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Gritos, silêncios e sementes: as repercussões do processo de des-reterritorialização empreendido pela modernização agrícola sobre o ambiente, o trabalho e a saúde de mulheres camponesas na Chapada do Apodi/CE / Outcries, silence and seeds: the repercussions of re-deterritorialization due to modernization of agriculture on the environment, work and health of peasant women in the Chapada do Apodi/CE

SILVA, Maria de Lourdes Vicente da. Gritos, silêncios e sementes: as repercussões do processo de des-reterritorialização empreendido pela modernização agrícola sobre o ambiente, o trabalho e a saúde de mulheres camponesas na Chapada do Apodi/CE. 2014. 364 f. : Dissertação (mestrado) - Universidade Federal do Ceará, Centro de Ciências, Programa de Pós-Graduação em Desenvolvimento e Meio Ambiente - PRODEMA, Fortaleza-CE, 2014. / Submitted by guaracy araujo (guaraa3355@gmail.com) on 2016-05-17T19:06:46Z
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Previous issue date: 2014 / The study on the life trajectories of female peasants that live in Chapada do Apodi, CE is focused on the analysis of the repercussions of the process of deterritorialization by the modernization of agriculture on the environment, health, and the labor of peasant women. It describes aspects of work trajectories of women inserted in agribusiness companies of irrigated fruit production, familiar/peasant agriculture, and domestic labor, and go deeper into the repercussions of the social transformations and the environmental conflict in the ways of living and producing of these women. Besides, this paper discusses the meanings and perspective of field/farm work for peasant women in the dialectic between (agri)culture and (agri)business. Starting from the feminist criticism on the role of Science, and of women as subjects of knowledge, it utilizes the approach of the feminist methodologies to go deeper into the different looks and experiences of women as from life stories of 11 women and 04 communities, done through interviews and participant observation, having as a focus the category of work. It results the description of the peasant ways of life and work threatened by the modernization of agriculture where are exposed the results of the field research about land, production and peasant culture, the environmental issue, the meanings of work and work conditions, social and health changes. For that, we problematize aspects that analyze health among wealth and illness through territory transformations with the use of pesticide and its consequences to labor and production. From the experience of these women, the research points to a few basis for the analysis of a new feminism – the environmental-peasant. Mediated by the being/doing of the peasant women, in the confrontation between contradictions and their culture, it stands on the following characteristics: As an expression of the women in defense of the natural resources; of the recognition of nature as carrier of rights and of the defense of diversity and productive dynamics as common goods. It results from an everyday movement, guided by a political insertion in the community, home, kitchen, yard, farm, etc. Spaces in which knowledge, information and different forms of power instituted by the own women circulate. It stands on the struggle for food sovereignty and for the maintenance of bonds of solidarity and labor socialization. It has its culture grounded on peasant ethics and on the values of solidarity, with the experience marked by the notions of justice, right, honesty and equity. It makes a relation of the healthy being with the access to the common resources (such as land, water, food, and biodiversity) and the appreciation of the meanings of labor. It makes an articulation of several -inseparabledimensions that exist among environment, work, family relations, social living and health. They carry a systemic vision of care, understanding it in relation to the planet, to labor and to the human being in his entireness. The dimensions also carry the experience of the economy as production of life, recognizing the important and determinant role of women in the dispute for land and territory and in the affirmation of the peasant culture. / O estudo sobre as trajetórias de vida de mulheres camponesas que vivem na Chapada do Apodi, CE está voltado para a análise das repercussões do processo de des-reterritorialização empreendido pela modernização da agricultura sobre o ambiente, a saúde e o trabalho de mulheres camponesas. Descreve aspectos das trajetórias de trabalho de mulheres inseridas nas empresas do agronegócio da fruticultura irrigada, na agricultura camponesa/familiar, e no trabalho doméstico e aprofunda as repercussões das transformações sociais e do conflito ambiental nos modos de viver e produzir dessas mulheres. Além de discutir os sentidos e perspectiva do trabalho no campo para as mulheres camponesas na dialética entre (agri)cultura e (agro)negócio. Partindo da crítica feminista ao papel da ciência, e das mulheres como sujeitos do conhecimento, utiliza-se a abordagem das metodologias feministas para aprofundar os diferentes olhares e experiências das mulheres a partir das histórias de vida de 11 mulheres de 04 comunidades, feita através de entrevistas e observação participante e tendo como foco a categoria do trabalho. Resulta daí a descrição sobre as formas camponesas de vida e trabalho ameaçados pela modernização agrícola onde estão expostos os resultados da pesquisa de campo sobre terra, produção e cultura camponesa, a questão ambiental, os sentidos e condições de trabalho, as transformações sociais e de saúde. São problematizados aspectos que analisam a saúde entre a riqueza e o adoecimento através das transformações do território com o uso de agrotóxicos e suas consequências ao trabalho e à produção. A partir da experiência dessas mulheres, a pesquisa aponta algumas bases para a análise de um novo feminismo - o camponês-ambiental. Mediado pelo ser/fazer das mulheres camponesas, no confronto entre as contradições e sua cultura, ele está calcado nas seguintes características: Como expressão das mulheres em defesa dos bens naturais; do reconhecimento da natureza como portadora de direitos e da defesa da diversidade e da dinâmica produtiva como bens comuns. Resulta de um movimento do cotidiano, pautado por uma inserção política dentro da comunidade, da casa, da cozinha, do quintal, da roça etc. Espaços por onde circulam saberes, informações e diferentes formas de poder instituído pelas próprias mulheres. Está calcado na luta pela soberania alimentar e pela manutenção de laços de solidariedade e de socialização do trabalho. Tem sua cultura fundamentada na ética camponesa e nos valores de solidariedade, com a vivência marcada pelas noções de justiça, direito, honestidade e equidade. Faz uma relação do ser saudável com o acesso aos bens comuns (como a terra, à água, ao alimento e à biodiversidade) e à valorização dos sentidos do trabalho. Faz a articulação das diversas dimensões – indissociáveis – que existem entre ambiente, trabalho, relações familiares, convivência social e saúde das pessoas. Portam uma visão sistêmica do cuidado, interpretando-o em relação ao planeta, ao trabalho e ao ser humano em sua totalidade. E também a vivência da economia como produção de vida, reconhecendo o importante e determinante papel das mulheres na disputa pela terra e pelo território e na afirmação da cultura camponesa.

Identiferoai:union.ndltd.org:IBICT/oai:www.repositorio.ufc.br:riufc/16855
Date January 2014
CreatorsSilva, Maria de Lourdes Vicente da
ContributorsRigotto, Raquel Maria
Source SetsIBICT Brazilian ETDs
LanguagePortuguese
Detected LanguageEnglish
Typeinfo:eu-repo/semantics/publishedVersion, info:eu-repo/semantics/masterThesis
Sourcereponame:Repositório Institucional da UFC, instname:Universidade Federal do Ceará, instacron:UFC
Rightsinfo:eu-repo/semantics/openAccess

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