Return to search

Sob o signo da escritura: ficção-crítica, biografia e história em Haroldo Maranhão / Dans le signe de l’écriture: fiction-critique, biographie et histoire en Haroldo Maranhão

Submitted by Erika Demachki (erikademachki@gmail.com) on 2015-05-07T21:12:27Z
No. of bitstreams: 2
Tese - Paulo Alberto da Silva Sales - 2014.pdf: 1885527 bytes, checksum: 18256a50ee213d764404ab0aba9b25a5 (MD5)
license_rdf: 23148 bytes, checksum: 9da0b6dfac957114c6a7714714b86306 (MD5) / Approved for entry into archive by Erika Demachki (erikademachki@gmail.com) on 2015-05-07T21:13:49Z (GMT) No. of bitstreams: 2
Tese - Paulo Alberto da Silva Sales - 2014.pdf: 1885527 bytes, checksum: 18256a50ee213d764404ab0aba9b25a5 (MD5)
license_rdf: 23148 bytes, checksum: 9da0b6dfac957114c6a7714714b86306 (MD5) / Made available in DSpace on 2015-05-07T21:13:49Z (GMT). No. of bitstreams: 2
Tese - Paulo Alberto da Silva Sales - 2014.pdf: 1885527 bytes, checksum: 18256a50ee213d764404ab0aba9b25a5 (MD5)
license_rdf: 23148 bytes, checksum: 9da0b6dfac957114c6a7714714b86306 (MD5)
Previous issue date: 2014-06-30 / Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior - CAPES / Dans cette recherche, nous développerons dans un premier temps, une étude interdisciplinaire
sur la notion d'écriture que nous avons adoptée à la lecture des oeuvres de Roland Barthes, de
Jacques Derrida et d'autres théoriciens post-structuralistes qui pensent le texte comme un «
événement » comme un « devenir » et comme une « offre » faite dans le « jeu textuel »
arbitrée par l´éternelle répétition avec une différence critique et ironique. L'écriture est, selon
l'idée centrale de notre thèse, la notion qui s'applique le mieux à des récits fictifs de la
contemporanéité. En effet, ceux-ci contiennent simultanément dans leur structure, des aspects
fictionnels, critiques et théoriques. En se repliant sur elle-même, l'écriture présente des
aspects auto-conscientset auto-réflexifs, que nous connaissons comme de la métafiction.
Grâce au contenu métafictionnel dont s'approprie l'écriture, il y a réfutation de la mimêsis et
de la vraisemblance, au sens aristotélicien du terme, pour la représentation de l'ingéniosité de
la fiction et dans le même temps, la convocation du lecteur à une participation active dans la
construction des sens du texte. Dans ce paradoxe métafictionnel, l'écriture revisite aussi des
aspects et des faits de l'historiographie à travers un examen problématisant associé à des
stratégies textuelles transgressives comme l'ironie, la parodie et le pastiche. À cette relecture
des faits historiques, unis à l´auto-conscience de la fiction, l'écriture est, aussi, une
métafiction historiographique. Et comme elle appartient principalement à l´univers
romanesque, dont la portée est très large, l´écriture s'approprie également d'autres genres, leur
offrant une nouvelle signification et les déstabilisant, en les rendant fluides et hybrides. Nous
pouvons citer comme exemples, d'autres genres intégrés par l'écriture, tels que
l´autobiographie, la biographie, la lettre, le journal et d´autres types de textes de nature critico
- théorique, comme l´essai, entre autres. Avec sa nature intertextuelle et interdisciplinaire,
l´écriture favorise toujours et à chaque lecture, un nouveau regard critique de l'histoire, de la
fiction et de l'écriture littéraire elle-même. En général, on considère que la première oeuvre qui
remet en question ses propres procédés narratifs est Don Quichotte, mais on a déjà remarqué
certains aspects, dans une moindre mesure, dans la biographie romancée et picaresque
Lazarillo de Tormes, dont la paternité est inconnue. Ce fut, avant tout, à partir de l'évolution
du roman anglais au XVIIIème siècle et du français aux XIXème et XXème siècles que le
roman se revigore et se restructure. Et à notre avis, ce que nous appelons écriture dans notre
thèse, est une nouvelle étape de l'évolution du récit fictif. Afin de mieux représenter tous les
problèmes que nous venons de souligner, nous nous concentrerons, dans la deuxième partie
de notre recherche, à l'examen d'une oeuvre passionnante de la contemporanéité brésilienne :
le roman Memorial do fim – A morte de Machado de Assis, de l'écrivain du Pará Haroldo
Maranhão. Après avoir lu plusieurs autres oeuvres de fiction de ces trente dernières années du
XXème siècle, nous avons élu le roman de Maranhão comme le roman paradigmatique de la
prose brésilienne postmoderne car non seulement il introduit dans la composition de son récit
des questions de domaines de connaissances divers mais il déstabilise de nombreuses
conventions et traditions littéraires cristallisées. Ledit roman présente des aspects imitatifs du
pastiche ; il possède un contenu parodique avec une distance critique et ironique ; il revitalise
les genres intimistes, en particulier la biographie, le journal et la lettre ; il désintègre l'idée
d'un moi biographique / d´auteur en mettant le fait historique / biographique dans le même
plan discursif que l´univers fictif, en plus d'être plurilinguistique. Après avoir souligné toutes
ces questions, nous pouvons affirmer que le roman Memorial do fim est un nouveau type
romanesque de la prose brésilienne contemporaine qui peut-être, dans les prochaines
décennies, pourra être vu par les critiques comme le fondateur d'une tradition ou d'un canon. / Em nossa pesquisa, desenvolveremos, no primeiro momento, um estudo interdisciplinar a
respeito da noção de escritura que adotamos a partirda leitura das obras de Roland Barthes, de
Jacques Derrida e de outros teóricos pós-estruturalistas que pensam o texto como um
“acontecimento”, como um “devir” e como um “lance” feito no “jogo textual” mediadopela
eterna repetição com diferença crítica e irônica. A escritura é, segundo a ideia central de nossa
tese, a noção que melhor se aplica a narrativas ficcionais da contemporaneidade por estas
conterem na sua estrutura, simultaneamente, aspectos ficcionais, críticos e teóricos. Ao
dobrar-se sobre si mesma, a escritura apresenta aspectos autoconscientes e autorreflexivos,
que conhecemos como metaficção. Por meiodo teor metaficcional do qual a escritura se
apropria, há a refutação da mimesis e da verossimilhança, no sentido aristotélico do termo,
para a representação do engenho da ficção e, ao mesmo tempo, a convocação do leitor a uma
participação ativa na construção dos sentidos do texto. Neste paradoxo metaficcional, a
escritura também revisita aspectos e fatos da historiografia por meio de uma revisão
problematizadora associada às estratégias textuais transgressivas, tais como a ironia, a paródia
e o pastiche. A essa releitura dos fatos históricos, unidos à autoconsciência da ficção, a
escritura é, também, uma metaficção historiográfica. E por pertencer, sobretudo, ao âmbito
romanesco, cuja abrangência é extremamente ampla, a escrituratambém se apropria de outros
gêneros, a fim de ressignificá-los e de desestabilizá-los, tornando-os fluidos e híbridos. Como
exemplos de outros gêneros incorporados pela escritura, citamos a autobiografia, a biografia,
a carta, o diário e outras tipos textuais de natureza crítico-teórica, como o ensaio, por
exemplo. Por sua natureza intertextual e interdisciplinar, a escritura promove, sempre e a cada
leitura, um novo olhar crítico da história, da ficção e da própria escrita literária. Em geral,
considera-se que a primeira obra a questionar seus próprios procedimentos narrativos é Dom
Quixote, mas, já percebemos alguns aspectos, em menor grau, na biografia romanceada e
picarescaLazarilho de Tormes, cuja autoria é desconhecida. Foi, sobretudo, a partirda
evolução do romance inglês no século XVIII e do francês nos séculos XIX e XX que o
romance se revigorou e se reestruturou. E, a nosso ver, o que chamamos de escritura em nossa
tese é um novo estágio evolutivo da narrativa ficcional. Com o intuito de melhor representar
todos os problemas que já destacamos, nos deteremos, na segunda parte de nossa pesquisa, no
exame de uma obra instigante da contemporaneidade brasileira: o romance Memorial do fim –
A morte de Machado de Assis, do escritor paraense Haroldo Maranhão. Após a leitura de
várias outras obras de ficção dos últimos trinta anos do século XX, elegemos o romance de
Maranhão como o romance paradigmático da prosa brasileira pós-moderna porintroduzir na
composição de sua narrativa questões de domínios de conhecimentos diversos e por
desestabilizar inúmeras convenções e tradições literárias cristalizadas. O referido romance
apresenta aspectos imitativos do pastiche;possui teor paródico com distância crítica e irônica;
revitaliza os gêneros intimistas, principalmente a biografia, o diário e a carta; desintegra a
ideia de um eu biográfico/autoral ao colocar o fato histórico/biográfico no mesmo plano
discursivo do heterocosmo fictício, além de ser plurilinguístico.Julgamos, por todas essas
questões por nós apontadas, ser o romanceMemorial do fim um novotipo romanesco da prosa
brasileira contemporânea que, talvez, nas próximas décadas, possa ser visto pelos críticos
como o fundador de uma tradição ou um cânone.

Identiferoai:union.ndltd.org:IBICT/oai:repositorio.bc.ufg.br:tede/4496
Date30 June 2014
CreatorsSales, Paulo Alberto da Silva
ContributorsFaria, Zênia de, Faria, Zênia de, Bérgamo, Edvaldo Aparecido, Bittencourt, Libertad Borges, Rocha, Rejane Cristina, Leite, Sylvia Helena Telarolli de Almeida
PublisherUniversidade Federal de Goiás, Programa de Pós-graduação em Letras e Linguística (FL), UFG, Brasil, Faculdade de Letras - FL (RG)
Source SetsIBICT Brazilian ETDs
LanguagePortuguese
Detected LanguagePortuguese
Typeinfo:eu-repo/semantics/publishedVersion, info:eu-repo/semantics/doctoralThesis
Formatapplication/pdf
Sourcereponame:Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UFG, instname:Universidade Federal de Goiás, instacron:UFG
Rightshttp://creativecommons.org/licenses/by-nc-nd/4.0/, info:eu-repo/semantics/openAccess
Relation-1403758209736362229, 600, 600, 600, 600, -5417850704678072988, 7955259954785510783, 2075167498588264571

Page generated in 0.0025 seconds