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Redução fenomenológica, idealismo transcendental e intersubjetividade

Dissertação (mestrado) - Universidade Federal de Santa Catarina, Centro de Filosofia e Ciências Humanas, Programa de Pós-Graduação em Filosofia, Florianópolis, 2016. / Made available in DSpace on 2016-09-20T05:07:16Z (GMT). No. of bitstreams: 1
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Previous issue date: 2016 / A presente pesquisa se propõe a investigar um dos problemas mais debatidos e extensamente criticados da filosofia husserliana: o da intersubjetividade. O volume e o tom majoritariamente censurador das discussões acerca do tema não são nada de surpreendente para uma filosofia que viu no retorno ao ego cogito e na construção de uma verdadeira egologia a pedra de toque para a refundação das ciências e da própria filosofia. Parece que se está diante de um dos limites da filosofia husserliana, um ponto nevrálgico capaz de fazer ruir toda a empreitada do pai da fenomenologia. Entre os textos publicados ainda durante a vida de Husserl, seguramente aquele que se detém de maneira mais profunda nos problemas da intersubjetividade é Meditações cartesianas, de 1931. Trata-se de ponto comum entre os comentadores e os herdeiros da fenomenologia husserliana acusar o fracasso de Husserl em sua tentativa, neste texto, de discutir a dimensão intersubjetiva a partir da perspectiva proporcionada pelos métodos da epoché e da redução fenomenológica. Como seria possível fazer justiça à experiência intersubjetiva após a limitação do campo de investigação à própria consciência? Além disso, outro elemento ajuda a compor e a tornar mais complexo este quadro: o autoproclamado idealismo transcendental que Husserl identifica à própria fenomenologia. Como se poderia, dada a adoção explícita de uma postura idealista, evitar a acusação de solipsismo? E, pior: como seria mesmo pensável superá-la? O que nossa pesquisa pretende abordar é o fato de que, a despeito das inúmeras críticas e vereditos comuns apontando o fracasso e a impossibilidade da empreitada husserliana de justificar a experiência intersubjetiva, os intérpretes tendem a não chegar a um acordo sobre, afinal, qual seria o problema específico, relativo à intersubjetividade, do qual Husserl se ocupa na Quinta Meditação. Nossa investigação buscará, então, como peça-chave de nossas indagações, delimitar algumas das características definidoras destes dois elementos que parecem tornar aporética qualquer tentativa de lidar com a dimensão intersubjetiva a partir de uma perspectiva husserliana: a epoché/redução fenomenológica e o idealismo transcendental-fenomenológico. A partir daí, o que se pretende é chegar a um entendimento que possa se pôr no pórtico das possíveis objeções ao que Husserl está propondo, pois, pensa-se que uma das condições para determinar em que medida ele obtém sucesso ou não é definir minimamente aquilo sobre o qual, enfim, o filósofo está lançando sua atenção e esforços.<br> / Abstract : This research aims to investigate one of the most discussed and widely criticized problems in Husserl?s philosophy: the intersubjectivity. The volume and censorious tone of these discussions is not surprising for a philosophy that saw the return to the ego cogito and the building of a real egology as the touchstone for the re-foundation of science and philosophy itself. It seems that we are facing one of the limits of Husserl's philosophy, a neuralgic point able to collapse the whole enterprise of the father of phenomenology. Among other texts published during Husserl?s life, certainly the one that holds more deeply in the problems of intersubjectivity is Cartesian Meditations, from 1931. Commentators and heirs of Husserl's phenomenology expressly acknowledge the failure of Husserl?s attempt in this text to discuss the intersubjective dimension from the perspective provided by the methods of epoché and phenomenological reduction. How is it possible to do justice to the intersubjective experience after limiting the field of research to one?s own conscience? Besides, another element concurs to compose and to make more complex this picture: the self-proclaimed transcendental idealism that Husserl identifies with phenomenology. How can an explicit adoption of an idealistic posture avoid the charge of solipsism? And worse, how could be even thinkable to overcome it? Our research aims to address the fact that, despite the many criticisms and common verdicts pointing the failure and the impossibility of Husserl's endeavor to justify our intersubjective experience, interpreters do not even reach an agreement, after all, on what would be the specific problem on the intersubjectivity which Husserl is concerned at the Fifth Meditation. Our investigation then seeks, as a key part of our inquiries, to delimit some of the defining characteristics of these two elements that seem to make aporetic any attempt to deal with the intersubjective dimension from a Husserlian perspective: the epoché/phenomenological reduction and the transcendental-phenomenological idealism. From thereon, the aim is to reach an understanding that can be placed on the threshold of possible objections to what Husserl is proposing, insofar as one of the conditions to determine to what extent Husserl succeeds or not is to minimally clarify the matter that the philosopher is devoting its attention and efforts.

Identiferoai:union.ndltd.org:IBICT/oai:repositorio.ufsc.br:123456789/168253
Date January 2016
CreatorsVieira, Allan Josué
ContributorsUniversidade Federal de Santa Catarina, Wu, Roberto
Source SetsIBICT Brazilian ETDs
LanguagePortuguese
Detected LanguagePortuguese
Typeinfo:eu-repo/semantics/publishedVersion, info:eu-repo/semantics/masterThesis
Sourcereponame:Repositório Institucional da UFSC, instname:Universidade Federal de Santa Catarina, instacron:UFSC
Rightsinfo:eu-repo/semantics/openAccess

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