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Previous issue date: 2008 / Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico / As áreas costeiras sofrem com a grande quantidade de poluentes que chegam pelos rios.
Esses poluentes, por sua vez, tendem a se acumular no sedimento, que desta forma tornamse
tóxico tanto para os organismos que o utilizam como habitat quanto para os que
dependem deste ambiente para sua alimentação. Os poluentes podem tornar-se disponíveis
para a coluna d água através de processos como dragagens. Desta forma, o presente estudo
traz uma série de testes utilizando o copépodo bentônico Tisbe biminiensis para a sua
avaliação e implementação como organismo-teste em ensaios toxicológicos utilizando
sedimento. Como análises preliminares, foram realizados testes utilizando sedimento
coletado no estuário do rio Maracaípe para confirmar sua condição de controle. O dicromato
de potássio (K2Cr2O7) foi utilizado como substância de referência para determinação da
variação de sensibilidade do T. biminiensis através da análise da variação da CL50. Testes
com diferentes tamanhos de grãos foram realizados com o objetivo de saber se existia
alguma preferência desta espécie a alguma faixa de tamanho específico. Posteriormente,
ensaios toxicológicos utilizando o sedimento da Baía de Suape em dois períodos (seco e
chuvoso) do ano de 2003 foram realizados para avaliar a sua toxicidade. No período de abril
de 2005 a janeiro de 2006, a avaliação toxicológica do Porto de Suape foi expandida para o
estuário do rio Ipojuca, aumentando também o número de coletas (2 no período chuvoso e 2
no seco). Por último, foram realizadas coletas de sedimento no estuário do rio São Paulo
(Bahia, Brasil) um local com histórico de contaminação por hidrocarbonetos. Estas amostras
de sedimento foram testadas em bioensaios cujo objetivo foi a comparação da sensibilidade
do copépodo T. biminiensis e de pós-larvas (PLs) de Litopenaeus vannamei. Como
resultados, tivemos que o sedimento do estuário do rio Maracaípe não interfere na
sobrevivência ou reprodução do T. biminiensis. A CL50-96h do K2Cr2O7 foi de 9,45 mg.L-1 e
para o Cr foi de 3,19 mg.L-1. O T. biminiensis não demonstrou preferência quanto ao tamanho
do grão. No primeiro ano de coleta no Porto de Suape, observou-se uma mortalidade
significativamente superior em relação ao controle no ponto 4 no período seco, porém não foi
observado efeito letal ou subletal no período chuvoso. Correlações significativas foram
observadas entre a toxicidade letal e os Σn-alcanos e Σ(C21-C34). No segundo ano de coleta
no Porto de Suape e no estuário do rio Ipojuca, não foi observado efeito letal em nenhum
ponto de coleta ou período amostrado, porém, efeitos subletais ocorreram em diferentes
períodos e pontos de coleta. Maior toxicidade foi observada no mês de julho/agosto (2005),
onde ocorreram efeitos subletais em todos os pontos. No estuário do rio São Paulo, não foi
observado efeito letal em nenhuma das espécies utilizadas. Porém, efeitos subletais foram
observados quando o copépodo foi utilizado, indicando presença de contaminantes no
estuário do rio São Paulo em três pontos no mês de março e em apenas um no mês de
outubro. Não foi observado qualquer efeito subletal quando utilizamos a PL do camarão em
nenhum dos pontos ou meses de coleta. Análises de correlação de Pearson identificaram
correlações significativas entre os efeitos subletais observados com o copépodo e os HRP,
HTP e MCNR. Ao longo do trabalho as concentrações de metais pesados, HPAs e alifáticos
são discutidos. De acordo com este estudo podemos concluir que à área estuarina de Suape,
pode ser considerada como uma área com baixo potencial para causar efeitos tóxicos letal.
Com relação ao estuário do rio São Paulo, apesar de ser uma área onde observa-se grande
quantidade de óleo exudando do solo, é uma área com baixa probabilidade de causar efeito
tóxico letal, porém, percebe-se uma variação espacial relevante, pois em um dos pontos, 2
amostras apresentaram mortalidade superior a 80% e a outra, inferior a 10%, daí a
importância da realização de réplicas amostrais em campo. Com relação a utilização do
copépodo T. biminiensis, podemos concluir que é um organismo promissor para ser utilizado
em testes de toxicidade com sedimento, pois é uma espécie generalista quanto a
granulometria do sedimento, apresenta uma constância na sua sensibilidade quanto a
substância de referência e apresentou-se mais sensível do que as PLs do L. vannamei
Identifer | oai:union.ndltd.org:IBICT/oai:repositorio.ufpe.br:123456789/8116 |
Date | 31 January 2008 |
Creators | Maria Varela de Araujo Castro, Cristiane |
Contributors | Pereira De Souza Santos, Lilia |
Publisher | Universidade Federal de Pernambuco |
Source Sets | IBICT Brazilian ETDs |
Language | Portuguese |
Detected Language | Portuguese |
Type | info:eu-repo/semantics/publishedVersion, info:eu-repo/semantics/doctoralThesis |
Source | reponame:Repositório Institucional da UFPE, instname:Universidade Federal de Pernambuco, instacron:UFPE |
Rights | info:eu-repo/semantics/openAccess |
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