O presente trabalho pretende depreender e analisar o posicionamento do escritor e político José de Alencar (1829-1877) em relação à educação necessária aos escravizados para que pudessem ser libertados do cativeiro, bem como compreender as concepções alencarianas sobre a importância e os objetivos da instrução articulada à ideia de civilização. Considerando-se a relevância das obras para os questionamentos levantados para análise, serão estudadas nessa pesquisa as seguintes obras literárias: os romances Til e O Tronco do Ipê, ambos publicados em 1871; e as peças teatrais O Demônio Familiar e Mãe publicadas em 1857 e 1860 respectivamente. Selecionamos também alguns dos seus discursos políticos proferidos durante sua atuação como ministro da justiça (1868-1870) e como deputado geral pela província do Ceará (1861-1863; 1869-1872; 1872-1875; 1876- 1877), levando-se em consideração os propósitos do trabalho. Dentre vários discursos dos mais variados temas serão analisados dois deles: os discursos sobre o Elemento Servil, produzidos entre 1870 e 1871, e um discurso que não trata diretamente sobre instrução, mas se liga diretamente a ela: Agricultura: Crédito Territorial e Colonização, também produzido em 1870. Pareceu-nos relevante, e até indispensável, fazermos uma leitura da sua produção autobiográfica que também nos trazem importantes relatos sobre a vida do escritor e o mais importante: sobre o cotidiano escolar da primeira metade do século XIX vivenciado por Alencar. Dentre essas fontes, temos a carta Como e porque sou romancista (1873); o prefácio Benção Paterna (1872) do romance Sonhos Douro e o texto A Comédia Brasileira (1857), são pequenos textos autobiográficos nos quais o autor deixa transparecer alguns fatos marcantes da sua infância, da juventude e do seu cotidiano escolar e tenta definir como se deu sua inclinação para o romance, o teatro e também para a política. A análise dessa produção alencariana baseia-se nas concepções de coautoria involuntária de Barthes, na simbologia e intransitividade das obras literárias levantadas por Camillot e Naxara e na articulação entre a educação proposta no período Imperial e as concepções de homogeneização cultural abordadas por Veiga. / The present paper aims to infer and analyze the position of the writer and politician José de Alencar (1829 1877) about the needful education to the slaves so that they could be released from the captivity as well as understand Alencars thinking about the importance and goals of the articulated instruction to the civilization idea. Considering the significance of the works to the quests made to analysis, will be studied in this research the literary works: the novels Til and O tronco do Ipê, both published in 1871; the plays O Demônio Familiar and Mãe, both published in 1857 and 1860 respectively. We also selected some of his political speeches pronounced during his participation as a Minister of Justice (1868 1870) and as a general deputy in the province of Ceará in Brazil (1861- 1863; 1869-1872; 1872-1875; 1876-1877), considering the purposes of the work. Among several speeches about diverse themes, will be analyzed two of them: the speech about the Slavish Element produced in 1870 and 1871, and a speech that does not talk directly about instruction but joint with it: Agriculture: Territorial Credit and colonization produced in 1870. We think that it is important and even indispensable to make a lecture of his autobiography that also brings us important reports about the writers life and the most important subject: the school routine of the first half of the century XIX experienced by Alencar. Among these sources, we have the letter How and Why I am novelist (1873), the prologue Paternal Blessing (1872) the novel Golden Dreams and the text The Brazilian comedy (1857), which are small autobiographical texts where the author lets appear some remarkable facts of his childhood, youth and his school routine and try to define how happened his disposition to novels, theater and politics. The analysis of Alencars production is based on the conception of involuntary co-authorship of Barthes, in the symbology and intransitivity of the literary works drafted by Camillot and the articulation among the suggested education in the Imperial period and the conceptions of cultural homogenization approached by Veiga.
Identifer | oai:union.ndltd.org:usp.br/oai:teses.usp.br:tde-22062012-103543 |
Date | 23 April 2012 |
Creators | Ferreira, Fernanda de Jesus |
Contributors | Moraes, Dislane Zerbinatti |
Publisher | Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP |
Source Sets | Universidade de São Paulo |
Language | Portuguese |
Detected Language | Portuguese |
Type | Dissertação de Mestrado |
Format | application/pdf |
Rights | Liberar o conteúdo para acesso público. |
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