IFI and/or ELISA and/or RFC) among the 969 mv infected patients evaluated, and 22 reactive exams were found in 13 individuaIs. Following the same criteria established for the co-infection (realization of at least 2 tests), 9 individuaIs out of 716 were identified as co-infected, determining a frequency of 1,26%. This number is the same as the one found in the data for Chagas
disease in the general population in Brazil, and higher than the incidence among blood donors (0,77%). There was no differences among the co-infected and not co-infected patients related to color, birthplace or home address, CD4+ T cells, viralload, nor the fact ofhaving done 1 or more exams or 2 or more exams. There was a prevalence ofwomen in the group of co-infected. The average age of the co-infected was higher than in the other group. Among the 24 cases identified as co-infection at UNICAMP's Clínical Hospital since 1991, it was possible to evaluate the clínicaI and laboratorial evolution of20 patients,
being 12 of them women. The average age was 43 years old, and more than half of the patients were white. These individuaIs did 113 serological exams, all together, for Chagas' disease. 89 were "reactive", 21 were doubtful and 3 were "no reactive". One ofthe patients had 1 doubtful exam and 3 "no reactive", although the xenodiagnosis showed an infection by T. cruzi. The accumulation ofpositive exams found from the xenodiagnosis in the coinfected individuaIs was high (81%) and the parasitemia intensity was, also, high which is uncommon among Chagas' disease patients. From the 20 patients that were followed, 9
showed the undetermined form ofChagas' disease, 7 showed the cardiac form, 1 developed from the undetermined form to the digestive form, and 3 had a reactivation of the disease in the CNS. These 3 reactivations had parasitological confirmation. In 4 individuais, although there was no laboratorial confnmation of the reactivation, there were significant evidences ofthis complication, with reactions in the CNS (3 cases) and in the myocardio (1 case). The specific treatment for reactivation of Chagas' disease was given to 6 individuais. The clínical and/or laboratorial evolution of the mv infection was observed in 7 individuaIs. It was not possible to make this evaluation in 4 cases. The average time of the follow-up of these patients was 35,8 months, varying from 18 days to 98 months. There was 11 cases of death and it was possible to make necropsi in on1y3 of the cases. One of them was a case of reactivation of Chagas' disease in CNS and that could be clearly observed in the brain histopatologic exams. The epidemiological profile of aids and Chagas' disease in the 1ast years, could be facilitating the approximation of both diseases and increasing the possibilities of reactivation of Chagas' disease in mv patients. These cases have a great chance of not being correctly diagnosed, and therefore seriousness and lethality of the disease. Although in Brazil, up to this moment, the coexistence of these two diseases is little, in other Latin American Countries the ftequency can be higher. There is, also, a possibility of appearance of co-infection cases in developed countries, due to the great immigration of individuals from Chagas' disease endemic regions. The serological exams for Chagas' disease, even when doubtful, must be taken seriously and parasitological exams must be done / Doutorado / Clinica Medica / Doutor em Clínica Médica

Identiferoai:union.ndltd.org:IBICT/oai:repositorio.unicamp.br:REPOSIP/309189
Date14 December 2001
CreatorsLima, Josue Nazareno de
ContributorsUNIVERSIDADE ESTADUAL DE CAMPINAS, Pedro, Rogerio de Jesus, 1942-, Almeida, Eros Antonio de, 1951-, Lima, Maria Patelli Juliani Souza, Teixeira, Maria Aparecida Barone, Aoki, Francisco Hideo
Publisher[s.n.], Universidade Estadual de Campinas. Faculdade de Ciências Médicas, Programa de Pós-Graduação em Ciências Médicas
Source SetsIBICT Brazilian ETDs
LanguagePortuguese
Detected LanguagePortuguese
Typeinfo:eu-repo/semantics/publishedVersion, info:eu-repo/semantics/doctoralThesis
Format187p. : il., application/pdf
Sourcereponame:Repositório Institucional da Unicamp, instname:Universidade Estadual de Campinas, instacron:UNICAMP
Rightsinfo:eu-repo/semantics/openAccess

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