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PragmÃtica formal, verdade e realismo: do conceito epistÃmico à indeterminaÃÃo da verdade em JÃrgen Habermas

CoordenaÃÃo de AperfeÃoamento de Pessoal de NÃvel Superior / O presente trabalho expÃe e analisa o percurso teÃrico-argumentativo que levou Habermas da defesa de um conceito consensual-discursivo antirrealista da verdade para a defesa de um conceito pragmÃtico que visa dar conta das pressuposiÃÃes realistas inerentes Ãs prÃticas comunicativas de sujeitos capazes de aÃÃo e fala. Por meio de pesquisa bibliogrÃfica e anÃlise crÃtica das obras indicadas nas referÃncias, o trabalho mostra que Habermas, tendo inicialmente identificado a verdade como produto de um acordo racional entre argumentantes, forjado no interior de uma situaÃÃo ideal de fala, vem a ser convencido posteriormente, pelas crÃticas de autores como Donald Davidson, Ansgar Beckermann, Albrecht Wellmer e Cristina Lafont, da insustentabilidade de uma apreensÃo antirrealista da verdade se, com este conceito, se pretende esclarecer as prÃticas comunicativas de entendimento e intervenÃÃo no mundo dos membros de uma comunidade linguÃstica. A revisÃo de seu conceito da verdade à realizada de par com o estabelecimento de um espaÃo mais adequado na pragmÃtica formal para o realismo nÃo-representacionista e o naturalismo fraco. O conhecimento nÃo pode ser reduzido à mera representaÃÃo da realidade, mas antes deve incorporar o processo de aprendizagem efetivado pela superaÃÃo dos malogros concretamente experienciados na esfera da aÃÃo. Por outro lado, a destranscendentalizaÃÃo das estruturas cognitivas do mundo da vida que medeiam nossa experiÃncia com o mundo objetivo nÃo autoriza uma explicaÃÃo causal da normatividade do mundo da vida. A distinÃÃo entre o conceito epistÃmico da justificaÃÃo (aceitabilidade racional) e o conceito nÃo-epistÃmico da verdade està na base da rejeiÃÃo de Habermas do contextualismo de Richard Rorty, pois este resulta de um mal passo teÃrico que inviabilizaria o esclarecimento de nossas prÃticas comunicativas efetivas e exigiria a reformulaÃÃo do prÃprio senso comum o qual se sustentaria em uma diferenÃa platÃnica dÃmodÃ. Habermas, contudo, com seu conceito pragmÃtico da verdade, defende a existÃncia de uma relaÃÃo epistÃmica irrenunciÃvel entre verdade e justificaÃÃo que nÃo encontra amparo na esfera do discurso. Nessa, à necessÃrio reconhecer, o que se instala à uma relaÃÃo epistÃmica entre o processo de justificaÃÃo de nossas crenÃas e sua aceitabilidade racional e nÃo entre o conceito da verdade apreendido de maneira realista e a justificaÃÃo. Dessa forma, este trabalho chega à conclusÃo de que o conceito pragmÃtico da verdade de Habermas padece de uma indeterminaÃÃo fundamental. Esta deriva da recusa de
Habermas de discutir teoricamente a relaÃÃo entre linguagem e mundo exigida pela apreensÃo realista nÃo-epistÃmica da verdade. Habermas alega que a tentativa de explicitar teoricamente essa relaÃÃo envolver-se-ia com premissas metafÃsicas incompatÃveis com um pensamento pÃs-metafÃsico, o que implica dizer que ele prefere legar um conceito indeterminado da verdade a avanÃar teoricamente na explicaÃÃo daquilo que està pressuposto pela prÃpria pragmÃtica formal.

Identiferoai:union.ndltd.org:IBICT/oai:www.teses.ufc.br:12634
Date19 July 2017
CreatorsClÃstenes Chaves de FranÃa
ContributorsManfredo AraÃjo de Oliveira, CustÃdio Luis Silva de Almeida, LuÃs Alexandre Dias do Carmo
PublisherUniversidade Federal do CearÃ, Programa de PÃs-GraduaÃÃo em Filosofia, UFC, BR
Source SetsIBICT Brazilian ETDs
LanguagePortuguese
Detected LanguagePortuguese
Typeinfo:eu-repo/semantics/publishedVersion, info:eu-repo/semantics/doctoralThesis
Formatapplication/pdf
Sourcereponame:Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UFC, instname:Universidade Federal do Ceará, instacron:UFC
Rightsinfo:eu-repo/semantics/openAccess

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