Return to search

Políticas linguísticas e nacionalização do português de Moçambique / Linguistic policies and nationalization of Mozambican portuguese

Made available in DSpace on 2017-07-10T19:07:26Z (GMT). No. of bitstreams: 1
Dissertacao Ilidio Macaringue2.pdf: 2105910 bytes, checksum: 33a47dc0809708ccb66c890d1c9d646b (MD5)
Previous issue date: 2014-07-03 / Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior / In this paper, our focus lies on the analysis of linguistics politics and the sociolinguistics situation in Mozambique, due to the confluence of several languages and cultures, to understand the processes of nativization and nationalization of Portuguese language
in that country. Throughout the work, we have used, on a regular basis, the term nationalization in order to highlight the underlying processes to the ownership of Portuguese in Mozambique, viewing the ideological and political basis of being a n official language and a
national unity, State and Mozambican language. The interest in studying the topic is related to the ambivalence in the epistemological foundations of the country s linguistics politics, which called for formalizing the Portuguese language without nationalizing it, and nationalized Bantu languages, also known as indigenous languages. The official discourse typifies them as national
languages, despite being geographically fragmented, i.e. without national territorial extension, without officializing them. Moreover, for the fact that we work professionally with Portuguese language, and that day by day there is evidence that the Portuguese in Mozambique walks on
the sidelines of the official goal, i.e., the alleged replication of the Eu ropean standard characteristics, adopted as standard and official language and as a national unity in 1975, the nation s independence day, reason for which it is being modified by customary law and thespeakers usage as a result of crossing different languages and cultures, taking into account
some of the studies, which include Goncalves (1996a, 1996b, 1998, 2010), Firmino (2006) and Mendes (2010). The analyzed data, arising from literary excerpts, newspapers and magazines, allowed us to assert that the European Portuguese is being nationalized as a result of its culturallinguistics and ideological-symbolic appropriation by Mozambicans, hence the rising of a different Portuguese in that country, under the perspective of Caesar and Cavalcanti (2007), who refer to different dialects of Portuguese not as variation or dialects, but as other languages, legitimated by socio-cultural and contextual use of language. Therefore, Mozambique s
Portuguese should be regulated similarly to different treatments that the also called Camoes s language is assumed around the world. Also, the results showed, for example, that language politics are disjointed with the current sociolinguistic context of that country. Therefore, there is an urgent need of revising it in order t o cover linguistic and cultural diversity and frame many
people, who are on the margins of a homogenized society, in the State s political and administrative system, taking into account that the culture that unites is also the culture that segregates. In order to understand the sociolinguistic contours that are taking place in that country, we resorted to various methodological procedures, such as a qualitative research, aided by Bortoni-Ricardo s interpretivist (2008) and Ginzburg s (1989) evidentiary paradigms. / Neste trabalho, o nosso foco radica na análise das políticas linguísticas e da situação sociolinguística e sociocultural em Moçambique decorrente da confluência de
várias línguas e culturas para compreender os processos de nativização/ nacionalização da língua portuguesa no país. Ao longo do trabalho usámos, com regularidade, o termo
nacionalização tendo em vista evidenciar os processos subjacentes à apropriação do Português em Moçambique, perspectivando o pressuposto político-ideológico de ser uma língua oficial e de unidade nacional, língua de Estado e da nacionalidade
moçambicana. O interesse em pesquisar a temática prende-se com as ambivalências das bases epistemológicas da política linguística do país que preconizou a oficialização do Português sem o nacionalizar e nacionalizou as línguas bantu, também designadas línguas autóctones, e que o discurso oficial as tipifica como línguas nacionais, não obstante estarem fragmentadas geograficamente, ou seja, sem extensão territorial
nacional, sem as oficializar. Mais ainda, pelo facto de profissionalmente trabalharmos na área da língua portuguesa e o dia-a-dia demonstrar evidências de que o Português em Moçambique caminha à margem do desiderato oficial, isto é, a pretensa replicação dos traços característicos da norma europeia adoptada como norma-padrão, língua oficial e de unidade nacional em 1975, ano da independência do país, razão pela qual está sendo
modificado pelo uso e direito costumeiro dos falantes como resultado do cruzamento de diferentes línguas e culturas tendo em conta alguns dos estudos, dos quais destacamos
os de Gonçalves (1996a, 1996b, 1998, 2010), Firmino (2006) e Mendes (2010). Os dados analisados, decorrentes dos excertos de textos literários, de jornais e de uma revista permitem-nos asseverar que o Português Europeu está sendo nacionalizado em
decorrência da sua apropriação linguístico-cultural e simbólico-ideológica pelos moçambicanos, daí o surgimento de outra língua portuguesa no país. Esta perspectiva é
de César e Cavalcanti (2007), na medida em que se referem aos diferentes falares do Português não como variedades ou dialectos, mas outras línguas legitimadas pelos usos socioculturais e contextuais da língua. Por isso, o Português de Moçambique deve ser normatizado. Igualmente, os resultados da pesquisa mostraram, por exemplo, que as políticas linguísticas estão desarticuladas com o actual contexto sociolinguístico do país, por conseguinte urge a necessidade de serem revistas para darem cobertura à diversidade linguístico-cultural e enquadrar no sistema político-administrativo do
Estado muitas pessoas que se sentem à margem da sociedade homogeneizada, tendo em conta que a cultura que une é também a cultura que separa. E para compreendermos os contornos sociolinguísticos que estão a ocorrer no país recorremos a diversos
procedimentos metodológicos, tais como a pesquisa qualitativa, auxiliada pelos paradigmas interpretativista de Bortoni-Ricardo (2008) e indiciário de Ginzburg (1989).

Identiferoai:union.ndltd.org:IBICT/oai:tede.unioeste.br:tede/2555
Date03 July 2014
CreatorsMacaringue, Ilídio Enoque Alfredo
ContributorsSantos, Maria Elena Pires, Silva, Regina Coeli Machado e, Klauck, Samuel, Jung, Neiva Maria
PublisherUniversidade Estadual do Oeste do Parana, Foz do Iguaçu, 8774263440366006536, 500, Programa de Pós-Graduação em Sociedade, Cultura e Fronteiras, UNIOESTE, BR, Centro de Educação, Letras e Saúde
Source SetsIBICT Brazilian ETDs
LanguagePortuguese
Detected LanguagePortuguese
Typeinfo:eu-repo/semantics/publishedVersion, info:eu-repo/semantics/masterThesis
Formatapplication/pdf
Sourcereponame:Biblioteca Digital de Teses e Dissertações do UNIOESTE, instname:Universidade Estadual do Oeste do Paraná, instacron:UNIOESTE
Rightsinfo:eu-repo/semantics/openAccess

Page generated in 0.0039 seconds