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O canto das mulheres – entre bailar e trabalhar: relações de gênero em narrativas orais (romances).

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Previous issue date: 2005 / Este estudo procura discutir se os romances (narrativas orais) são histórias autônomas ou são trechos que se destacaram das canções de gesta (como a maioria dos pesquisadores do século dezenove preferem classificá-los na sua “origem”). O segundo foco pretende verificar como a permanência de determinados romances foram sendo transformados e “adaptados” aos papéis sociais construídos pela Modernidade para homens e mulheres. A transmissão dos romances tem, como tiveram diversos tipos de narrativas, a função de reforçar os valores de uma comunidade. Detectei que eles sofreram adaptações no tempo e no espaço, uma vez que migraram para lugares diferentes, e chegaram ao Brasil. O “corpus” selecionado compõe-se dos romances que tratam de personagens femininas como fio condutor da narrativa e foram escolhidos nos textos coletados no interior da Bahia, pelo Programa de Estudo e Pesquisa de Literatura Popular (PEPLP), do Instituto de Letras da UFBA. Procurouse, diante das variadas versões encontradas, realizar uma leitura e comparação desses textos como também compará-los a textos semelhantes selecionados em coletâneas européias. O maior problema que se levanta diante dessas narrativas orais é que elas foram registradas pela escrita no começo da Modernidade, portanto em outro ambiente histórico e social. No entanto, elas permaneceram no repertório dos textos que foram transmitidos ao longo dos séculos oralmente, de geração em geração, especialmente, pelas mulheres. Nesse estudo, procuro pensar na importância do texto oral ou escrito (já transcrito para a escrita em outro tempo histórico e social), para o engendramento das relações de gênero e poder. Nos romances analisados, evidenciou-se a permanência de papéis destinados às mulheres e que foram forjados na divisão sexual do trabalho na Modernidade. Nas relações familiares, o poder patriarcal ainda prevalece e os elementos que indicam os espaços considerados “femininos” também se fazem presentes, indicando o ambiente da casa, o lugar privado em oposição ao espaço público. Os modelos da jovem casadora, da filha que deve obediência ao pai, da esposa fiel ao marido são perpetuados através desses textos. Para ocupar espaços diferentes, permanece A Donzela Guerreira, a jovem que se traveste de homem. Os romances que fizeram parte desse estudo foram: A Donzela Guerreira, Dona Infanta, Delgadinha, Flor do Dia, Juliana e Dom Jorge, O Cego Andante, Reginaldo, Conde Alberto, Dona Branca. / Salvador

Identiferoai:union.ndltd.org:IBICT/oai:192.168.11:11:ri/11411
Date January 2005
CreatorsSantos, Alvanita Almeida
ContributorsAlves, Ivia Iracema Duarte
PublisherPrograma de Pós-Graduação em Letras e Lingüística da UFBA
Source SetsIBICT Brazilian ETDs
LanguagePortuguese
Detected LanguagePortuguese
Typeinfo:eu-repo/semantics/publishedVersion, info:eu-repo/semantics/doctoralThesis
Sourcereponame:Repositório Institucional da UFBA, instname:Universidade Federal da Bahia, instacron:UFBA
Rightsinfo:eu-repo/semantics/openAccess

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