Ce travail a comme objectif d‘analyser la voix et le silence dans l‘œuvre fragmentaire de deux écrivains, Fernando Pessoa (1888-1935) et Maurice Maeterlinck (1862-1949), héritiers de plusieurs cultures, auteurs dont l‘écriture gagne un surplus de sens grâce aux voix qu‘elle crée et qui font entendre leurs mots ou bien le silence de leur absence.A travers l‘analyse de quelques-unes de leurs oeuvres, nous essayons de comprendre jusqu‘à quel point ces deux poètes, rattachés aux mouvements moderniste et symboliste, vécurent l‘inquiétude propre à leur siècle, réfléchissant sur les raisons qui les menèrent à transformer la vie en un éternel mouvement vers l‘absolu, une quête d‘un état d‘âme impossible en dehors de leur création poétique ou théâtrale. Nous tenterons ainsi de justifier, dans la mesure du possible, la forme inachevée d‘une grande partie de leurs écrits, marqués par la dépersonnalisation et le questionnement concernant l‘énigme de l‘existence.Fernando Pessoa et ses hétéronymes seront les voix (im)possibles dans le silence de Maeterlinck, deux formes d‘une même polyphonie, placée en rapport avec la fragmentation formelle des personnages des oeuvres de chacun des auteurs. / This work pretends to analyse voice and silence having in mind the fragmentation of Fernando Pessoa (1888-1935) and Maurice Maeterlinck‘s (1862-1949) work, heirs to several cultures and owners of a writing where the meaning of words depend on the voices or on the silence of their absence.Through some of their works, we try to understand how these poets of symbolism and modernism lived the disquietude of a century, to analyse the causes that made them change life into an eternal movement in direction of the absolute, looking for a state of soul, only possible in their poetry and theatre, and justify, whenever possible, the infinite form that determined the unaccomplishement of most of their writings, which they developped together with the depersonalization and the irreducibility that caracterizes the enigma of life.Fernando Pessoa and his heteronymous are the (im)possible voices in Maeterlinck‘s silence, two forms of the same polyphony, in relation with the formal fragmentation of the characters of their works. / Este trabalho tem como objectivo analisar a voz e o silêncio na fragmentação da obra de dois autores, Fernando Pessoa (1888-1935) e Maurice Maeterlinck (1862- 1949), herdeiros de várias culturas e donos de uma escrita em que as palavras ganham sentido pelas vozes a que dão corpo ou pelo silêncio da sua ausência.Através da apreciação de algumas das suas obras, tentamos compreender até que ponto estes dois poetas do modernismo e do simbolismo viveram a inquietude de um século, reflectir sobre os motivos que os levaram a transformar a vida num eterno movimento em direcção ao absoluto, na busca de um estado de alma só possível no acontecer da sua poesia ou teatro e justificar, sempre que possível, a forma infinita que definiu o inacabamento de grande parte dos seus escritos, desenvolvidos a par com uma despersonalização e a irredutibilidade que caracteriza o enigma da existência.Fernando Pessoa e os seus heterónimos são as vozes (im)possíveis no silêncio de Maeterlinck, duas formas de uma mesma polifonia, colocada em relação com a fragmentação formal das personagens nas obras de cada um dos autores.
Identifer | oai:union.ndltd.org:theses.fr/2012BOR30082 |
Date | 19 March 2012 |
Creators | Correia, Maria Teresa da Fonseca Fragata |
Contributors | Bordeaux 3, Universidade nova de Lisboa, Centeno, Yvette Kace, Binet, Ana Maria |
Source Sets | Dépôt national des thèses électroniques françaises |
Language | Portuguese |
Detected Language | French |
Type | Electronic Thesis or Dissertation, Text |
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