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Previous issue date: 2016-02-19 / Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior / A contaminação pelo Vírus da Imunodeficiência Humana (HIV) é mundialmente prevalente e tem se intensificado nas últimas décadas, principalmente na população acima dos 60 anos, emergindo como um desafio para o Brasil, no sentido do estabelecimento de políticas públicas e estratégias que garantam o alcance das medidas preventivas e a melhoria da qualidade de vida dessas pessoas. Nesse sentido, as principais questões que essa pesquisa pretendeu responder foram: Qual é a realidade da infecção pelo vírus HIV/AIDS em população idosa no Brasil e, em especial, em Minas Gerais? Quais são as representações dos idosos sobre a AIDS? Quais são os motivos e reações dos idosos frente à aquisição da doença, sob uma perspectiva de gênero? Quais são as repercussões do HIV/AIDS sobre os domínios da vida do idoso (a) e o funcionamento familiar? Diante dessa realidade, o objetivo geral desse trabalho centrou-se em analisar as representações da AIDS para a população idosa, examinando seus significados e repercussões, sob uma perspectiva de gênero. Tratou-se de uma pesquisa de natureza quantitativa e qualitativa, uma vez que ambas as abordagens se complementam, com caráter exploratório-descritivo e do tipo estudo de caso. Para satisfazer os objetivos propostos, a população envolvida compreendeu homens e mulheres idosos (60 anos ou mais) com HIV/AIDS, que realizam o tratamento no Serviço de Assistência Especializada (SAE), em Juiz de Fora/MG. Procurou-se trabalhar com os pacientes idosos que abriram o prontuário no período de 2007 a 2013, e que se consultaram nos últimos 6 meses (anteriores a junho de 2015), sendo então considerados assíduos. Para a coleta de dados, foi utilizada a entrevista semiestruturada. Os dados foram analisados, por meio da análise de conteúdo e através do uso do “Analyse Lexicale par Contexte d’un Ensemble de Segments de Texte” (ALCESTE), sendo posteriormente discutidos a partir da literatura relacionada. Os resultados mostraram que os idosos têm conhecimento sobre a AIDS, mas que, no entanto, acreditam que faltam mais informações direcionadas especialmente para a faixa etária, acima de 60. Assim, alguns ainda se sentem vulneráveis devido à falta de informações, bem como à crença errônea de que somente os jovens poderiam adquirir a doença, o que os leva, muitas vezes, a esconderem o diagnóstico de outras pessoas. Quanto às representações sobre a AIDS, a maioria dos idosos associa a doença com aspectos relacionados ao medo e falta de prevenção, mas também associam à cura e aos exames. Tais representações demonstram a possibilidade da convivência com a doença, apesar de remeter a palavras tristes, também leva os idosos a pensarem nos cuidados que precisam ter tanto com a saúde quanto com a questão da transmissão. No que se refere à categoria gênero, para a análise das representações dos idosos sobre a AIDS, pode-se observar que essa variável atributo se destacou nas classes referentes ao nível de conhecimento sobre as políticas públicas de controle e prevenção e na classe tratamento e mudanças ocorridas. Em relação às repercussões da AIDS nos domínios da vida dos entrevistados, para a maioria dos idosos não ocorreram mudanças significativas em seus domínios da vida. Nas questões relacionadas ao funcionamento familiar, destacou-se a questão de alguns idosos entrevistados manterem sigilo acerca da doença e, devido a isso, não vivenciarem mudanças em seu relacionamento com a família. Contudo, para os idosos que afirmaram terem contado para a família sobre a doença, a maior parte se sentiu acolhida, o que acarretou benefícios na vida dos entrevistados. Vale ressaltar que, para o portador do HIV, enfrentar a doença sozinho gera diversos sentimentos negativos, onde a falta de apoio da família e de amigos traz consequências negativas na adesão ao tratamento, no isolamento do paciente e na dificuldade em que o idoso tem em buscar ajuda. Nesse sentido, pode-se concluir que o aumento da incidência da AIDS na população idosa está ligado muitas vezes à falta de informações, considerando que a forma predominante de contágio é a sexual, bem como à crença errônea de que as pessoas idosas não possuem vida sexual ativa, o que conduz o grupo a não se prevenir. Dessa forma, diante do aumento de casos de HIV/AIDS na terceira idade, cabe aos familiares e aos profissionais de saúde informarem aos idosos que estes também fazem parte do grupo de risco, buscando alternativas, principalmente políticas e programas de prevenção, de forma a contrapor às situações de estigma e discriminação. / The contamination by the Human Immunodeficiency Virus (HIV) is widely prevalent and has intensified in the recent decades, especially in the population over 60 years. That’s a challenge to Brazil to establish public policies and strategies that ensure the scope of preventive measures and that improve the quality of life of these people. Thus, the main questions that this research intended to answer were: What is the reality of infection by HIV/AIDS in the elderly population in Brazil, especially in Minas Gerais? What are the representations of the eldery people about AIDS? What are the motives and reactions of the elderly on the acquisition of the disease, from a gender perspective? What are the impacts of HIV/AIDS on elderly people life and their family functioning? According to this reality, this study focused on analyzing the AIDS representations in the elderly population, examining its meaning and implications, from a gender perspective. This was a quantitative and qualitative research, since both approaches are complementary, with an exploratory and descriptive character and a study case. To meet the proposed objectives, the people involved consisted of elderly men and women (60 and older) with HIV/AIDS, who are treated in the Specialized Care Service (SAE), in Juiz de Fora/MG. This research tried to work with elderly patients who have opened the records from 2007 to 2013, and consulted assiduously in the last 6 months (prior to June 2015). To collect data, it was used the semi-structured interview. Data were analyzed through content analysis and by the “AnalyseLexicale par Contexte d’un Ensemble de Segments de Texte” (ALCESTE). It was also discussed later according to the related literature. The results showed that the elderly people have knowledge about AIDS, however, they believe that is necessary more information, especially for the age group above 60. So, some still feel vulnerable due the lack of information and the erroneous belief that only young people could get the disease, which leads often to hide the diagnosis from other people. About the representations of AIDS, most elderly associate the disease with aspects related to fear and lack of prevention, but they also associate it with healing and the exams. Such representations demonstrate the possibility of living with the disease, although the sad words they used. It also leads the elderly to think about the care that they need to have, not only with health, but also with the transmission. To analyze the representations of older people about AIDS, with regard to the gender category, it can be observed that this variable excelled in classes on the level of knowledge about public policy control and prevention and treatment class and change over time. Regarding the impact of HIV/AIDS on the lives of the interwied, for most of them, there were no significant changes in their lives. With regard to issues related to family functioning, it stood out that some of them keep secret about the disease, and because of this, they do not experience changes in their relationship with family. However, for elderly people who have told to their families about the disease, most of them were welcomed, leading to the benefits in their lives. It is worth mentioning that for the HIV carrier, it’s very hard to face the disease alone and that generates many negative feelings, where the lack of support from family and friends has negative consequences on adherence to treatment, the patient's isolation and the difficulty that the elderly have in seek help. So, it can be concluded that the increased incidence of AIDS in the elderly population is linked to the lack of information, considering that the predominant form of transmission is sexual, and it’s a mistake to believe that elderly people do not have a sexual life. That’s one of the reasons that lead people to no prevent themselves. Thus, considering the increase of HIV/AIDS cases in the elderly, it is an on obligation for families and for the health professionals inform the elderly people that they are also part of a risk group. It’s also necessary to seek for alternatives, especially prevention policies and programs in order to counter the stigma and discrimination situations.
Identifer | oai:union.ndltd.org:IBICT/oai:localhost:123456789/8181 |
Date | 19 February 2016 |
Creators | Silva, Aline Oliveira |
Contributors | Mafra, Simone Caldas Tavares, Loreto, Maria das Dores Saraiva de |
Publisher | Universidade Federal de Viçosa |
Source Sets | IBICT Brazilian ETDs |
Language | Portuguese |
Detected Language | English |
Type | info:eu-repo/semantics/publishedVersion, info:eu-repo/semantics/masterThesis |
Source | reponame:Repositório Institucional da UFV, instname:Universidade Federal de Viçosa, instacron:UFV |
Rights | info:eu-repo/semantics/openAccess |
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