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[en] ON THE STATUTE OF PROPER NAMES IN THE POETICAL PHILOSOPHY OF LUDWIG WITTGENSTEIN AND IN THE PHILOSOPHICAL POETRY OF SAMUEL BECKETT / [pt] SOBRE O ESTATUTO DOS NOMES PRÓPRIOS NA FILOSOFIA POÉTICA DE LUDWIG WITTGENSTEIN E NA POESIA FILOSÓFICA DE SAMUEL BECKETT

[pt] Este trabalho se debruça sobre o estatuto de termos metalinguísticos, com
especial interesse sobre os nomes próprios. Assim como percebida pelo senso
comum, esta classe de palavras se presta com especial docilidade a reforçar uma
visão representacionista da linguagem: aqui o nome, ali o nomeado. A recorrente
constatação contemporânea da falência dessa visada representacionista convida a
reflexões alternativas sobre o vocabulário metalinguístico e sobre os nomes
próprios em especial — pois as tentativas de lançar um novo olhar sobre a
compreensão da significação linguística esbarram na persistência de um
vocabulário que traz consigo marcas da longa hegemonia daquela compreensão de
linguagem. A reflexão aqui proposta é desenvolvida a partir dos escritos de
Ludwig Wittgenstein e de Samuel Beckett, concentrando-se especialmente nos
textos daquele que ficou conhecido como o segundo Wittgenstein e em quatro
romances de Beckett — Watt, Molloy, Malone Morre e O inominável. A escolha
de tais autores e textos é sensível, por um lado, à fertilidade contemporânea das
aproximações entre filosofia e literatura e, por outro, à especial atenção dedicada
pelos dois à questão dos nomes próprios. Examina-se um conjunto de passagens
relevantes na escrita madura de Wittgenstein, de modo sensível ao que ele diz em
Cultura e valor (p. 24): a filosofia realmente deveria ser escrita apenas como
uma composição poética. Nos romances de Beckett, por sua vez, focalizam-se
tanto as suas singulares provocações onomásticas, quanto momentos
metalingüísticosem que personagens endereçam de forma explícita a questão
dos nomes próprios. Mostra-se que, tomadas como contra-signos, as escritas
desses dois autores, dando a ver a um só tempo a errância dos nomes próprios e o
seu paradoxal conservadorismo, acenam com a promessa de caminhos por onde diminuir o abismo que parece ainda separar compreensões intelectuais da
linguagem como práxis desprovida de fundamentos e a sua efetiva vivência como
tal. / [en] This work focuses on the statute of metalinguistic terms, with special
interest in proper names. As perceived by common sense, this class of words is
particularly useful to reinforce a representationistic view of language: here the
name, there the named. The contemporary and recurring evidence of failure of this
representationistic view invites to alternative reflections on the metalinguistic
vocabulary and especially on proper names because the attempts to bring a new
insight on the understanding of linguistic significance collide with the persistence
of a vocabulary marked by a long hegemony of that language comprehension.
The argument proposed here is developed from the writings of Ludwig
Wittgenstein and Samuel Beckett, especially focusing on the texts of the second
Wittengstein and in four Beckett’s novels: Watt, Molloy, Malone Dies and The
Unnamable. The choice of these authors and texts has to do with the
contemporary richness of approaches between philosophy and literature and also
with the special attention both authors dedicated to the question of proper names.
It examines a set of relevant texts of Wittgenstein’s mature writings and agrees
with his words in Culture and Value (1989, p. 24): philosophy ought really to be
written only as a form of poetry. On the other hand, from Beckett’s novels this
work focuses both the unique onomastic challenges and metalinguistic moments
in which characters explicitly deal with the issue of proper names. It is
demonstrated that the writings of these two authors, taken as countersigns
showing at the same time the wandering of proper names and their paradoxical
conservativeness, beckon with the promise of ways to reduce the gap that still
seems to separate intellectual understandings of language as a praxis without
basis and its effective experience as such.

Identiferoai:union.ndltd.org:puc-rio.br/oai:MAXWELL.puc-rio.br:20593
Date19 October 2012
CreatorsSILVIA TEIXEIRA BARROSO REBELLO
ContributorsHELENA FRANCO MARTINS
PublisherMAXWELL
Source SetsPUC Rio
LanguagePortuguese
Detected LanguageEnglish
TypeTEXTO

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