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Impacto na qualidade de vida de um programa educacional para prevenção de distúrbios osteomusculares relacionados ao trabalho (LERDORT)

Introdução: Os Distúrbios Osteomusculares Relacionados ao Trabalho (LERDORT) são um grande problema em saúde pública e frequentemente são causas de incapacidade temporária ou permanente. LERDORT constitui uma síndrome que se manifesta por patologias diversas: sinovites, tenossinovites, neurites, síndrome miofascial, epicondilites, tendinites, bursites, que acometem principalmente os membros superiores, coluna, mas também os membros inferiores. São de etiologia multifatorial: ergonômicas, organizacionais, individuais, psicossociais. Sua incidência é variável dependendo das populações de risco e da acurácia dos registros. Essas patologias têm diagnóstico difícil, onde os sintomas não condizem com os exames clínicos, e têm uma grande variabilidade de tratamentos, que em geral são de eficácia restrita, o que justifica a busca de intervenções de caráter preventivo. Os programas educacionais em saúde têm sido relatados como uma das estratégias de prevenção de LERDORT. Portanto a busca de uma intervenção educacional para prevenção primária de LERDORT, com potencial impacto na qualidade de vida do trabalhador e na produtividade no trabalho, parece ser uma alternativa interessante, e a sua eficácia medida por instrumentos validados mostra-se como um desfecho confiável a ser obtido no estudo. Objetivo: Testar o impacto de um programa educacional para prevenção de distúrbios osteomusculares relacionados ao trabalho (LERDORT) na qualidade de vida de trabalhadores. Métodos: Realizou-se um ensaio clínico aberto onde 101 funcionários de uma empresa de comércio de aços foram randomizados em dois grupos. O grupo intervenção foi submetido a um programa educacional para prevenção de LERDORT de 6 semanas, com encontros de 1 hora, na empresa, com no máximo 25 participantes, onde abordou-se de forma interativa de dinâmica de grupo a multifatoriedade de causas, biomecânica, ergonomia, cuidados posturais, e exercícios específicos. O grupo controle, com a mesma dinâmica e frequência recebeu um programa de orientação geral em saúde sobre: nutrição, obesidade, sono, higiene e prevenção de doenças, manejo de stress, mudanças de estilo de vida, e dicas para uma vida segura e saudável, que de forma objetiva e suscinta também era abordado no grupo intervenção. Os desfechos avaliados foram as variações nos escores de qualidade de vida medidos pelo Medical Outcomes Study 36-Item Short Form Health Survey (SF-36), sendo o principal desfecho o domínio “capacidade funcional” e as variações na capacidade para o trabalho avaliadas pelo Work Limitation Questionnaire (WLQ). Resultados: Cinquenta sujeitos randomizados foram alocados para o grupo intervenção e 51 para o grupo controle, sendo que 6 sujeitos saíram do estudo antes de receber qualquer intervenção. Após 5 semanas não observamos diferenças na variação dos escores do SF-36 e WLQ entre o grupo intervenção e o grupo controle, assim como não houve diferença após 26 semanas. Mas a análise intragrupos demonstrou, na semana 26, uma melhora significativa de alguns domínios do SF-36. No grupo intervenção, houve diferença nos domínios dor, estado geral de saúde, vitalidade, aspectos mentais e resumos dos componentes físicos e mentais, e no grupo controle, nos domínios dor, aspectos sociais e resumo dos componentes mentais. No mesmo período de 26 semanas houve melhora do domínio “demanda de produção” do WLQ no grupo controle. Não houve diferença na análise estratificada por trabalhadores de escritório ou da produção. Conclusão: Não há evidência de que um programa educacional específico para prevenção de LERDORT, aplicado no local de trabalho, leve à melhora em curto prazo na qualidade de vida ou produtividade no trabalho, quando comparado com um programa educacional de orientação geral em saúde. Ambos os programas levaram a melhoras em vários domínios do SF-36 e WLQ, mas não no domínio “capacidade funcional”. / Background: Occupational Musculoskeletal Disorders (OMD) represent a major problem in public health and frequently cause of temporary or permanent work incapacity. OMD is defined as a syndrome that includes many diseases: sinovites, tenossinovites, neuritis, tendonitis, miofascial syndrome, bursitis, and that can involve the upper extremity, back, and also the lower extremity. OMD is mutilfactorial, including ergonomic, organizational, individual, psychological and social factors. The incidence is variable according to risk population and the accuracy of the data. Diagnosis of OMD is difficult because many symptoms do not correspond to findings in the clinical examination, and there were several types of treatment with restricted effectiveness. Thus research on preventive interventions is needed. Health educational programs had been reported as a preventive strategy in OMD. Therefore search for an educational intervention aimed to primary prevention in OMD, with impact in quality of life and work productivity, using outcomes measured by validated tools, represent and important unmet need. Objectives: To evaluate the impact in Quality of Life of a specific educational program for prevention of occupational musculoskeletal disorders. Methods: We conducted a randomized controlled trial with 101 clerical and production workers of a steel trading company. The intervention group underwent 6 weekly sessions of specific orientation about prevention of OMD. The 1 hour sessions occurred at the worksite, with up to 25 subjects, utilizing a group dynamic to discuss the mutilfactorial aspects of OMD: biomechanic, ergonomic, postures care, and specific exercises. The control group received an educational program in general health, including themes such as nutrition, avoiding obesity, sleep, hygiene, prevention of diseases, reducing stress, changing lifestyle, and tips for a safe and healthy life. These issues were also debated in the intervention group in a summary way. The outcomes were evaluated by Medical Outcomes Study 36- Item Short Form (SF-36), been the main outcomes the physical functioning domain, and the Work Limitation Questionnaire (WLQ). Results: Fifty subjects were randomized to intervention group and 51 to control group. Six subjects were withdrawn before any intervention. After 5 weeks and 26 weeks no significant differences was shown in the primary outcomes. However, within group analyses showed statistically significant improvement in bodily pain, general health, vitality, mental health, PCS (Physical Component Summary), and MCS (Mental Component Summary) in the intervention group. The control group presented statistically significant improvement in bodily pain, social functioning, MCS, and output demands in WLQ. No difference was shown in the stratified analyses of clerical and production workers. Conclusion: No evidence was shown that a specific educational program for prevention of OMD at the worksite improved life quality or work productivity in a short time, when compared with an educational program in general health. Both programs improved several domains of SF-36 and WLQ, but not in physical functioning.

Identiferoai:union.ndltd.org:IBICT/oai:www.lume.ufrgs.br:10183/18499
Date January 2009
CreatorsSantos, Antonio Cardoso dos
ContributorsXavier, Ricardo Machado
Source SetsIBICT Brazilian ETDs
LanguagePortuguese
Detected LanguageEnglish
Typeinfo:eu-repo/semantics/publishedVersion, info:eu-repo/semantics/doctoralThesis
Formatapplication/pdf
Sourcereponame:Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UFRGS, instname:Universidade Federal do Rio Grande do Sul, instacron:UFRGS
Rightsinfo:eu-repo/semantics/openAccess

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