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Quando falar e ouvir é apropriar-se : uma reflexão sobre apropriação de línguas estrangeiras à luz da teoria saussuriana

Qu‟est-ce qui fait en sorte que l‟on devienne parlants et auditeurs d‟une langue étrangère ? Voici la question qui suscite cette étude. Dans ce travail, la recherche sur le processus d‟appropriation de langues étrangères prend comme point de départ l‟héritage théorique laissé par Ferdinand de Saussure, dont les réflexions sur la linguistique moderne ont été rendues publiques dans le Cours de Linguistique Générale (1916), oeuvre relue dans cette étude à la lumière des Écrits de Linguistique Générale (2002) et du manuscrit Phonétique (1995). Le linguiste genevois ne s‟est pas penché spécifiquement sur l‟étude de l‟appropriation de langues étrangères ; sa théorie pourtant, qui débute avec l‟étude de plusieurs langues (idiomes) pour déclencher dans la notion de langue (comme système), nous fournit les bases pour entreprendre des glissements théoriques ayant pour but l‟élaboration d‟une réflexion qui explique le processus linguistique de prise de contact avec des langues étrangères. Nous commençons alors notre parcours avec les concepts de langue et de parole pour, ensuite, développer d‟autres importants construits théoriques présents dans l‟ouvrage saussurien tout en essayant de comprendre l‟appropriation de langues étrangères : il s‟agit de l‟aspect phonique et des procédures analogiques. Nous nous dévouons ainsi à l‟étude de nombreuses dimensions de l‟aspect phonique de la langue, ce qui comprend des réflexions sur l‟appropriation du système des sons ainsi que sa production. Dans ce sens, le phonique s‟est révélé comme l‟instance qui instaure la nécessité d‟un parlant devenir également auditeur de la langue cible. Nous avons donc observé l‟importance qu‟a, pour l‟appropriation, que le parlant s‟aperçoive acoustiquement des unités phonologiques de la langue cible pour alors être capable de les produire. Quant à l‟analogie, ce mécanisme linguistique prend place dans ce travail pour se révéler assez présent dans l‟expression de parlants de langues étrangères, ce qui le rend, peut-être, le mécanisme le plus clair de l‟appropriation. En effet, les signes créés en langue étrangère grâce à l‟analogie sont déjà situés dans la langue cible puisque la perception et la réallocation des unités de la langue étrangère sont évidentes dans les formes créées et, ce, malgré les traits de la langue maternelle que nous pouvons y voir. Ces productions, fruits du trésor linguistique de chaque parlant (CLG), sont toujours inédites et, pour cela, constitutivement singulières, caractéristique qui nous permet de proposer la notion d‟appropriation. Ce processus de rendre propre – à chaque nouvel état de langue, c‟est-à-dire, à chaque prise de connaissance de nouvelles formes linguistiques –, c‟est bien ce qui caractérise le processus d‟appropriation d‟une langue étrangère. / O que faz com que nos tornemos falantes e ouvintes de uma língua estrangeira? Tal é a questão que suscita o estudo que ora apresentamos. Neste trabalho, a pesquisa acerca do processo de apropriação de línguas estrangeiras adota como ponto de partida teórico o legado deixado por Ferdinand de Saussure, cujas reflexões sobre o que veio a ser a linguística moderna foram tornadas públicas no Curso de Linguística Geral (1916), obra que é, neste trabalho, relida à luz dos Escritos de Linguística Geral (2002) e do manuscrito Phonétique (1995). Embora o linguista de Genebra não tenha se dedicado ao estudo sobre apropriação de línguas estrangeiras, sua teoria, que partiu do estudo de várias línguas (idiomas) para despontar na ideia de língua (enquanto sistema), fornece-nos as bases teóricas necessárias para o empreendimento de deslocamentos que visam à elaboração de uma reflexão que explique o processo linguístico de entrada em contato com línguas estrangeiras. Iniciamos, então, nosso percurso com o estudo sobre os conceitos de língua e de fala, para, em seguida, desenvolvermos outros importantes construtos teóricos presentes na obra saussuriana à luz da apropriação de línguas estrangeiras: trata-se do aspecto fônico e dos procedimentos analógicos. Dedicamo-nos, assim, ao estudo de várias dimensões do aspecto fônico da língua, que engloba reflexões sobre a percepção e a produção de seu sistema de sons. Nesse sentido, o fônico revelou-se como a instância que instaura a necessidade de um falante tornar-se também ouvinte da língua-alvo. Vimos, pois, a importância, para a apropriação, de que o falante perceba as unidades fônicas da língua-alvo, para, somente então, conseguir produzi-las. Já a analogia, por sua vez, entra em nosso trabalho por mostrar-se deveras recorrente na expressão de falantes de línguas estrangeiras, revelando-se, em nossa pesquisa, o mecanismo mais claro da apropriação. Os signos criados em línguas estrangeiras, em razão do mecanismo analógico, apesar de apresentarem traços de língua materna, mostram-se situados na língua- alvo, já que fica evidente a percepção e a realocação de suas unidades nas novas formas criadas. Tais produções, por serem fruto do tesouro linguístico de cada falante (CLG), são sempre inéditas e, por isso, constitutivamente singulares; nesta singularidade reside a noção que propomos de apropriação. Com efeito, é esse tornar próprio – nesse novo estado de língua, que se produz cada vez em que conhecemos novas formas linguísticas – que caracteriza o processo de apropriação de uma língua estrangeira.

Identiferoai:union.ndltd.org:IBICT/oai:www.lume.ufrgs.br:10183/143112
Date January 2016
CreatorsGomes, Janaína Nazzari
ContributorsMilano, Luiza Ely
Source SetsIBICT Brazilian ETDs
LanguagePortuguese
Detected LanguagePortuguese
Typeinfo:eu-repo/semantics/publishedVersion, info:eu-repo/semantics/masterThesis
Formatapplication/pdf
Sourcereponame:Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UFRGS, instname:Universidade Federal do Rio Grande do Sul, instacron:UFRGS
Rightsinfo:eu-repo/semantics/openAccess

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