Em O mau humor da TPM: uma interpretação do feminino propomos mostrar como são construídas algumas representações do feminino a partir da sua relação com a menstruação e discutir alguns significados culturais acerca dos transtornos de humor derivado de uma síndrome comumente conhecida como a tensão pré-menstrual. A partir de um recorte teórico do corpo e do olhar médico sobre este enquanto objetos das ciências sociais, isto é, como construções sociais, e tendo como orientação os estudos feministas, analisamos dois tipos de discursos circulantes acerca da menstruação, localizados nas camadas médias cariocas, no início do século XXI, que dizem representar ou dialogar com este corpo hormonal. Estes seguem duas direções diferentes: o primeiro discurso analisado é um livro de um médico, no formato de literatura de auto-ajuda, voltado para a discussão da inteligência hormonal; que pretende ser um modelo de subjetivação do feminino, baseado no olhar médico-científico. Este propõe um controle sobre o corpo, organizando o feminino a partir de idéias essencializadas as quais universalizam os corpos e tratam das descrições desse feminino como pré-determinadas por condições localizadas no corpo Natural. O segundo é um conjunto de entrevistas realizadas com bancárias, que registram o feminino subjetivado. Estes discursos sobre a vivência do feminino, apesar de também articularem descrições corporais enraizadas na biologia e nas ciências médicas, revelam ainda outros significados culturais representativos, destacando assim a importância dos estudos que privilegiam o agenciamento do sujeito na construção social de gênero, no caso desses femininos. / In The Bad Mood of Premenstrual Syndrome: An interpretation of the feminine intends to show how representations of the feminine are constructed in relation to women s monthly cycle and to discuss some cultural significances concerning the upsetting of humor one of the symptoms of the syndrome commonly known as: "premenstrual tension". Grounded in the theoretical approach of the body and the physician `s glance as objects of the Social Sciences, that is, as social constructions, and guided by feminist studies, we analyzed two types of current discourses, concerning women s monthly cycles, located in the carioca middle social strata, in the beginning of the XXI century; that are said to act on, or to dialogue with this "hormonal body". The discourses follow two different directions: The first analyzed speech is a doctor s book, an example of self help literature, engaged in the discussion of "hormonal intelligence"; aiming to become a model of subjectification of the feminine, based on the doctor s -scientific eye. It proposes a kind of control on the body, organizing the feminine through essentialized ideas which universalize the bodies and deal with this feminine description as pre-determined by "Natural" body conditions. The second discourse is composed by a group of interviews carried out with female bank employees, registering a subjectifyied feminine. These speeches on the feminine everyday life reveal that, in spite of the articulation of corporal descriptions rooted in the biology and in the medical sciences, they nevertheless show other cultural representative meanings of the feminine, and thus demonstrates the importance of case studies that priories the agencing of the subject in the social construction of gender.
Identifer | oai:union.ndltd.org:IBICT/urn:repox.ist.utl.pt:BDTD_UERJ:oai:www.bdtd.uerj.br:5860 |
Date | 05 October 2007 |
Creators | Ester Juer |
Contributors | Maria Claudia Pereira Coelho, Rosane Manhães Prado, Claudia Barcellos Rezende, Rachel Aisengart Menezes, Ana Teresa Acatauassú Venancio |
Publisher | Universidade do Estado do Rio de Janeiro, Programa de Pós-Graduação em Ciências Sociais, UERJ, BR |
Source Sets | IBICT Brazilian ETDs |
Language | Portuguese |
Detected Language | English |
Type | info:eu-repo/semantics/publishedVersion, info:eu-repo/semantics/doctoralThesis |
Format | application/pdf |
Source | reponame:Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UERJ, instname:Universidade do Estado do Rio de Janeiro, instacron:UERJ |
Rights | info:eu-repo/semantics/openAccess |
Page generated in 0.0032 seconds